ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
AGOSTO, QUARTA  27    CAMPO GRANDE 16º

Lado Rural

Justiça Federal mantém veto à compra de soja de áreas desmatadas

Moratória volta a vigorar em todo o país até conclusão de inquérito sobre supostas irregularidades

Por Gustavo Bonotto | 26/08/2025 22:12
Justiça Federal mantém veto à compra de soja de áreas desmatadas
Lavoura de soja cultivada em região agrícola de Mato Grosso do Sul. (Foto: Aprosoja)

A Justiça Federal determinou, nesta segunda-feira (25), que a moratória da soja volte a vigorar em todo o país. A decisão suspendeu a medida da superintendência-geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que havia interrompido o pacto. O objetivo é garantir a manutenção do monitoramento da produção e impedir a compra de soja de áreas desmatadas na Amazônia após 2008.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Justiça Federal restabelece a moratória da soja, suspendendo decisão anterior do Cade. A juíza Adverci Rates Mendes de Abreu considerou a interrupção do pacto prematura e desproporcional, determinando que a moratória só pode ser alterada após análise do plenário do Cade. A decisão garante a continuidade do monitoramento da produção de soja e impede a compra de grãos de áreas desmatadas na Amazônia após 2008.A moratória, em vigor desde 2006, proíbe a aquisição de soja de áreas desmatadas da Amazônia Legal por exportadoras e associações. Entidades do agronegócio questionaram a moratória no Cade, alegando barreiras comerciais e abuso de poder econômico. A juíza, no entanto, priorizou a preservação ambiental e a manutenção do pacto até a decisão final do Cade, que ainda não tem data definida.

O Cade havia aceitado pleito de entidades do agronegócio, que alegaram que a moratória criava barreiras comerciais e abuso de poder econômico sobre grandes tradings de soja.

No entanto, a juíza Adverci Rates Mendes de Abreu, da 20ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, considerou a decisão da superintendência desproporcional e prematura. Ela determinou que a moratória só poderia ser alterada após análise completa pelo plenário do órgão, incluindo pareceres técnicos do Ministério Público Federal, da AGU (Advocacia-Geral da União) e do Ministério do Meio Ambiente.

A moratória da soja existe desde 2006 e impede que exportadoras e associações adquiram grãos de áreas desmatadas da Amazônia Legal após julho de 2008. O pacto envolve mais de 30 tradings, entre elas Cargill, Bunge, ADM, Amaggi e Louis Dreyfus, e exige monitoramento por satélite e auditorias independentes. Produtores incluídos em lista de irregularidades ficam impedidos de vender para as empresas signatárias.

Empresas e associações contrárias à moratória, como Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e Comissão de Agricultura do Senado, afirmam que a medida extrapola regras legais e substitui funções do Estado. Defensores da moratória, incluindo organizações ambientais, consideram a medida essencial para preservar a Amazônia e evitar boicotes internacionais.

O julgamento definitivo no Cade ainda não tem data marcada. Até lá, a moratória continua ativa em todo o país.

Receba as principais notícias do Estado pelo celular. Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook, Instagram, TikTok e WhatsApp.