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Consumo

Cremação dura até 1h30 e pode chegar a R$ 3,5 mil

Para quem quiser virar cinzas, tem até urna biodegradável onde é possível plantar árvore junto de quem se foi

Lucas Mamédio | 06/10/2020 11:54
Artur, diretor-geral da Pax Nacional, explicou sobre funcionamento do forno na manhã de terça-feira para imprensa. (Foto: Silas Lima)
Artur, diretor-geral da Pax Nacional, explicou sobre funcionamento do forno na manhã de terça-feira para imprensa. (Foto: Silas Lima)

O ciclo inteiro para que os familiares cremem seus entes queridos no primeiro crematório de Campo Grande pode durar ate três dias. A cremação em si dura de uma hora à uma hora e meia, mas todo o processo, que pode incluir até 72 horas dentro de uma câmara fria, torna a realização mais longa.

A direção do Crematório Campo Grande recebeu nesta terça-feira (6) a imprensa para explicar como o empreendimento vai funcionar na prática. Segundo o diretor geral da Pax Nacional, Artur de Carli, esse é um assunto que causa muitas dúvidas por ser novo em Campo Grande. “Existe todo um rito, é preciso respeitar a dor da família, dar conforto, paz. E como é tudo muito novo, as pessoas ficam com muitas dúvidas”, diz.

A contratação dos serviços do crematório pode ser feita basicamente de três formas: a primeira para quem já é cliente do plano do mesmo grupo, que terá um acréscimo na mensalidade. A segunda que é feita de forma antecipada para quem não tem o plano, que custa R$ 2.800,00, que pode ser dividido em até 10 vezes, e a terceira que é para quem também não tem plano, mas não contrata de forma antecipada, quando o falecimento acontece e já há a cremação. Nesse último caso o valor é de R$ 3.500,00.

Cremação pode durar até 1h30 em forno que chega a 1200 graus. (Foto: Silas Lima)
Cremação pode durar até 1h30 em forno que chega a 1200 graus. (Foto: Silas Lima)

Depois de contratado, no crematório mesmo há um espaço na entrada para um cerimonial de despedida que não tem tempo pré-determinado. Após a despedida, o corpo vai junto com a urna (caixão) para o local onde será resfriado, mas antes para uma antessala chamada Espaço Céu. Todo esse caminho é automatizado.

O caixão com o corpo fica de 24 a, no máximo, 72 horas no resfriador antes de ser cremado. “Existem algumas variações de tempo de acordo com a religião, mas como aqui no Brasil quase todo mundo é cristão, avaliamos que esse é um prazo razoável”, explica Artur.

Apesar da legislação não contemplar essa parte, objetos metálicos, como anéis e correntes, são retirados do corpo, que é colocado dentro do forno crematório com o caixão. “O tempo de cremação varia de uma hora à uma hora e meia, depende, inclusive do tamanho do corpo”, diz Artur.

Em seguida, conforme a cremação acontece, as cinzas caem automaticamente numa gaveta, de onde são retiradas e colocadas na urna que será entregue aos familiares.

Bio urna para quem quiser plantar algo junto às cinzas. (Foto: Silas Lima)
Bio urna para quem quiser plantar algo junto às cinzas. (Foto: Silas Lima)

O crematório vai oferecer dois tipos de urnas: uma mais tradicional de cor cobre e uma bio urna, que é biodegradável e pode servir para o familiar enterrar as cinzas junto com uma semente e dali nascer uma árvore.

As cinzas são entregues às famílias em horário marcado, num espaço específico, chamado de Sala da Homenagem. É uma sala com um letreiro escrito “PAZ” e um telão onde fotos do familiar falecido passam.

É possível, como muitas famílias fazem levar a urna com as cinzas, mas existe outra opção, que é uma atração à parte no crematório, que é deixar a urna no columbário.

Columbário é, fazendo uma analogia mais próxima da nossa realidade, uma espécie de cemitério, mas das urnas com cinzas, não de caixão. São colunas que ficam ao lado do prédio do crematório com espaço, o columbário, para as urnas serem depositadas.

Cada columbário pode receber até três urnas, mas de pessoas que tenham alguma relação. Uma placa com identificação, espécie de lápide, é colocada no columbário. O valor para manutenção da urna nos columbários é de R$ 250,00 por ano.

Sala de Homenagem, onde as cinzas são entregues à família. (Foto : Silas Lima)
Sala de Homenagem, onde as cinzas são entregues à família. (Foto : Silas Lima)

A área dos columbários é toda arborizada sempre com música ambiente. Numa ponta existe um espaço nomeado de Cruzeiro, onde as pessoas podem acender velas e rezarem e na outra ponta um espaço chamado Sala do Eterno, para meditação.

“É muito semelhante a um cemitério, mas adaptado para realidade de um crematório. Os espaços estão sempre abertos para visitação”, relata o diretor.

O forno crematório pode ser ligado a qualquer momento, então, a rigor, não existe horário fixo para cremação. A autorização para alguém ser cremado pode ser dada por ela mesma em vida num documento registrado em cartório ou por parentes de primeiro grau.

É importante reforçar que a cremação não pode ser acompanhada por nenhum familiar. Também não existe idade para pessoa ser cremada. Mesmo crianças podem passar pelo processo.

Espaço O Cruzeiro, onde as famílias podem acender velas. (Foto: Silas Lima)
Espaço O Cruzeiro, onde as famílias podem acender velas. (Foto: Silas Lima)
Sala do Eterno, para meditação das famílias. (Foto: Silas Lima)
Sala do Eterno, para meditação das famílias. (Foto: Silas Lima)

A comprovação de que as cinzas são do corpo do ente falecido é feita por uma etiqueta com um número que acompanha o corpo desde o início até a urna, que terá uma etiqueta com mesmo número. Depois de cremado não é mais possível fazer exame de DNA.

Restos mortais, como ossos, também podem ser cremados. Cada corpo é cremado individualmente e o forno, que durante a cremação pode chegar a 1.200 graus é higienizado para receber a próxima cremação.

Para saber mais detalhes da arquitetura do empreendimento, confira a reportagem completa clicando aqui.

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