ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Diversão

Dono de hits chicletinhos se revolta contra indústria da música

Ângela Kempfer | 20/08/2012 14:31
Marco Aurélio (de preto) ao lado do companheiro Paulo Sérgio.
Marco Aurélio (de preto) ao lado do companheiro Paulo Sérgio.

Ele faz muito sucesso por tabela, nos bastidores. Fãs enlouquecidos de astros como Luan Santana, Munhoz & Mariano, Maria Cecília e Rodolfo, Fernando & Sorocaba cantam os hits dos ídolos, sem saber que o responsável pelas canções é Marco Aurélio.

Mesmo como um dos compositores mais requisitados e bem pagos do Brasil, o sertanejo que desde adolescente vive em Campo Grande agora resolveu colocar em música a indignação com a indústria cultural.

Em dupla com o companheiro Paulo Sérgio, ele gravou uma canção que está dando pano para manga no YouTube.

A letra de “Tá na Hora” pede para os músicos levantarem a bandeira da alma sertaneja. “Tá faltando som da viola. Tá faltando alguém levantar a bandeira. Que esse som de hoje não rola”, cantam Marco Aurélio & Paulo Sérgio.

O compositor de canções como “Amar não é Pecado”, “Você de Volta” e agora “Camaro Amarelo”, parece desgostoso com a fábrica de sucessos que a música sertaneja se transformou. “Tá virando tudo comércio. Paga que eu toco na hora. Já botaram preço até no sucesso. Quem não tá no esquema, tá fora”, protesta.

No alvo não estão só os donos de rádios e empresários, os cantores e produtores também levam um presta atenção. “Que que é isso, cantador? Ter que arrumar a voz no computador. Que que é isso, produtor? Sua estrela tá mais alta que a do próprio cantor”.

Conhecido por denunciar o esquema de ceder os direitos autorais para outro assinar a composição, a prática também é denunciada em “Tá na Hora”. “Isso sem falar do comprador de canção. Que sai falando que é compositor e dos bão.”

Por fim, o compositor chama os verdadeiros músicos a voltar as antigas. “Tá na hora, tá na hora de escutar modão de verdade.Uma guarânia, um chamamé. Xote, bolero, e um arrasta-pé. E um batidão daqueles, da gente suar dançando com a mulher”.

Depois da divulgação da música, os comentários se dividiram entre apoio e críticas. “O público também tem que mudar. Vamos fazer voltar a cultura sertaneja, como era antes, com Tião Carreiro & Pardiho, Divino & Donizete”, diz que se identificou como Matheus Viola.

“Tudo que eles disseram na música é verdade, porém eles próprios fazem parte desse movimento que eles estão criticando. Vou dar um exemplo, o Marco Aurélio é um dos compositores da música Camaro Amarelo, uma música que é pra lá de comercial, que de sertanejo mesmo não tem nada fora as tantas outras composições deles e produções dos artistas atuais todos eles que fazem parte do tal sertanejo universitário então eles tem q decidir de que lado eles estão”, reclama Carolina Ataíde.

Desde a semana passada, o Lado B tenta contado com o músico, mas ele não atendeu as ligações.

A música foi postada no YouTube depois que Jorge, da dupla Jorge & Matheus, também resolveu soltar o verbo em julho deste ano. Em entrevista a sites dirigidos ao público sertanejo, ele classificou o mercado de “podre”. “A gente chegou a uma situação insuportável, e acho que é um momento em que alguém precisa falar algo”, disse.

Nos siga no Google Notícias