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Consumo

Barbearia inspirada em pontos clássicos de São Paulo serve cachaça para clientes

Elverson Cardozo | 06/08/2014 06:12
Amilton, mais conhecido como Farofa, sempre trabalhou como vendedor, mas agora mudou de ramo. (Foto: Pedro Peralta)
Amilton, mais conhecido como Farofa, sempre trabalhou como vendedor, mas agora mudou de ramo. (Foto: Pedro Peralta)

Com aumento das barbearias em Campo Grande e com a popularização do negócio, quem quer investir no ramo, pensando em resgatar a profissão que fez fama no passado, precisa ter um diferencial para não “quebrar” e nem ser mais um no mercado. Os mais antenados sabem dessa regra e, por isso, apostam na criatividade.

Dia desses o Lado B mostrou o barbeiro que tem feito sucesso porque atende sem camisa. Agora, o canal conta a história de outro que escolheu morar no serviço e serve pinga de graça aos clientes que pedirem.

Amilton Gomes Vilela, de 30 anos, mais conhecido como Farofa, dá apenas uma dose para cada freguês, mas também vende cerveja em lata e garrafa. Na fachada da barbearia, no bairro Jardim das Perdizes, o destaque para as três primeiras letras do estabelecimento, "Bar", acompanhadas pelo apelido do dono, batizam o lugar.

O espaço, inaugurado há três meses, serve de casa ao barbeiro, que resolveu viver onde trabalha, apesar de ter residência convencional na mesma região. A “cama” dele, que se resume a um colchão, fica escondida na parte de superior de uma estrutura que, vista de baixo, é o teto do bar, instalado nos fundos.

É pequeno, mas ele não reclama. “Aqui tem cerveja, TV, ar condicionado. Posso trazer alguma mulher. O que mais eu quero?”

"Quarto" fica no alto, em do teto do bar. Foto: Pedro Peralta)
"Quarto" fica no alto, em do teto do bar. Foto: Pedro Peralta)

Quem entra nem percebe o “quarto” improvisado, até porque a decoração chama mais a atenção. A Farofa Barbearia, embora tenha uma pegada retrô, mistura estilos. O piso imita ladrilho hidráulico. Os espelhos ficam em painéis com tijolinhos à vista. A cadeira era, na verdade, um assento de dentista, que foi customizado.

A madeira é presente em vários pontos da sala. Serve de sustento para uma verdadeira colação de “quinquilharias”: tesoura antiga, navalha, bolas de bilhar e até uma gaiola. Os nichos, feitos com o mesmo material, guardam miniaturas de carros de época, molduras com notas de dinheiro antigas e artes que fazem referência à profissão, entre outras coisas.

O teto recebeu colagens de vinis, que também foram parar no balcão do bar, revestido com pisos que imitam pastilhas estampadas com rótulos de cervejas. O decoração mistura bonequinhos, como o Shrek, cartazes de bandas de rock, caveiras, filtros de barro, quadro indígena e até a imagem de Che Guevara.

Tem até a cabeça de um uma vaca envernizada. Em cima dela, uma frase: “A vaca laranja do véi varti”. “Era de um tio, que se chama Valter. Ele tinha uma vaca, que se chamava Laranja, daí ela morreu e ele guardava essa cabeça”, explica. O toque pessoal mais evidente ficou nas fotos de família e desenhos antigos da filha, que hoje tem 11 anos.

Salão tem decoração retrô. Cadeira é de dentista, mas foi customizada e recebeu adesivos.  (Foto: Pedro Peralta)
Salão tem decoração retrô. Cadeira é de dentista, mas foi customizada e recebeu adesivos. (Foto: Pedro Peralta)
“Aqui tem cerveja, TV, ar condicionado. Posso trazer alguma mulher. O que mais eu quero?” (Foto: Pedro Peralta)
“Aqui tem cerveja, TV, ar condicionado. Posso trazer alguma mulher. O que mais eu quero?” (Foto: Pedro Peralta)

Farofa gosta de se sentir em casa e quer que os clientes também fiquem à vontade. Ele criou o espaço inspirado nas barbearias mais antigas de São Paulo, que fazem sucesso desde a década de 60. “Só que lá é mais rock. Aqui é mais retrô”, diz.

Amilton trabalhou a vida inteira como vendedor, até que se interessou pela nova função e passou a investir nisso. Começou há um ano e cinco meses, no mesmo bairro, mas só agora inaugurou um espaço personalizado.

No novo endereço, o atendimento, exclusivamente masculino, é feito com a ajuda de Jhonatan Kirchhoff, 16 anos. “A ideia é deixar o homem à vontade. Eu, antes de trabalhar com isso, não ia em salão unissex porque não me sentia bem”.

O corte custa R$ 15,00 (tesoura) e R$ 12 (máquina). A barba sai por R$ 13,00. Cabelo e barba custa R$ 23,00.

Serviço – A Barbearia do Farofa abre de terça a sábado, das 9h às 21h. É necessário agendar horário pelos telefones (67) 9126-5511 ou 9271-0808. O estabelecimento fica na rua Filomena do Segundo Nascimento, 1916, no Jardim das Perdizes.

Barbearia do Farofa fica na rua Filomena do Segundo Nascimento, 1916, no Jardim das Perdizes. (Foto: Pedro Peralta)
Barbearia do Farofa fica na rua Filomena do Segundo Nascimento, 1916, no Jardim das Perdizes. (Foto: Pedro Peralta)
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