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Consumo

Lidiane aprendeu costurar em vídeos e faz mochilas inspiradas em cultura de rua

Marca tem nome que lembra a paixão pelos gatinhos e peças super coloridas

Wendy Tonhati | 13/02/2019 08:41
Peças são inspiradas em itens da cultura urbana como o grafite (Foto: Kisie Ainoã)
Peças são inspiradas em itens da cultura urbana como o grafite (Foto: Kisie Ainoã)

De tanto ver os amigos procurando bolsas e mochilas sem encontrar o modelo ideal, a produtora cultural Lidiane Lima decidiu aprender a costurar e fazer peças personalizadas. Ela criou uma marca com peças inspiradas na cultura das ruas, muita cor e até estampa de grafite.

“Eu tenho um grupo de amigos, que eu chamo de família, que são do skate, grafite, rap, break e sempre tiveram próximos da moda, mas que era difícil achar coisas no estilo. Então decidi criar as minhas próprias peças”, explica Lidiane. A marca foi batizada de Gattoo -Costura Criativa. O nome é inspirado na paixão de Lidiane pelos gatos. Ela tem oito bichanos.

Lidiane conta que não fez curso de corte e costura presencial e aprendeu a costurar pela internet. Foram dois anos estudando e as primeiras peças foram produzidas para os amigos. A primeira máquina de costura comprada foi uma doméstica, mas, para fazer as mochilas, precisou adquirir uma industrial que costura tecidos pesados.

“Comecei a pesquisar mais e descobri uma escola online de costura. Fui vendo estudando na internet e comprei a máquina. Fui aliando os vídeos ao que as pessoas ao meu redor precisavam”, explica.

Mochila tem estampa de grafite e cores fortes (Foto: arquivo pessoal)
Mochila tem estampa de grafite e cores fortes (Foto: arquivo pessoal)
Bolsas têm tamanho ideal para quem passa o dia todo na rua (Foto: arquivo pessoal)
Bolsas têm tamanho ideal para quem passa o dia todo na rua (Foto: arquivo pessoal)

Atualmente, ela divide o tempo entre as encomendas e o trabalho na Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, onde é servidora há 13 anos. Nesta semana, ela está fazendo a mudança para o novo ateliê e quem vê Lidiane atrás da máquina de costura, não imagina que ela quase teve que desistir da costura, antes mesmo de começar a produzir as mochilas.

Logo que começou a investir na costura, ela caiu e teve uma fratura uma exposta na mão. Na mesma época, em uma viagem de trabalho, ela teve uma crise e diz que mal conseguia se mover, pois, não tinha forças.

Foram feitos exames e ela descobriu a fibromialgia, síndrome na qual a pessoa sente dores por todo o corpo durante longos períodos. "Eu separei o dinheiro e comprei a máquina de costura, que foi cerca de R$ 3 mil, e tive que deixar parada por uns quatro meses", relembra.

O prognóstico que Lidiane recebeu não foi bom. Ela ouviu até que teria que deixar o trabalho como produtora cultural, pois são muitas viagens e um trabalho intenso. "Falavam que não tinha como trabalhar e que tinha que aceitar as minhas limitações".

De olho no Carnaval, Lidiane também fez pochetes (Foto: arquivo pessoal)
De olho no Carnaval, Lidiane também fez pochetes (Foto: arquivo pessoal)

A fratura afetou a mão direita dela, mas Lidiane decidiu não abandonar a costura, mesmo precisando de mais tempo para produzir, cortar e costurar as peças. O tempo em que ficou em casa por conta dos problemas de saúde, ela aproveitou para fazer mais cursos online na área de moda.

A máquina de costura foi batizada de “Brutal” e apesar de ser industrial, tem a possibilidade de costurar em uma velocidade menor, similar a uma máquina doméstica. Com isso, Lidiane consegue fazer bolsas e mochilas, mesmo levando um tempo maior para costurar.

"Hoje se eu não estou em casa é por causa da costura. Encheu a minha cabeça e trouxe a magia das cores. Aconteceu tudo isso e hoje eu estou mais contente, mais realizada entrando em contato com um lado que eu não conhecia”, afirma.

Entre as encomendas, Lidiane fez mochila com suporte para skate, mochila que atende às necessidades de persona trainer e mochila para acampar. As peças foram montadas de acordo com a encomenda atendendo aos clientes. “Teve uma mãe de adolescente que queria uma mochila que não sujasse tanto. Então, eu fiz com tecido acquablock, que é mais impermeável e só usar um pano que limpa”.

Máquina de costura recebeu nome e é companheira de Lidiane (Foto: Kisie Ainoã)
Máquina de costura recebeu nome e é companheira de Lidiane (Foto: Kisie Ainoã)

Os produtos têm preços que variam em função do tamanho e material. As mochilas têm valores entre R$ 90 a R$ 180. As bolsas variam de R$ 65 a R$ 85. As bolsinhas de mão a partir de R$ 45. De olho no Carnaval, ela também produz pochetes com valor de R$ 65 a mais barata.

Agora, além das peças que desenvolveu e das encomendas, Lidiane pretende desenvolver coleções a partir de agora. Ela produzia no que ela chama de “quarteliê”, mas agora está de mudança para o espaço Frida-se, ateliê colaborativo que reúne a produção de outras artesãs, na rua Sebastião Lima, 237.

As encomendas podem ser feitas pelo Facebook, Instagram e WhatsApp (99253-5955).

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