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Criança ansiosa pode ser sono, solução é pais criarem estratégias desde o berço

Resolver a falta de um sono reparador durante a noite depende de pacto em família

Thaís Pimenta | 25/01/2018 08:30
Bebês até os quatro meses de idade acordam com mais frequência por uma questão instintiva. (foto: Divulgação)
Bebês até os quatro meses de idade acordam com mais frequência por uma questão instintiva. (foto: Divulgação)

Só quem já foi pai e mãe um dia vai se identificar realmente com o drama que é o sono infantil. Uma tarefa nada simples, pode causar instabilidade emocional na família toda e, mais ainda, provocar problemas emocionais pelo resto da vida. O segredo para fazer seu bebê, ou até mesmo uma criança mais crescida, dormir bem tem mais a ver a rotina da família do que apenas da criança.

De acordo com a psicóloga Pollyana Rocha, especialista em atendimento materno infantil, seguir a linha técnica que prega deixar o bebê chorando até ele se cansar é muito perigoso. "O bebê vai dormir sim, mas só depois de ter uma descarga elevada de estresse. Esse ato passa uma sensação de abandono a ele, e pode ter graves consequências ao longo da vida dessa pessoa", explica.

O resultado ao longo do tempo pode ser insônia, hiperatividade e crises de ansiedade.

Psicóloga Pollyana explica os meios para uma boa higiene do sono. (foto: Thaís Pimenta)
Psicóloga Pollyana explica os meios para uma boa higiene do sono. (foto: Thaís Pimenta)

Ela explica ainda que o sono de um bebê de 1 mês vai ser diferente de uma criança de 5 meses, assim como de outra com 1 ano. Faz parte da natureza dos recém-nascidos acordar várias vezes durante o sono: é uma questão de sobrevivência. "Eles sentem realmente muita fome. Para um bebê até os quatro meses, ele ainda não entendeu que saiu da barriga e, por isso, precisa de todo aquele conforto, aquele afeto, que ele recebia dentro de você".

É dormindo que cerca de 90% do hormônio de crescimento são liberados, a melatonina. "A gente escuta os avós falando pra deixar as crianças dormirem pra eles crescerem né? Então, é verdade. Isso sem contar também toda a parte de renovação de células que acontece durante o sono".

Para a especialista, é importante que os pais façam uma higiene do sono, que inclui ajustar a hora de todo mundo ir para a cama, que deve ser sempre a mesma, diminuir o uso de telas, como tablets, smartphones e televisores, criar rotinas consistentes antes de deitar e construir estratégias para acalmar, como ler ou ouvir uma música relaxante.

"Entre os mais novos, a gente já avisa: não vai ter rotina até o quarto mês de vida da criança. O que eu indico é assim que escurecer, abaixe as luzes do cômodo, desligue a tv, não faça brincadeiras excitatórias, e deixe o bebê começar a relaxar. Esse cenário vai ajudar ele a relaxar e, consequentemente, começar a sentir sono", diz.

Prestar atenção nos sinais do sono também é importante. "Por exemplo, se a mãe amamenta o pequeno antes dele dormir dá pra sentir quando ele só ele chupetando o peito. É nessa hora que se deve colocá-lo no berço, para que não se crie vícios rotineiros".

Esses vícios são pequenas manias repetidas como rotina, interpretadas pelos filhos como "hora de dormir". Ninar a criança até que durma no colo ou dar peito até que o bebê apague ali mesmo não é aconselhavel, porque quando o ciclo pesado de sono dessa criança se completar, em cerca de 50 minutos, ela vai "perceber que não está mais no mesmo lugar em que estava quando dormiu, vai despertar e começar a chorar", diz a psicóloga.

Uma boa rotina a se seguir é jantar, tomar um banho quente, escovar os dentes, vestir pijama, deitar na cama, ouvir histórias e se entregar ao sono.

Cochilos fazem parte - Durante o dia, faz parte da natureza da criança tirar cochilos. Para ser revigorante, essa etapa precisa ter, no mínimo, 40min de duração. "Esse período depende da idade".

Ao nascer, os ciclos de sono não são influenciados pela alternância entre o dia e a noite. O bebê dorme em média 17 horas e é a fome que o desperta. Gradualmente, após o 1º mês de vida, isso vai mudando.

Por volta dos 6 meses, a criança tira de 2 a 3 sonecas durante o dia. A partir de 1 ano de idade, a duração do sono diminui em média para 14 a 11 horas, divididas em três períodos de sono, um de noite e dois de dia: de manhã e à tarde.

Entre os 15 e os 30 meses de idade acaba a soneca de manhã, mas continua a da tarde que só será abandonada entre os 3 e os 5 anos, ou mais tarde.

De acordo com a doula Carla Rodrigues, durante esse processo de higiene do sono da crianças e também da família, é muito importante que o casal esteja em plena harmonia de ideias e até de posicionamento. "Não adianta a mãe estar super tranquila, tentando respeitar essas dicas, se o pai fica ansioso, por exemplo. Isso influencia diretamente na resposta da criança a essa higiene do sono".

A chave para não entrar em crise é estudar sobre a maternidade. "Ter conhecimento ajuda muito. É o primeiro passo pra uma maternidade e uma paternidade mais tranquila", finaliza.

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