Briga por osso de puchero esquenta nos açougues com a chegada do frio
Foi só a temperatura cair para aumentar o interesse do campo-grandense pelo caldo que é a cara do inverno
Bastou o frio dar as caras em Campo Grande para uma verdadeira corrida aos açougues começar. Assim que a temperatura caiu, o que aumentou foi a procura por puchero, osso com carne do pescoço do boi, que virou protagonista para o preparo do tradicional caldo que é a cara do inverno.
Com tanta demanda, a regra é clara. Se deixar para comprar em cima da hora, o risco de não encontrar mais nada é grande. Foi o que aconteceu com o músico Elvis Corrêa Monteiro, de 34 anos, que recebeu um amigo de Curitiba disposto a experimentar o puchero preparado por ele.
"Deixei pra comprar no dia e infelizmente não achei em nenhum mercado da região. Tive que improvisar com costela minga. Ficou bom o improviso, mas não é a mesma coisa", afirma.

Elvis aprendeu a receita com a irmã, mas é ele quem virou especialista quando o frio aperta."Eu uso o puchero, batata, mandioca, cenoura, milho, além de calabresa, alho e cebola. O sal e temperos prontos ficam a critério", ensina.
A receita, segundo ele, é potente."Eu gosto muito de comida com sustância. Então, o ‘pucherão’ é o melhor, com uma pimentinha então, chega até dar suador", brinca.
Em outras casas o ritual é parecido. A servidora pública Rhamona Gimenez conta que acordou cedinho para garantir o almoço de terça-feira. "Está difícil de encontrar, daí levantei cedo e fui atrás. Encontrei em um mercado por R$ 15,99 o quilo”, afirma.
Para a receita, Rhamona caprichou. “Dei uma selada na carne, coloquei cheiro verde, coentro, pimentões coloridos, cebola e tomate. Depois coloquei batata-doce, mandioca, milho em pedaço e repolho. No frio, não tem coisa melhor", comenta.
Pela cidade os relatos se repetem. A busca pelo puchero é intensa e começa cedo. Ana Carolina Peruzo, que trabalha em um açougue no Nova Lima, conta que o movimento tem sido intenso. "O que mais sai é o puchero, por conta do preço. Aqui está R$ 7,99 o quilo. Tem gente que chega e compra mais de 10 kg. Se demorar a vir, não acha mais", explica.
Em outro açougue, na Avenida Mato Grosso, a funcionária Vanessa de Moura confirma a realidade. "A procura aumentou bastante agora que a temperatura caiu. O puchero está saindo a R$ 18,99, mas muita gente também leva ossobuco, por R$ 24,99, até pra fazer sobá", revela.
Já na Rua Sebastião Lima, Eduarda Araújo explica que a movimentação está ainda maior com os pedidos por delivery. "Hoje mesmo um senhor comprou 12 kg. O pessoal leva puchero, ossobuco, costela e a mandioca também vai junto. Mas tem que chegar cedo, porque se deixar para o fim do dia, não tem mais", conta.
Para não ficar só na vontade, o músico Elvis dá a dica para evitar frustração. “É comprar com antecedência e sempre no período da manhã. Outra dica é perguntar para o açougueiro quando é o dia da desossa e ir no dia seguinte bem cedo cedo. Aí consegue achar puchero bom”, detalha.
Entre as receitas que aquecem o inverno, além do puchero, Elvis recomenda a vaca atolada. "É muito bom também. Só carne e mandioca, com bastante cheiro verde. Vai nessa que é sucesso", garante.
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