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Comportamento

Vizinhos vendem de tudo em condomínio onde pedidos são feitos pelo interfone

Anny Malagolini | 09/04/2014 06:50
No condomínio, o interfone garante vários tipos de serviços. (Foto: Marcelo Victor)
No condomínio, o interfone garante vários tipos de serviços. (Foto: Marcelo Victor)

O residencial “Village Parati”, na Rua da Divisão, tem mais de duas mil casas. É quase uma “micro cidade” que criou seu próprio comércio, mas com um a comodidade incomparável. Tem de tudo na casa dos vizinhos, de espetinho, à venda de produtos de limpeza, depilação, lavagem de carro... A vantagem é que qualquer tipo de pedido pode ser feito pelo interfone, basta saber o número da casa.

Facebook e whatsapp também funcionam bem na comunicação diária entre os moradores. Grupos foram criados na intenção de discutir problemas do condomínio, mas os espertos logo começaram a fazer do espaço um meio de propaganda e a enxurrada é grande, de promoções de lanches, bolos, serviços...

Morador do condomínio há dois anos, o web designer Eurimar Corrêa de Oliveira, de 32 anos, fez do churrasco dos finais de semana com o vizinho, o engenheiro de produção Synisio de Andrade Souza Gomes, de 26 anos, uma forma de ganhar dinheiro. Há um mês, todos os dias, a partir das 18 horas, eles vendem espetinhos a R$ 3,00. A churrasqueira fica na frente da casa de Eurimar. Como tudo é muito familiar, quem passa em frente fica na dúvida. “Perguntam se é para vender mesmo ou se é festa”, comenta.

Ele explica que começou a vender na base da brincadeira, mas como o negócio deu muito certo, decidiu manter. “As pessoas gostam pela necessidade de comprar sem ter que sair do condomínio. Assim tem mais conforto”, justifica.

As entregas são feitas a pé, ou de carro. Os espetinhos são levados em um saco, desses de pão, acompanhado de mandioca. E até receita "secreta" os amigos tem. O negócio é tão prospero que, os sábados, eles vendem frango assado empanado.

Amigos vendem churrasquinho pro R$ 3,00. (Foto: Marcelo Victor)
Amigos vendem churrasquinho pro R$ 3,00. (Foto: Marcelo Victor)

Marmitex - Há mais tempo na transação entre vizinhos, o comerciante Alex Diogo, de 36 anos, não aguentou a entrega doméstica de marmitas e abriu um restaurante, ao lado do condomínio, para atender vizinhos e região.

Alex era sócio de outro comércio no bairro São Franscisco, mas como era longe do seu novo endereço, teve a ideia de ganhar dinheiro no Parati. Então começou a cozinhar e vender marmitex para os moradores.

Ele também conta que a maioria dos pedidos era pelo interfone e a entrega executada pela filha, de patins. O cardápio do dia era anunciado no Facebook e dava a largada aos pedidos. “Hoje todo mundo quer facilidade”, avalia o comerciante. Por dia, eram servidas de cinco a dez marmitex, hoje o negócio já entrega de 40 a 50. O marmitex custa a partir de R$ 8,00, e funciona apenas para o almoço.

X Parati - Até lanche que leva o nome do bairro foi criado no condomínio. O “X Parati” é invenção do “Boka Loka Lanches", da casa número 410. O recheio é generoso e foi uma adaptação do “X tudo”, leva além do hamburguer, bacon, calabresa, catupy, queijo e ovo, por R$ 13,00.

O estudante Douglas Denis Silva, 17 anos, explica que os pais começaram a vender os lanches há um mês. No cardápio há sabores tradicionais, cachorro quente e porções de frango, calabresa e picanha.

O subsíndico do condomínio, o advogado Adriano Magalhães, de 36 anos, garante que o residencial é considerado o maior da América Latina de casas térreas. Adriano aponta que mais de três mil pessoas moram ali.

Por conta da concorrência, comerciantes da região são contra a venda dentro do condomínio e para não acabar com a facilidade comercial entre os vizinhos, Adriano diz que pensam até em criar um espaço dentro do residencial destinado a quem quiser vender seus produtos, de forma legalizada. “Não queremos prejudicar ninguém é só uma forma de ganhar um dinheiro extra”, defende.

Apesar da variedade de produtos que são divulgados, a bebida alcoólica não é permitida. “Não tem uma regra, é o bom senso, tem muita criança aqui, por isso não vendem”.

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