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Faz Bem!

Três pessoas em MS esperam transplante de coração como Faustão

Mato Grosso do Sul, no entanto, atualmente não tem equipes disponíveis para fazer esse tipo de cirurgia

Cassia Modena | 22/08/2023 11:29
Equipe da Santa Casa de Campo Grande transplantando coração, em 2020 (Divulgação/Assessoria)
Equipe da Santa Casa de Campo Grande transplantando coração, em 2020 (Divulgação/Assessoria)

O transplante de órgãos é o último recurso disponível para restaurar a saúde de alguém. Esta semana, a notícia de que o apresentador Fausto Silva, o Faustão, precisa receber um novo coração fez o assunto voltar às conversas.

Há três pessoas em Mato Grosso do Sul esperando pelo mesmo órgão até esta terça-feira (22). Eles estão inclusos em fila única do Brasil, entre outros 386 pacientes cardíacos. Os números constam no Sistema Nacional de Transplantes, ao qual a CET (Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul) tem acesso em tempo real, acompanhando cada pedido de doação que entra e cada doação que chega, em todos os lugares do país.

A prioridade é para quem tem o quadro mais grave. Fora esse critério, estão todos em pé de igualdade na lista de espera. "Não tem distinção se vai fazer o transplante na rede pública ou privada, nem qual a cor ou classe social da pessoa, por exemplo", descreve Claire Miozzo, que coordenada a CET há 20 anos.

Surgindo um coração disponível e compatível para transplantar – o que tem sido o mais difícil diante do baixo número de doações –,  restará ainda avaliar diversos fatores: se o tipo sanguíneo do doador é o mesmo, se as medidas estão de acordo com a idade e porte físico de quem vai receber, entre outras exigências que a medicina impõe para o sucesso da cirurgia.

Dados da CET/MS (Arte: Thiago Mendes)
Dados da CET/MS (Arte: Thiago Mendes)

Atualmente, Mato Grosso do Sul não tem equipe para transplantar coração, segundo Claire. Os três pacientes que estão na expectativa de receber um, provavelmente, terão que fazer a cirurgia em outro Estado quando órgão compatível aparecer. Pode ser que seja Brasília, o mais próximo que o realiza.

Único jeito de ser doador - A doação de coração só é possível quando há morte encefálica do doador. Isso acontecendo, é indispensável haver autorização da família do morto.

Por mais que existam formulários, cadastros e outros recursos disponíveis na internet para que a pessoa registre em vida o interesse de ser um doador, somente a família pode autorizar a doação.

Mesmo que não concordem com a doação por alguma razão, felizmente há familiares que fazem valer a vontade da pessoa que partiu. "Por isso, avisar, conversar e explicar os motivos de querer ser um doador à família é o único jeito de isso se concretizar", explica a coordenadora da CET.

Claire Miozzo, que tem 20 anos de experiência no assunto e coordena a CET (Foto: Marcos Maluf)
Claire Miozzo, que tem 20 anos de experiência no assunto e coordena a CET (Foto: Marcos Maluf)

Os hospitais credenciados para a captação de órgãos se empenham, com equipes especializadas, em acolher o luto de quem sente a perda e, ao mesmo tempo, sensibilizar para a importância da doação, que manterá viva, de certa forma, a pessoa querida. "Se não houver o 'sim', não tem processo de doação", diz Claire.

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