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Sabor

Sem medo, Ane largou tudo para ver marido ser o "Gordinho da garapa"

Devaldo era motoentregador e sempre quis trabalhar com caldo de cana no Jardim Ima, mas só agora conseguiu

Por Natália Olliver | 03/12/2025 06:10
Sem medo, Ane largou tudo para ver marido ser o "Gordinho da garapa"
Devaldo Guimarães e Ane Fagundes estão casados há 30 anos (Foto: Juliano Almeida)

Depois de muitos anos como motoentregador, enfim o sonho de Devaldo Guimarães, de 56 anos, e Ane Fagundes, de 45, saiu do papel. A técnica em enfermagem largou tudo para investir na vontade do marido de ter uma garaparia. Juntos há 30 anos, nascidos e criados no Jardim Ima, eles decidiram colocar um pequeno trailer na praça do bairro e arriscar a sorte. O nome do negócio virou o apelido de longa data de Devaldo: Gordinho.

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Após 15 anos como motoentregador, Devaldo Guimarães, de 56 anos, realiza o sonho de abrir uma garaparia junto com sua esposa Ane Fagundes, de 45 anos. O casal, casado há 30 anos, instalou um trailer na praça do Jardim Ima, em Campo Grande, onde servem caldo de cana, pastéis e outros quitutes. O estabelecimento, batizado de "Gordinho" devido ao apelido de longa data de Devaldo, representa uma nova fase para o casal. A mudança foi especialmente importante para Devaldo, que sofria com problemas de saúde devido a acidentes de moto durante sua antiga profissão. Apesar de recente, o negócio já conquista clientes fiéis no bairro.

Ane conta que, primeiro, foi Devaldo quem acreditou no sonho dela de trabalhar na área da saúde e que agora era a vez de ela retribuir. Foram seis anos dedicados ao que gostava, em uma empresa que ela classifica como muito boa para trabalhar.

Sem medo, Ane largou tudo para ver marido ser o "Gordinho da garapa"
Sem medo, Ane largou tudo para ver marido ser o "Gordinho da garapa"
Enquanto um serve o caldo de cana, o outro faz o pastel na hora para o cliente (Foto: Juliano Almeida)

“Ele acreditou no meu curso e eu acredito no sonho dele. Se é dele, é meu também. São 30 anos juntos”, resume. O negócio está dando certo, apesar de ter menos de dois meses. Gordinho explica que o projeto é antigo, mas só agora tiveram condições de colocá-lo de pé.

“O apelido veio do tempo em que comecei a trabalhar numa conveniência, e o pessoal começou a me chamar assim. Coloquei esse nome na garaparia porque chama atenção. Até hoje me chamam de Gordinho e ficou: virei o Gordinho da garapa. A ideia é de anos atrás. Eu cheguei a vender água de coco na Afonso Pena, na época em que fiquei desempregado. Um amigo me cedeu um carrinho. Depois, apareceu uma oportunidade de trabalhar numa empresa. Fiquei um bom tempo e, depois, fui ser motoentregador.”

Ao todo, foram 15 anos em cima de uma moto. O trabalho rendeu sustento, mas também dores, acidentes e prejuízos à saúde de Devaldo.

Sem medo, Ane largou tudo para ver marido ser o "Gordinho da garapa"
Sem medo, Ane largou tudo para ver marido ser o "Gordinho da garapa"
Sonho começou há mais de 15 anos, mas só agora Gordinho conseguiu colocar em prática (Foto: Juliano Almeida)

“Com o passar dos anos e alguns acidentes, eu fiquei limitado. Aí veio a oportunidade de abrir a pastelaria e garaparia, porque as duas coisas combinam muito. Achei melhor sair da moto porque o trânsito está muito violento, o pessoal não presta atenção e os motoqueiros estão sofrendo, se machucando bastante.”

Em 2011, ele sofreu um acidente que deixou marcas e dores permanentes. Desde então, enfrenta problemas na coluna. O novo trabalho, ironicamente, também ajuda. “Fiquei com artrose pelo baque do dia a dia, além dos tombos. Tive uma lesão pequena na coluna e no ombro. Desde lá sinto dor, mas a gente tem que suportar e correr pra batalha.”

Na praça da Rua dos Tupinambás, Ane frita os pastéis enquanto Gordinho serve e prepara o caldo de cana para quem chega. Os preços dos copos variam de R$ 10 a R$ 20. Além do carro-chefe, o casal vende água de coco por R$ 10 e pamonha por R$ 14. Os pastéis saem a R$ 12 e R$ 15 nos sabores carne, queijo e pizza.

Confira a galeria de imagens:

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“O ponto é bom. O pessoal está começando a vir conhecer. Já temos freguês fiel. A gente divulga bastante nos grupos do bairro. Conhecemos muita gente aqui. A família dela é daqui, a minha também. Mas, em 2019, vimos a oportunidade de financiar uma casa lá no Santa Emília e fomos. Só que a meta é voltar pra cá pro bairro.”

Com apenas um carro e dois carrinhos para carregar, o jeito foi negociar com vizinhos para deixar os equipamentos no bairro, ao invés de transportar tudo todos os dias. A ideia deu certo. “É um pouco longe para se deslocar, mas a gente sabe que aqui o bairro é bom. E recebemos apoio grande do presidente do bairro.”

Por agora, o que resta ao casal é esperar os clientes, sempre com um tereré na mão, hábito que eles não abandonam nunca.

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