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Consumo

Luto pelo filho dói menos desde que Lu passou a fazer bordados

Ela faz bolsas, mochilas e necessaires com material reciclado

Cassia Modena | 21/07/2023 07:12
Produtos expostos em feira de Campo Grande, no ano passado (Foto: Reprodução/Instagram)
Produtos expostos em feira de Campo Grande, no ano passado (Foto: Reprodução/Instagram)

Lucienne Lopes achou que nada mais iria viver depois de o filho caçula morrer de pneumonia. Esposa de militar, ela morava num residencial reservado aos membros do Batalhão do Forte Coimbra, no meio do Pantanal sul-mato-grossense, na época em que isso aconteceu.

"Nada tinha mais sentido" é a frase que usa para resumir o começo de uma depressão. Nem mesmo o paraíso natural que a cercava era remédio para a dor de perder o menino, que partiu com apenas 2 anos e três meses de idade.

Felizmente, a fase difícil do luto de 18 anos ficou para trás. E o motivo que renovou o sentido da própria vida foi aprender a fazer bolsas, mochilas e necessaires que carregam um pouco do Pantanal, de onde acabou se mudando anos após, inclusive.

Hoje se orgulha de ter até clientes internacionais. Esses são de Tennessee, nos EUA (Foto: Arquivo pessoal)
Hoje se orgulha de ter até clientes internacionais. Esses são de Tennessee, nos EUA (Foto: Arquivo pessoal)

A paixão pelo artesanato a fez seguir em frente e, ainda, ajudar a divulgar a causa da proteção aos animais do bioma. "Eu amo, eu adoro, eu fico muito feliz fazendo isso. Você não tem ideia", conta sobre o trabalho.

Curso e parceria - Lu, como gosta de ser chamada, saiu do Forte Coimbra para morar com o marido e os dois filhos mais velhos na área urbana do município vizinho, Corumbá. Foi numa instituição social de lá, o Moinho Cultural, que fez um curso gratuito e começou a confeccionar os acessórios.

Logo se mudou de novo, para a Capital. Já em Campo Grande, fez outros cursos na incubadora municipal do Bairro Zé Pereira para saber mais sobre o artesanato e entender de negócios.

Além disso, na nova cidade, conheceu o atual parceiro nas artes gráficas, Frank Dioner. Ele é quem a ajuda a fazer o download de imagens de animais do Pantanal no computador, que depois viram bordados e são aplicados nas peças.

Tuiuiús bordados em mochila (Foto: Arquivo pessoal)
Tuiuiús bordados em mochila (Foto: Arquivo pessoal)

Lucienne tem carinho especial pelos bordados das capivaras tomando tereré e andando de bicicleta por serem fofas e alegres. Há outras opções como os tuiuiús voando, tamanduás andando e onças empoleiradas em galhos.

Internacional - Ela se orgulha de ter clientes internacionais, que levaram bolsas e mochilas para os Estados Unidos. Os acessórios feitos pela pantaneira também viajaram para França, em Paris, junto a uma brasileira.

O material usado para as bolsas, mochilas e necessaires é a lona do malote dos Correios. Ela pega a doação do que o órgão descarta, faz um tratamento artesanal, modela e costura. Assim, reaproveita e contribui mais uma vez com a conservação ambiental. "São muito resistentes. Todos gostam", acrescenta.

Hoje, aos 55 anos e com os filhos crescidos, Lu se orgulha da dedicação ao artesanato em seu ateliê, que fica em casa. Ela vende os produtos em feiras da Capital, como a do Bosque da Paz e a da Praça Bolívia, por exemplo.

Os acessórios de Lucienne podem ser conferidos no instagram dela @lulopesatelie e nas feiras.

As peças do topo são algumas das que ela mais tem carinho (Foto: Arquivo pessoal)
As peças do topo são algumas das que ela mais tem carinho (Foto: Arquivo pessoal)

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