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Diversão

DJ cristão só toca gospel e pista bomba com versões tipo "Culto das Poderosas”

Elverson Cardozo | 02/05/2014 06:22
Alexandre é DJ desde os 15 anos. (Foto: Reprodução/Facebook)
Alexandre é DJ desde os 15 anos. (Foto: Reprodução/Facebook)

Quando começou a tocar na noite de Campo Grande, aos 15 anos, Alexandre Motta, hoje com 37, não imaginava que, no futuro, se tornaria um DJ cristão e que iria, algum dia, tocar versões religiosas de músicas do momento, como o “Show das Poderosas”. Acontece que a vida dá voltas e o impensável, às vezes, acontece.

Depois de uma década acumulando experiências nas principais casas noturnas da cidade, como a Chatanooga e a Limit, ele se converteu, em 2002, ao cristianismo. Ficou parado por 3 anos, mas em 2005, depois de pesquisar e descobrir que era possível continuar na profissão, sem se desvincular da igreja, voltou à ativa.

Hoje, no comando das picapes, DJ Xandy, como é conhecido, continua agitando a galera e tocando todos os ritmos, do eletrônico ao axé, mas as letras mudaram porque o foco, agora, é o evangelho.

Do “Culto das Poderosas” ao “Deus eu te quero” - O hit de sucesso da funkeira Anitta, por exemplo, ganhou versões com roupagens religiosas. Uma delas mantém o “prepara” da letra, mas diz que é “hora do show das poderosas que abalam o planeta quando ajoelham e oram”.

Depois do refrão vem o recado: “Quando elas chegam o mal sai por onde entrou/ quando começam a orar mostram assim que são/ seu exército é formado por anjos de poder/ se o diabo levantar estende a mão: sai/ sobre nós foi dada autoridade...”.

A criatividade não se limita apenas ao funk. “Ai se eu te pego”, sucesso do sertanejo Michel Teló, também foi modificada. A adaptação de Josué Figueiredo, que também vai parar nas pistas de dança, diz o seguinte: “Nunca, nunca, de ti vou me afastar/ Deus eu te quero / pai, pai, eu te quero...”.

Xandy em mais um trabalho. (Foto: Reprodução)
Xandy em mais um trabalho. (Foto: Reprodução)

Até Gangnam Style, do coreano Psy, ganhou uma versão evangélica, com vídeo e tudo. A produção, de um grupo de Curitiba, tem, até agora, mais de 19 mil visualizações no Youtube. “De dia só no mundo e em meio ao pecado, mas aceitei Jesus e por ele foi curado”, canta o cantor genérico.

Retorno - São musicas assim que o DJ leva para as festas em Campo Grande. Os convidados, ele garante, se divertem e saem suados da pista do mesmo jeito.

“As pessoas chegam a perguntar se o que estou tocando é evangélico mesmo. Isso acontece sempre”, comenta. O estranhamento surge porque, embora pouco divulgado, o meio gospel, declarou, “cresceu demais e tem muita gente se dedicando”.

Em outras palavras, Alexandre quer dizer que, atualmente, um evento de cunho religioso não precisa, necessariamente, se limitar às canções “tradicionais”. “Sou bem eclético e toco todos os ritmos: forró, pagode, axé, funk, eletrônica, rock, reggae... Faço de tudo um pouco. Nas festas mais voltadas à juventude, trabalho mais com o eletrônico gospel”, conta, ao dizer que algumas músicas “tem batidas que lembram as seculares, mas a roupagem e os cantos são evangélicos”.

Mas não são todas. “Em uma escala de 0 a 100 eu diria que 5%. O resto é produção cristã e até minha mesmo”, explica.

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