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Diversão

Nova geração dos Espíndola sobe ao palco por Geraldo

Paula Maciulevicius | 30/11/2012 07:46
Geraldo, Julinho, o neto de 3 anos, Pedro, Maíra, Celito, Jerry, Tetê, Alzira, Luz, Iara, Gilson, Dani Black e Zeca Baleiro cantam, junto do público: “Oh, meu amor! Não fique triste... Saudade existe pra quem sabe ter...” (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Geraldo, Julinho, o neto de 3 anos, Pedro, Maíra, Celito, Jerry, Tetê, Alzira, Luz, Iara, Gilson, Dani Black e Zeca Baleiro cantam, junto do público: “Oh, meu amor! Não fique triste... Saudade existe pra quem sabe ter...” (Fotos: Rodrigo Pazinato)

Pedro, Luz Marina, Iara Rennó, Dani Black. A nova geração dos Espíndola foi quem abriu o show do anfitrião da noite. Aos 60 anos, Geraldo Espíndola foi apresentado pelo resultado da carreira: sobrinhos que carregou no colo, hoje carregam na veia o sangue da família que nasceu para a arte. São os frutos do talento da composição e canção que chamam ao palco o precursor da música dos Espíndola.

Ele já agradecia antes mesmo de o show começar. "Pra depois" foi lançado na noite desta quinta-feira, em Campo Grande, após ter passado pela Europa. Mato Grosso do Sul ficou ‘pra depois’ de Madrid, Barcelona e Paris, mas o cd que marca os 60 anos de Geraldo veio com os Espíndola em peso e o parceiro Zeca Baleiro.

"Agradeço meus produtores, meus irmãos, sobrinhos, Zeca. A agenda bateu e todo mundo falou dá pra fazer. Foi meu presente de aniversário inesperado". Isso porque o aniversário de Geraldo é nesta sexta (30). Do 'vamos fazer' ao aconteceu, foram 20 dias de preparo entre a ideia do show e a execução. "É uma satisfação imensa e uma resposta ao meu público em Campo Grande", disse o anfitrião da noite e quase aniversariante.

O novo cd traz composições em conjunto com Arlindo Fernandes, Luca Marimbondo, Henrique Medeiros, Gabriel Sater, Humberto Espíndola e Paulinho Simões. O 'carro-chefe' do novo trabalho, Geraldo diz que não tem. Responsabilidade atribuída aos fãs. "Vocês vão ter que escolher e definir, eu sou muito suspeito".

O abraço carinhoso entre irmãos que comemoram um novo ano de vida com um novo trabalho. Geraldo e Tetê cantam juntos
O abraço carinhoso entre irmãos que comemoram um novo ano de vida com um novo trabalho. Geraldo e Tetê cantam juntos

“Pra depois” traz o perfil de Geraldo. O regionalismo e a poesia únicos alcançados por ele ao lado de grandes poetas. É audacioso quem mesmo tendo uma carreira para lá de consolidada, gravar e lançar um novo disco aos 60. Mas, para ele isso não é desafio, nem tampouco atrevimento e sim normal.

"Eu sempre fiz isso. Sempre tive uma carreira paralela e periférica. Nunca tive esse sonho, quer dizer, até tive, foram três anos em São Paulo. Não é para mim essa coisa do esquema que rola. Sou de muita liberdade. Meu escritório é a minha cabeça. Eu vou ingerindo, a música é a gestão do coração e sem o gerenciamento de ninguém".

Nunca precisou e não será agora. Apresentado pelo sobrinho Dani Black, músico que faz a carreira em São Paulo, Geraldo sobe ao palco e abre o show com a música 'Luar do Deserto'. A letra por si já transbordaria amor, mas antes, ele revela que foi escrita por ele e a esposa 'Baianinha'.

"Estava na Tunísia, antes da Primavera árabe e mandando e-mails para a esposa... Adoro você meu amor". Interrompe para se declarar à esposa - "nós fizemos uma canção, pelos e-mails, ela fez a letra", atribui a coautoria à esposa.

