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Sabor

Lei que leva comida de rua a vários pontos da cidade poderia emplacar por aqui?

Em Curitiba, existem pontos destinados aos food trucks em que todo mundo se reveza, mas apesar de lei semelhante ter sido aprovada por aqui em 2015, ainda não foi regulamentada

Thailla Torres | 26/01/2018 09:33
Será que a ideia faria diferença em Campo Grande?
(Foto: Pixabay)
Será que a ideia faria diferença em Campo Grande? (Foto: Pixabay)

Algumas ideias de fora parecem uma boa dica para também transformar Campo Grande. Em Curitiba (PR), por exemplo, começou a vigorar neste mês decreto que regulamenta os food trucks em vários pontos da cidade, levando aquela atmosfera da comida de rua onde ela realmente deveria estar. Já aqui, lei existe, mas nem sinal de regulamentação.

Por lá, a prefeitura destinou até o momento 11 locais públicos onde o veículo pode ficar. A vantagem é que o food não pode se fixar em um único ponto. Diariamente, os trucks devem se revezar entre os endereços demarcados para receber até três veículos. Assim, o projeto garante que a gastronomia faça um tour pela cidade.

Por aqui, desde 2015, quando o primeiro food park foi inaugurado na cidade, um projeto de lei tramita na Câmara Municipal para regulamentar o funcionamento dos food trucks na cidade, mas até agora ninguém viu a ideia sair do papel.

Vendendo sopa paraguaia pela cidade, a empresária Daiany Couto ainda pena para levar gastronomia às ruas. "A gente faz isso sem apoio nenhum da prefeitura, muitas vezes acha que vai ser bem acolhida em um ponto público e acaba sendo expulsa. Dia desses, eu parei em frente ao Sebrae, na rua e eles disseram eu não poderia ficar na frente do estabelecimento deles".

Daiany com seu carrinho pelas ruas da cidade.
Daiany com seu carrinho pelas ruas da cidade.

Daiany leva o conceito de food truck à risca e tenta percorrer com seu produtos todos os cantos da cidade, mas sente falta do incentivo. "Aqui não existe algo que deixe claro que a gente pode vender na rua. Não tem uma lei de food trucks e tudo fica muito vago. Tanto que o único jeito de vender, sem ser incomodada é contar com os parceiros", diz.

Na maioria da vezes, Daiany fecha parceria com estabelecimentos que dão permissão para ele ficar na frente e vende a sopa paraguaia. Mas foge da proposta de estar em locais mais acessíveis. "O ideia serial estar também em frente a uma praça, no Centro e até nas periferias. O problema é que a gente nunca sabe quando vão nos barrar e até aprender nossa mercadoria".

Na visão dela, a regulamentação ia fortalecer o empreendedor e a gastronomia na cidade. "Com certeza, se isso viesse pra cá, sem que cobrassem um absurdo da gente, com certeza chamaria atenção e as pessoas olhariam para nossa gastronomia de um jeito de diferente. Porque a gente que roda a cidade, sabe o que o povo fala, eles gostam do conceito truck".

Há cinco meses, a arquiteta Bruna Oliveira, de 26 anos, sente o mesmo receio quando sai às ruas. Ela decidiu ampliar os negócios e criar um food truck com lanches na cidade. Mas encontrou, logo de cara, a burocracia para estar nas ruas. "Tem dia que eu quero parar em uma praça, nas avenidas, mas a gente fica com aquele receio de perder tudo para a fiscalização".

Segundo Bruna, a regulamentação daria mais liberdade à empresários que estão presos em food parks, que já somam 6, em Campo Grande. "A ideia do food truck é isso, se movimentar pela cidade e os food parks ficam totalmente fora do contexto, porque nem todo mundo consegue ir até lá. A ideia é levar comida pra todo canto"

Food truck da Bruna, que roda pela cidade há 5 meses.
Food truck da Bruna, que roda pela cidade há 5 meses.

Projeto - Em 2015, foi aprovado um projeto de lei que estabelece regras para o funcionamento de food trucks em Campo Grande, mas até agora não há regulamentação que possibilite colocar os carros nas ruas.

A prefeitura precisa determinar locais, em todas as regiões da cidade, onde os veículos poderão ser estacionados assim como as regras de higiene e vigilância sanitária que deverão ser obedecidas. 

O Lado B entrou em contato com Sectur para saber em que pé está a proposta, mas até o fechamento desta reportagem não obteve resposta.

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