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Modelo internacional largou tudo para dar aulas de yoga de graça aos domingos

Thaís Pimenta | 14/03/2018 07:45
Naigel era modelo internacional e depois de uma experiência na Índia largou tudo para se dedicar ao yoga. (Foto: Acervo Pessoal)
Naigel era modelo internacional e depois de uma experiência na Índia largou tudo para se dedicar ao yoga. (Foto: Acervo Pessoal)

Quem vê Naigel Haran nas manhãs de domingo, dando aulas gratuitas de yoga no Parque das Nações Indígenas, não imagina a transformação que a prática fez em sua vida. Aos 24 anos, o modelo internacional e ex jogador de futebol profissional, que saiu de Dourados para ganhar o mundo, já não se identificava com o que pensava ser um sonho. Tudo só começou a mudar quando ele buscou ajuda em um lugar bem distante do Brasil, no Instituto de Yoga Internacional, em Mumbai, na Índia.

“Eu praticava algumas posturas que um amigo meu havia me ensinado. Busquei refúgio, na época, na academia, mas não era algo que se encaixava realmente comigo. Até que, me lembro bem, uma vizinha minha saiu aqui em frente de casa, era um domingo de manhã, e ela perguntou se eu havia visto a entrevista da Fernanda Lima sobre como o yoga havia mudado sua vida. Eu fui atrás do vídeo e foi ali que decidi”, comenta. Em sua conta bancária, Niagel tinha cerca de U$$ 1.500 dólares. Mil desse valor foi para a passagem e o restante foi para se inscrever no curso no Instituto.

A trajetória até Naigel se ver perdido é o ideal de qualquer modelo que quer alçar grandes vôos na profissão. Desde os 15 anos, o menino viajava o mundo fazendo trabalhos em passarelas e em ensaios fotográficos. “Só quem está ali dentro sabe. É uma vida cheia de festas, cheia de mulheres bonitas. Trabalhava em festas, era hostess e, pra você se manter querido, fica perto de drogas, de todos os tipos. Eu fui levando assim, usei muita coisa e acabei me perdendo. A culpa não foi de ninguém, foi uma escolha minha trilhar esse caminho”, explica.

O culto ao corpo perfeito, às baladas e à uma vida de ostentação, continuam em seu Instagram pessoal. "Era apegado a mostrar o tempo todo o que eu tinha de melhor. Hoje em dia eu ainda mostro, mas só o que é realmente melhor pra mim. Estou na minha jornada pessoal".

Naigel foi modelo internacional.(Foto: Acervo Pessoal)
Naigel foi modelo internacional.(Foto: Acervo Pessoal)
Naigel no Instituto internacional de Yoga. (Foto: Acervo Pessoal)
Naigel no Instituto internacional de Yoga. (Foto: Acervo Pessoal)

Foram sete anos de viagens. Voltava para casa, ficava um mês, e lá estava ele, mais uma vez, em algum aeroporto a caminho do trabalho. Até que em uma dessas vindas para Campo Grande, para a casa da família, sua mãe notou que o filho já não era mais o mesmo menino. “Eu estava muito mal. Fui ao psicólogo e a médica me diagnosticou com bipolaridade. Me deu vários remédios tarja preta”, lembra. 

O Naigel de antes zombava do movimento da alimentação sem carne e quando viu, estava imerso nesse estilo de vida. O momento crucial aconteceu quando foi convidado para um trabalho de modelo como freelancer e foi recebido com um verdadeiro banquete. “Me ofereceram hambúrguer, frango, milhares de opções e me questionaram sobre o que eu queria comer. Só perguntei se não tinha nada vegetariano no cardápio”, lembra ele.

A filosofia da yoga afetou completamente sua vida. “Eu aprendi a respeitar a mim mesmo, ter o controle do que posso e o que não posso, do que me faz bem intimamente”, completa. Dois meses antes do curso acabar, o diretor do Instituto perguntou se Naigel gostaria de ser professor voluntário. “Tive que escolher naquele momento se ganharia dinheiro com os trabalhos de modelo que ainda fazia ou se ficava no Ashatana. Optei caminho que me fazia mais feliz!”.

De volta a Campo Grande, depois de mais de um ano lecionando a prática na Índia, Naigel criou projetos para que todos pudessem ter contato com o yoga. “É muito transformar e eu acho que todo mundo deve poder ter essa experiência. Nem todo mundo pode pagar por aulas personalizadas ou em um estúdio”.

Por isso, aos domingos, religiosamente às 7h, se prontifica a lecionar de forma gratuita na entrada próxima aos caiaques. "Lancei esse projeto no dia 17 de janeiro. O sucesso veio desde o primeiro domingo de encontro. Vieram 47 pessoas". Às sextas-feiras de manhã, ele está também no parque Airton Senna, no mesmo horário.

Além disso, o professor também criou um pequeno estúdio no condomínio onde mora, no bairro Parati, onde cobra um valor reduzido pelas aulas. "Para moradores é R$ 40, para visitante R$ 60". Pela cidade, dá aulas também no Estúdio Corpo em Movimento e na espaço SuryAmar.

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Aulas no parque aos domingos bombam. (Foto: Acervo Pessoal)
Aulas no parque aos domingos bombam. (Foto: Acervo Pessoal)
Algumas memórias de um dos tempos mais transformadores em sua vida, no Instituto. (Foto: Acervo Pessoal)
Algumas memórias de um dos tempos mais transformadores em sua vida, no Instituto. (Foto: Acervo Pessoal)
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