E junto do sobrinho, Luar do Deserto diz que "nascem oásis no deserto quando penso em você".

Na sequência de músicas inéditas, a parceria com Arlindo Fernandes fez surgir no palco “Atrás dos camalotes”, onde segue um espelho que reflete aves e estrelas, seguem barcos e a noite.

Um dos trechos mais bonitos que arranca os suspiros da plateia vem da música “Simplesmente amei”, composta em conjunto com Luca Marimbondo. Geraldo canta e encanta dizendo “estamos juntos. Você, eu e mais ninguém, simplesmente amei”.

Ainda enquanto passavam som, Zeca Baleiro veio direto de show no Maranhão para cantar
Ainda enquanto passavam som, Zeca Baleiro veio direto de show no Maranhão para cantar

Mas é na nona música que o público aplaude com todo gosto, quando Geraldo Espíndola anuncia: “Sou o maior fã. É uma das maiores cantoras de MPB”. Dispensa apresentações e entra em cena uma Espíndola que não muda a cara, mesmo com o passar dos anos.

Junto do irmão, Tetê canta ‘Voos Claros’. Num dueto de arrepiar, era só os Espíndola e o violão. “Vem voar entre as cores da solidão. Faz nascer teu afeto em mim e se deixe em meu coração”.

Na décima canção, Geraldo prestigia o público junto das sobrinhas, Luz Marina e Iara Rennó, cantando que é necessário arrumar seu amor, sua cama e acender a chama. “Quando você cai dentro do meu coração, é como se o sol e a lua se esparramassem pelo chão” é cantado não só pelo trio, e sim, em coro com todo o público.

A música divulgação do cd “Bonito”, foi dividida com Gilson Espíndola. Em homenagem à capital do turismo sul-mato-grossense, Geraldo canta que jura por Deus “eu acredito, lugar na terra igual não há como Bonito”.

Subiram ao palco ainda Celito, Maíra, Jerry e Pedro Espíndola. Já nas últimas músicas da noite, Alzira é quem reapresenta o irmão como “sobrevivente do amor, da dor e do coração”. Juntos, a dupla entoa ‘Kikyô’ que ganha a adaptação de kaiowá, no trecho tupi-guarani, por conta de Alzira.

O avô coruja com o neto Julinho.
O avô coruja com o neto Julinho.

É na 17ª canção que Zeca Baleiro sobe ao palco. Antes de começar a ‘Cunhataiporã’ ele diz ao público e à família amiga. “A partir de hoje, é Zeca Espíndola Baleiro”. A música, regravada por Baleiro em 2010, sempre foi parte do repertório do artista, até a inclusão dela na trilha sonora do filme “Carmo”, gravado em Corumbá.

“Quando surgiu o filme, eu falei vamos fazer justiça. O convite do diretor era para tocar num bar e ele queria ‘Lenha’. Eu falei posso tocar a música de um compositor da região”. Aí ‘Cunhataiporã’ ficou no filme e no cd de Zeca Baleiro.

“Sou amigo e fã, nem sei dizer como começou”. Baleiro, fora dos palcos elogia Geraldo que aos 60 anos dá a cara a tapa num novo cd. “Ao mesmo tempo é corajoso e com uma incrível disposição. É sinal de vida e vida criativa, isso é louvável”, diz.

O show chega ao fim. Geraldo chama Julinho, o neto de 3 anos para cantar no palco. O pequeno puxa a fila, vem Pedro, Maíra, Celito, Jerry, Tetê, Alzira, Luz, Iara, Gilson, Dani Black, Zeca Baleiro. E junto do público: “Oh, meu amor! Não fique triste... Saudade existe pra quem sabe ter, minha vida cigana me afastou de você e por algum tempo vou eu vou ter que viver por aqui, longe de você...”

No fim, além da calorosa salva de palmas, Geraldo foi presenteado com um parabéns cantado pelo público, em comemoração aos 60 anos de vida e talento de Geraldo Espíndola.

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