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Diversão

Uma festa solidária que relembrou os anos de glória da antiga rodoviária

Elverson Cardozo | 25/08/2012 11:37
Quadrilátero da rodoviária voltou a ficar movimentado ontem à noite. (Fotos: Elverson Cardozo)
Quadrilátero da rodoviária voltou a ficar movimentado ontem à noite. (Fotos: Elverson Cardozo)
Cerca de 30 empresas aderiram à ideia e participaram da ação.
Cerca de 30 empresas aderiram à ideia e participaram da ação.

Na antiga rodoviária de Campo Grande, do salão de beleza onde trabalha há quase duas décadas, a cabeleireira Nete Guedes, de 50 anos, atendia a uma cliente e vibrava com o início da primeira Festa da Solidariedade, que começou na noite desta sexta-feira (24) e termina no domingo (26), dia em que a Capital completa 113 anos.

É que, por algumas horas, o evento devolveu ao Terminal Rodoviário Heitor Laburu, desativado em 2010, parte da movimentação dos anos de glória e aos comerciantes a esperança de que o local pode voltar a ser como antes: um movimentado centro comercial, um ponto de cultura e um espaço de lazer.

O passado ficou na história, mas as lembranças continuam vivas, pena que a realidade já não é a mesma. Com a desativação, a área ficou esquecida. Quem resistiu à mudança, seja por convicção ou necessidade, não faz questão de esconder os prejuízos.

Nete, a cabeleireira, prefere escancarar o problema e conta que o rendimento no salão caiu 50%. Foi preciso coragem para continuar, mas as apostas ainda estão no futuro. O sinal de que pode haver uma mudança positiva foi dado ontem.

A Festa da Solidariedade, parte do projeto "Coração Solidário", organizado por um grupo de campo-grandenses, é a prova de que é possível pensar em mudança, mas não se deve ficar apenas no discurso.

"Espero as pessoas não vejam isso daqui como um bicho de sete cabeças. Aqui só tem trabalhador e pessoas que lutam para sobreviver", afirmou.

Mesmo sem ter passado por reforma, o quadrilátero do terminal rodoviário ganhou um novo aspecto com as atrações que recebeu, como os brinquedos infantis e os serviços de aproximadamente 30 empresas e entidades parceiras, que aderiram à ideia, fora a presença dos dogueiros.

"Espero que as pessoas não vejam isso daqui como um bicho de sete cabeças", diz cabeleireira Nete.
"Espero que as pessoas não vejam isso daqui como um bicho de sete cabeças", diz cabeleireira Nete.

Nos corredores, o que mais se esperava: visitantes. Uma movimentação atípica que deixou os comerciantes, alguns já acostumados à calmaria, surpresos e esperançosos. "Acho que agora vai mudar", comentou Ademir Candido de Jesus, de 60 anos, que alugou um bar, dentro do terminal, há 3 semanas.

Representante dos comerciantes da rodoviária, Rosane Nely de Lima, de 44 anos, que trabalha no local há 18 nos, explicou que a ideia da festa é tirar o estereótipo de que a antiga rodoviária é o pior lugar de Campo Grande. "A gente vem lutando para conquistar adeptos a nossa lista", disse.

O objetivo principal é levar solidariedade aos empresários que sofrem com a desativação do terminal, além de chamar a atenção do poder público para o abandono do local e mobilizar a sociedade a buscar e cobrar mudança.

Proprietária de 8 salas comerciais construídas dentro da rodoviária, Heloisa Cury compareceu à festa e teceu críticas aos empresários que deixam de investir no terminal pela "fama" que ele carrega.

"Uma capital com o porte de Campo Grande se prender a pré-conceitos e paradigmas?", questionou. "Eles tem que observar que aqui tem uma 25 mil metros de área para a sociedade", acrescentou.

Heloisa citou como exemplo os dois cinemas que o prédio abriga e que estão abandonados. Cada uma das salas tem capacidade para 600 pessoas.

Miss Mato Grosso do Sul, Karen Recalde, abriu os desfiles.
Miss Mato Grosso do Sul, Karen Recalde, abriu os desfiles.

Desfile - Paralelamente às atrações musicais que marcaram a noite, no segundo piso da rodoviária aconteceu um desfile de moda organizado pelo estilista Luiz Gugliato. "Fui convidado pela associação e pensei: Porque não um desfile de moda?", disse.

Segundo Glugliato, "a causa é nobre" e por isso ele resolveu participar da festa levando uma atração ao espaço. "É o primeiro de muitos", disse, ao adiantar que pretende realizar um novo desfile, no mesmo lugar, ainda este ano.

Ontem, 34 modelos - sendo 22 mulheres e 12 homens - levaram à passarela as últimas tendências das griffes Cantão, Fabrizio Giannone e Ellus. O desfile foi aberto pela miss Mato Grosso do Sul, Karen Recalde.

Modelos levaram à passarela últimas tendências das grifes Cantão, Fabrizio Giannone e Ellus.
Modelos levaram à passarela últimas tendências das grifes Cantão, Fabrizio Giannone e Ellus.

A entrada era um quilo de alimento não perecível. A arrecadação, segundo o estilista, destina-se à AACC (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer) de Campo Grande.

Hoje, às 19h, o desfile traz roupas da Fórum. Às 20h será a vez da griffe Adji Menswear. Convites para os desfiles devem ser retirados nas lojas das empresas participantes.

A estimativa da organização é que 3 mil pessoas passem pelo local durante os três dias de festa.

Abertura e progamação - Ontem, a abertura foi ao som da MPB e do Pop. Subiram ao palco Jerry Espíndola, Maria Depieri, Zé Geral e Zum de Besouro.

Na programação de hoje à tarde, as bandas evangélicas Ministério Tsidkenu, Adoração Profética e MPB com Nuno Baes. À noite será de sertanejo, com Claudio e Chuão, Léo Marques e Ricardo, Ingrid e Rafael, Vanessa Ayala e Hermes e Henrique.

No domingo (26) à tarde sobem ao palco as bandas católicas Estação XVII, Rei da Glória, Ahava e Rumo ao Céu. À noite será de rock e ragage com Louva Dub, Rockers, Xaraês, Lye Meirellis e Circo de Baco.

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