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Sabor

Um “up” contra a imitação, Linguiça de Maracaju agora é protegida pelo Mercosul

A linguiça e outros 37 produtos genuinamente brasileiros entraram na lista de 220 itens protegidos

Danielle Valentim | 03/07/2019 06:52
Linguiça assando durante desta em Maracaju. (Foto: Arquivo/CGNews)
Linguiça assando durante desta em Maracaju. (Foto: Arquivo/CGNews)

O acordo comercial entre Mercosul (Mercado Comum do Sul) e UE (União Europeia), assinado na última sexta-feira, deu status especial à Linguiça de Maracaju. A partir de agora, a iguaria de Mato Grosso do Sul integra lista de 220 itens protegidos pelo Mercosul.

A Aptralmar (Associação dos Produtores da Tradicional Linguiça de Maracaju) já havia recebido o certificado de Indicação Geográfica pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). O selo é concedido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado.

São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer. Com o título, agora a linguiça ganhou um “up” contra a imitação.

Ao Lado B, o prefeito Maurílio Azambuja se diz animado e destacou a boa notícia aos negócios locais, afinal, o embutido é procurado por turistas de todo o País e até de fora, como Alemanha, Inglaterra, Argentina, além do vizinho Paraguai. O prefeito aproveitou para dizer que a receita original é que deixa o prato saboroso.

“A nossa produção vai ser mais vista, principalmente, porque os moradores da região é que possuem a técnica e fazem sucesso. Outras pessoas até tentam imitar, mas não conseguem”, disse.

Linguiça foi parar até na pizza, como essa da  La Gôndola. (Foto: Paulo Francis)
Linguiça foi parar até na pizza, como essa da La Gôndola. (Foto: Paulo Francis)

Conta a história que a produção do embutido surgiu da necessidade de famílias colonizadoras de Maracaju de conservarem os cortes bovinos nobres. Afinal, as viagens de Minas Gerais para cá duravam meses em carros de bois.

Gerson Alves Marcondes, de 85 anos, e a esposa Armezinda Alves Marcondes estão entre os pioneiros da receita. Gerson via os pais produzindo a linguiça. O sucesso também resultou na criação da Festa da Linguiça, que está na 25ª edição e, neste ano, aconteceu nos dias 3 e 4 de maio.

Apesar de a receita ser pública, com cortes bovinos de primeira linha, temperos regionais e toque especial do suco da laranja azedo, os maracajuenses não gostam de passar o segredo, afinal, tem até jeito certo para cortar a carne.

Na Capital, muitos locais afirmam servir a linguiça de Maracaju no recheio de pizzas e escondidinhos. A receita pode até ser a mesma, mas o produto original só é encontrado na cidade do sul do Estado, já que apenas 12 produtores têm o selo IG (Indicação Geográfica).

O Koncarne's, conhecido como açougue do João, reproduz a receita há 15 anos e fornece o produto para vários restaurantes da Capital.

Curiosidade - Maracaju entrou para o Guiness Book, em 1988, pela maior linguiça já fabricada, com 31 metros de comprimento.

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Funcionários de casa de carne trabalham na linha de produção. (Foto: João Garrigó)
Funcionários de casa de carne trabalham na linha de produção. (Foto: João Garrigó)
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