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Consumo

Soluções “express” para quem não consegue ficar um minuto longe do celular

Elverson Cardozo | 22/01/2013 07:28
Para quem não consegue ficar longe do celular, conserto, em algumas empresas, pode sair em 10 minutos. (Foto: Luciano Muta)
Para quem não consegue ficar longe do celular, conserto, em algumas empresas, pode sair em 10 minutos. (Foto: Luciano Muta)

Não adianta. Ninguém mais consegue viver sem celular. Existe, sim, quem consiga ficar longe da tecnologia, que não precisa das facilidades criadas e que prefere cultivar os hábitos de décadas anteriores, mas são raras exceções. A maioria esmagadora vive conectada.

Você, por exemplo, imagina ficar sem celular por uma semana que seja? Pode até parecer exagero, mas tem gente que falta ficar louco só de pensar nessa possibilidade.

Quem trabalha para socorrer os “enlouquecidos” por celular sabe bem o que é isso. Proprietário de uma assistência técnica no centro de Campo Grande, Douglas Luiz Ribeiro, de 36 anos, descobriu quase todas as "artimanhas" dos clientes que vão à loja atrás de conserto para o “amigo inseparável”.

A pressa é tanta que a mentira, na maioria das vezes, sai com uma facilidade incrível. “Normalmente a pessoa dá aquela desculpa de que vai viajar ou que usa o aparelho para trabalhar”, disse.

Para alguns, ouvir a temida resposta de que o trabalho poderá durar de 15 a 20 dias é um suplício. E é por isso que a  empresa dele, afirmou, prioriza a entrega rápida. O serviço, dependendo do caso, pode ficar pronto em até 10 minutos, se for para desbloquear ou trocar o autofalante, por exemplo. Atualizações de softwares ou substituição de peças podem levar mais de uma semana. É agonia na certa.

Sem saída, alguns até deixam o telefone, mas não vão buscar. “Tenho aparelho aqui de 2009 e 2010. Acho que eles esquecem ou mudam o contato. Acho que compram outro”, arriscou.

Reparo Express - Foi justamente isso, mas com base em uma pesquisa de avaliação de mercado, que um dos shoppings de Campo Grande recebeu, em dezembro de 2011, um quiosque de assistência técnica com foco no sistema de “reparo express”.

Quiosque de reparo express em shopping de Campo Grande. (Foto: Elverson Cardozo)
Quiosque de reparo express em shopping de Campo Grande. (Foto: Elverson Cardozo)

A localização é estratégica. Fica próximo a uma filial de operadora de telefonia. Um acordo boca a boca garante a indicação de clientes que procuram a loja em busca de solução imediata.

Quem chega, deixa o celular estragado e sai com ele funcionando em, no máximo, 3 horas. O gerente, Willian Guimarães da Cruz, de 35 anos, garante que a empresa não tem problemas com peças e nem estende o conserto por mais tempo porque tem um amplo estoque.

O local oferece assistência a 9 marcas, a maioria nacionais, mas o carro chefe são os aparelhos da Apple e da Samsung. Reparos simples podem demorar até 40 minutos. Tempo suficiente para o cliente dar uma volta, comprar e comer um lanche, por exemplo.

“São clientes que estão passando e o telefone cai. O conserto tem que acontecer”, exemplificou.

Seguro - Uma outra empresa, diante da concorrência, foi além. Trata-se de um “clube de proteção” contra acidentes para celulares. Depois de conquistar São Paulo, Minas Gerais e toda a região sul do país, eles chegam à Capital de Mato Grosso do Sul.

O cliente contrata um plano de acordo com o modelo do aparelho e está protegido contra quedas, problemas com água ou falhas internas.

Para o iPhone 4 de 32 GB custa R$ 18,00. O serviço, de acordo com informações divulgadas no site oficial do clube, inclui proteção contra quedas, falhas, umidade ou “sei lá morreu”, como diz o criativo conteúdo de divulgação que traz a seguinte explicação: “Celulares às vezes morrem do nada ou a bateria para de carregar. Isso não é legal”.

Para o último modelo Galaxy, da Samsung, o valor é o mínimo cobrado: R$ 5,00. Cobre os mesmos serviços e também inclui frete de ida e volta gratuita.

Celulares viraram câmera fotográfica, agenda, GPS, televisão, calculadora, computador de mão e até “medidor” de pressão arterial. (Foto: Luciano Muta)
Celulares viraram câmera fotográfica, agenda, GPS, televisão, calculadora, computador de mão e até “medidor” de pressão arterial. (Foto: Luciano Muta)

Durante o processo de cadastro, que é dividido em quatro etapas, o cliente é informado sobre a proteção que contratou: Cair e quebrar a tela, cair na água, parar de funcionar sem razão aparente, o “sei lá morreu”.

Segundo a empresa, alguns problemas podem ser resolvidos em até 48 horas, mas o prazo máximo é 10 dias. Os planos cobrem problemas relacionados ao hardware, ou seja, qualquer defeito de fábrica que venha a acontecer com o uso normal do celular.

“Problemas causados por acidente, como uma tela quebrada ou problema com água, por exemplo, terão uma taxa adicional de R$ 75,00”, diz anúncio vinculado no site.

A empresa não cobre roubo ou perda, danos estéticos a qualquer parte não-operacional, acessórios (carregadores, cabos de extensão) ou problemas de dados (vírus, spyware, arquivos corrompidos).

Se o aparelho estiver na garantia de fábrica a promessa é ajudar o cliente a entrar em contato com o fabricante para agendar o reparo que, segundo divulgado, pode ser mais rápido. Não há, segundo a companhia, multa por cancelamento do plano.

No material enviado à imprensa não consta o local onde o clube vai funcionar, se terá sede em Campo Grande ou não. Apenas a informação de que a companhia começa a operar em janeiro. Também não foi fornecido telefone para contato. Mais informações podem ser obtidas no site oficial.

E para quem desconfia de todas essas propagandas, ainda há o bom e velho camelódromo para os reparos, por um preço bem mais camarada.

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