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Games

O sonho da realidade virtual está finalmente chegando aos videogames

Edson Godoy | 27/10/2015 12:30
O sonho da realidade virtual está finalmente chegando aos videogames

A realidade virtual é um sonho da indústria dos games há muitos anos. Na década de 90 várias empresas tentaram materializar esse sonho: a SEGA iniciou o projeto do SEGA VR, óculos que traria a realidade virtual para o Mega Drive; a Atari, em conjunto com a empresa Virtuallity, famosa na época por máquinas arcade que utilizavam tecnologia de realidade virtual, iniciou projeto do Jaguar VR, para o seu console Atari Jaguar. Esses dois projetos têm algo em comum: foram cancelados ainda na fase de protótipo. Motivo: a tecnologia não era convincente, não passava ao jogador a sensação de realidade virtual prometida, que é a alma de qualquer projeto VR.

O mesmo aconteceu quando a Nintendo lançou o console Virtual Boy, um óculos que era o próprio videogame, mas que apresentava vários problemas: ele não era totalmente portátil, pois precisava ser apoiado sobre uma superfície plana, seguro por um tripé. Além disso, o console utilizava apenas duas cores – preto e vermelho. Com tudo isso, o console não passava sensação de realidade necessária. Foi um completo desastre, ficando pouquíssimo tempo no mercado e deixando a marca de maior fracasso da Nintendo na história dos videogames.

Além dessas, várias outras tentativas foram feitas, por inúmeras empresas, sendo que todas não deram certo principalmente porque a tecnologia existente na época não era boa o suficiente para atingir o objetivo pretendido. Para pior, mesmo aquém das necessidades, era uma tecnologia caríssima, tornando os produtos proibitivos.

Depois da década de 90 a realidade virtual caiu no esquecimento no mundo dos games. Mas de alguns anos para cá isso mudou e algumas empresas estão investindo pesado para trazer a verdadeira realidade virtual para dentro da casa dos gamers. A principal iniciativa é do Óculos Rift, da empresa Oculus. Inicialmente um projeto criado via financiamento coletivo, a empresa foi posteriormente adquirida pelo Facebook. Isso possibilitou o aporte financeiro necessário para o projeto crescer substancialmente.

A prova disso foi o que vimos na Brasil Game Show 2015, durante uma apresentação do Rift em conjunto com o hardware da empresa NVIDIA, em especial de sua placa de vídeo GeForce GTX 980 TI. Sem dúvida a melhor experiência de realidade virtual vista até agora no mundo dos games. Um dos grandes problemas desse tipo de tecnologia é a sensação de enjoo que causa em algumas pessoas, algo que foi extremamente minimizado com ele, pois ouvimos pouquíssimos relatos nesse sentido por lá. Interessante destacar que a parceria da NVIDIA com a Oculus possibilitou que a última versão disponível do equipamento, apelidado de Crescent Bay, estivesse disponível.

Dois jogos estavam disponíveis, sendo um de aventura espacial e outro chamado Tower Defense. Sem dúvida uma experiência inesquecível e que até a BGS 2015 só havia sido mostrada no Japão e na Alemanha. Ainda na BGS pudemos conferir o óculos de realidade virtual da Samsung, para ser utilizado com smartphones da empresa. Incrível o poder de processamento que esses pequenos aparelhos possuem hoje. É claro que não se trata de uma experiência tão imersiva como o poderoso Rift em um PC bem equipado como o da NVIDIA. Mas com certeza “quebra o galho” para aqueles mais empolgados em experimentar a realidade virtual, com custo mais baixo.

Outra grande expectativa gira em torno do Playstation VR (antigo Morpheus), óculos de realidade virtual da Sony, para uso com o Playstation 4. Seu lançamento é previsto para 2016, com preço estimado semelhante ao de um console de nova geração (se custar o mesmo que o Playstation 4 no Brasil, R$ 2.600). Ele utiliza uma tela de OLED de 5.7 polegadas, com taxa de atualização de quadros de 120hz, o dobro da versão anterior, o que melhora em muito a velocidade com a qual as imagens são transmitidas, diminuindo as chances de ocorrer atraso entre o movimento do jogador e a imagem transmitida. O Playstation VR utilizará um sensor de movimentos próprio e um design que torne bastante prática a sua utilização.

Para os mais antigos no mundo dos games, a chegada da realidade virtual causa sentimento dúbio. Alguns, já céticos depois de tantos fracassos nessa área, dão de ombros à essa tecnologia. Agora outros, sempre ávidos com lançamentos e novidades, não veem a hora de colocar as mãos sobre um aparelho desses. O importante é ver que o mundo dos games está sempre conectado com as mais novas tecnologias, o que garantirá vida longa a esse maravilhoso hobby.

Para fechar, que tal ver nosso vídeo de cobertura da Brasil Game Show 2015? Esse ano resolvemos fazer um vídeo curtinho (menos de 8 minutos) para deixar a visualização mais dinâmica para vocês. Aliás, a BGS 2015 rendeu bastante conteúdo esse ano, hein? Com a matéria de hoje encerramos nossa cobertura do evento. Quinta-feira voltamos com as matérias regulares.

A coluna de games do Lado B tem o apoio da loja Press Start, que está com uma campanha no site de financiamento coletivo Kickante, buscando fundos para um novo projeto de games em Mato Grosso do Sul. Clique no link, confira e apoie o projeto. Visite também o meu site, o Vídeo Game Data Base.

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