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Diversão

Carnaval de Campo Grande deverá custar mais de R$ 300 mil aos cofres públicos

Elverson Cardozo | 16/01/2015 06:49
Desfile da Igrejinha. (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
Desfile da Igrejinha. (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)

O Carnaval de Campo Grande deverá custar R$ 340 mil ao cofres públicos. São R$ 160 mil da Prefeitura e outros R$ 180 mil do Governo do Estado. A informação é da Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas).

Os valores, segundo o presidente da entidade, Eduardo de Souza Neto, foram acertados em reunião no início do mês, com o coordenador do carnaval na cidade, Waldir Gomes, que falou pelo Município, e com o secretário de cultura de Mato Grosso do Sul, Athayde Neri. A verba, no entanto, ainda não foi liberada e os dirigentes das escolas de samba já cobram o recurso, que será dividido.

Os desfiles estão marcados, para os dias 16 e 17 de fevereiro, e os ensaios já começaram. Nos barracões, carnavalescos estão em plena produção, mas sem dinheiro fica difícil fazer muita coisa.

Presidente da Unidos do Bairro Cruzeiro, Luiz Alex da Silva Guedes, reclama. “Esse ano está mais difícil porque houve mudança de governo. No ano passado tivemos o recurso antecipado e começamos a trabalhar com mais tempo”, diz.

Passista em desfile. (Foto: Arquivo)
Passista em desfile. (Foto: Arquivo)

O jeito é correr atrás do prejuízo. Para não ficar de fora da folia, Luiz afirma que vai colocar na avenida o número mínimo de alas que a Lienca pede: sete. A agremiação tem como enredo “Vida trabalho, futebol e samba – 10 anos de saudade”. É uma homenagem ao fundador da escola, conhecido como Picolé.

Na Cinderela Tradição do José Abrão, a queixa se repete. O presidente, Gilberto Carlos Correa Lopes, está apreensivo. “Estamos no escuro”, resume. E completa: “No ano passado, nessas alturas, já tinha saído. Esse ano deu uma atrasada. E a gente precisa ir para São Paulo porque não acha tudo aqui”.

Com o tema “Miscigenação em Mato Grosso”, ele pretende desfilar com 3 carros alegóricos, 8 alas e com pelo menos 300 pessoas. “Mas a verba é pouca. Não vai dar para vestir todo mundo”, adianta.

Ele diz isso por que se baseia no recurso que recebeu em 2014, pouco mais de R$ 10 mil. “É mixaria. Não dá nem para começar. Você tem que se virar. Para montar uma escola a gente gasta uns R$ 40 mil, R$ 50 mil”.

Este ano, como nos anteriores, o presidente está se virando como pode. “No dia 18 vamos fazer o lançamento do samba-enredo, com mulata e grupo de pagode, na associação de moradores do bairro”, conta.

A entrada, para atrair a comunidade, será praticamente simbólica: R$ 5,00 para homem e mulher. No local serão vendidas bebidas, pastéis, entre outras coisas. A ideia é reunir de 350 a 400 pessoas.

O presidente da Lienca, Eduardo, ainda não sabe dizer os valores que serão repassados a cada escola, mas adianta que as do grupo especial receberão partes iguais, por conta de uma acordo feito no ano passado. Já as do grupo de acesso vão receber pela ordem de classificação.

Presidente da Lienca, Eduardo de Souza Neto. (Foto: Rodrigo Pazinato/Arquivo)
Presidente da Lienca, Eduardo de Souza Neto. (Foto: Rodrigo Pazinato/Arquivo)

Eduardo esclarece, ainda, que os R$ 160 mil acertados com a Prefeitura é “livre” dos custos com infra-estrutura. Pelo que ficou definido, declara, o município deve arcar com as despesas de arquibancadas, sonorização, iluminação, camarote oficial, tendas para área de concentração das escolas, grades de contenção, torres para jurados, banheiros químicos e segurança.

“Infraestrutura de melhor qualidade e mais quantidade foi uma das principais exigências da Liga e das escolas. A do ano passado deixou muito a desejar principalmente a sonorização que prejudicou muitas escolas e a qualidade do desfile”, lembra

A Prefeitura de Campo Grande, por meio de sua assessoria, não confirma a ajuda de R$ 160 mil mencionada pela Lienca, apenas o custeio com a infraestrutura. O órgão divulga o valor e a data de liberação do recurso na segunda-feira (19).

O Governo do Estado não se manifestou.

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