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Consumo

Desacelere também na moda: consumo consciente é você pensar 3x antes de comprar

Paula Maciulevicius | 30/04/2017 07:42
Fashion Revolution foi realizada no Marco, pela artista Gabi Dias. (Foto: Marcos Ermínio)
Fashion Revolution foi realizada no Marco, pela artista Gabi Dias. (Foto: Marcos Ermínio)

A semana que revoluciona a moda chegou a Campo Grande. Pela primeira vez, Mato Grosso do Sul recebeu a "Fashion Revolution Week", discussão que surgiu na Inglaterra depois do desabamento de um prédio em Bangladesh, em 2013, e que trouxe à tona a discussão sobre quem faz a sua roupa. No mundo da moda, novos conceitos pregam desacelerar o consumo e reciclar. Cada um pode fazer a sua parte, de não só saber de onde vem o que a gente veste, mas também pensar a real necessidade de uma compra.

Stylist campo-grandense, com vasta experiência na Europa, Lúcio Fonseca era o convidado do evento, que foi trazido para cá graças ao esforço e as criações da artista Gabi Dias. Em São Paulo há 11 anos, Lúcio fala que a ideia do movimento é basicamente a conscientização.

Stylist, Lucio Fonseca falou sobre a desaceleração do consumo e a compra consciente. (Foto: Marcos Ermínio)
Stylist, Lucio Fonseca falou sobre a desaceleração do consumo e a compra consciente. (Foto: Marcos Ermínio)

"Quem está por trás fazendo as suas roupas? Quem confeccionou, será que é eticamente respeitável essa pessoa? Será que ecologicamente está respeitando o Meio Ambiente também?"

No Brasil, o Fashion Week começou em São Paulo há dois anos. Mundialmente, o movimento tem como data o 24 de abril, dia da tragédia em Bangladesh. Na discussão, muito se fala sobre o "fast fashion", seu boom principalmente nos Estados Unidos e a prática de terceirizar confecções para países em desenvolvimento, onde a mão de obra é barata. 

"Em média você paga R$ 30, R$ 40 numa blusa, enquanto o trabalhador não recebe nem R$ 0,30. Isso é uma analogia à escravidão", levanta Lúcio. Como consumidor, Lúcio diz que mudou sua consciência e desacelerou, preferindo qualidade e não quantidade.

"Às vezes a gente reclama muito, diz que comprou uma blusa e rasgou, que a costura não estava boa e já não usa mais. O que isso gera de lixo e poluição. A moda é a segunda indústria que mais polui no mundo depois do Petróleo", compara. São 80 bilhões de peças por ano consumidas. 

O stylist enfatiza que a saída é pensar antes de comprar. "Eu penso duas, três vezes, por que tenho que ter essa peça? Vamos pensar mais em qualidade e atemporalidade. É uma peça que vai ficar, que vai perdurar mais tempo. Este é um novo modelo que todo mundo tem que começar a pensar". 

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Movimento que discute e repensa a moda foi realizado em Campo Grande pela primeira vez. (Foto: Marcos Ermínio)
Movimento que discute e repensa a moda foi realizado em Campo Grande pela primeira vez. (Foto: Marcos Ermínio)
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