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Arquiteto espalha 35 árvores em Campo Grande para plantar memórias

Erick iniciou o projeto em maio e terminou pouco antes do aniversário da cidade, em agosto

Lucas Arruda | 17/09/2017 07:05
A primeira árvore foi plantada nas Moreninhas para homenagear a avó (Fotos: Marina Pacheco)
A primeira árvore foi plantada nas Moreninhas para homenagear a avó (Fotos: Marina Pacheco)

Erick Fraiha Machado sempre foi um arquiteto preocupado com a sustentabilidade. “Segui essa profissão por isso, por me importar bastante com a natureza. Sempre procurei fazer projetos aliados ao meio ambiente”, ressalta. Este ano, encontrou um site que calcula sua emissão de gás carbono anual por meio de seus hábitos diários e, a partir do resultado obtido, ele te diz quantas árvores você tem que plantar para compensar sua emissão de CO2.

Para compensar sua emissão, Erick deveria plantar pelo menos 22 árvores neste ano, segundo o site, mas ele foi além. Resolveu plantar 35, número que representa a idade que completou em 2017. Foi então que surgiu o projeto “Plantando Memórias na Terra Morena”, onde visitou lugares importantes de sua vida e plantou um jacarandá-mimoso em cada um.

Erick completou 35 anos este ano, por isso as 35 árvores
Erick completou 35 anos este ano, por isso as 35 árvores

A ideia era começar o projeto de plantios das 35 mudas em seu aniversário, no dia 19 de maio, e terminar até o aniversário de Campo Grande, no dia 26 de agosto. Apesar de ser típica aqui no Estado, o arquiteto não encontrou as mudas que precisava por aqui. “Tive que encomendar da internet, elas demoraram a chegar, achei que teria que mudar meu cronograma”, conta.

A ansiedade acabou uma semana antes dele comemorar mais um ano de vida, quando os jacarandás chegaram. Logo começou o projeto e o primeiro plantio foi longe. “Homenageei minha avó quando plantei a primeira árvore, fui lá nas Moreninhas encontrar um lugar”, recorda.

Pelo bairro ter mudado muito desde o tempo que sua avó morou por lá ele decidiu plantar a árvore numa parte em que havia mais verde no bairro. “Está tudo mudado lá, calçadas pequenas, muito concreto. Onde ficava a casa dela não consegui achar um lugar ideal para o plantio”, afirma.

Depois vieram lugares que morou, escola que estudou, parques urbanos que sempre gostou de frequentar, entre inúmeros outros pontos da cidade. Teve até lugar que lhe trazia lembranças não muito agradáveis. “Plantei uma perto de onde morava com minha ex-esposa, para enterrar o que ficou de ruim e para florescer novas lembranças boas debaixo das sombras da árvore que irá nascer”, reflete.

Desde o início, o projeto serviu como uma terapia para Erick, que chegou até a chorar durante alguns plantios. Como publicava as fotos a cada novo jacarandá plantado publicava a foto no Instagram, também recebia incentivo dos internautas. “Muita gente começou a curtir, compartilhar a hashtag. Todo o projeto me fez muito feliz”, frisa.

A última árvore foi plantada perto de sua casa, ali pelo São Francisco. Ela simboliza o término do último relacionamento do arquiteto, que acabou perto do fim do projeto.

Para que as árvores cresçam forte e floresçam ele sempre anda com dois galões de água dentro do carro, assim quando passa por perto de um lugar em que plantou um jacarandá ele vai lá regar. “Não dá pra cuidar de tudo, são muitos lugares, alguns bem longe. Espero que volte a chover logo”, torce.

Erick espera que sirva de inspiração para que as pessoas passem a se importar mais com o meio ambiente e plantem árvores para que tenhamos um mundo melhor. “Não precisa ser 35 ou 20 por ano, plantando uma já está bom, já irá fazer a diferença para o planeta”, avalia.

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A última árvore foi plantada perto de sua casa atual, simbolizando o término do último relacionamento
A última árvore foi plantada perto de sua casa atual, simbolizando o término do último relacionamento
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