MS encerra com atraso a colheita da soja e com perdas previstas de R$ 10 bilhões
Previsão de quebra é de quase 14%; números finais da safra serão divulgados no dia 21 de maio
Mato Grosso do Sul encerrou oficialmente a colheita da soja e a área colhida deve ser de aproximadamente 4,265 milhões de hectares. A produção estimada, segundo boletim do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), é de 12,923 milhões de toneladas, o que indica uma quebra de 13,89% em relação ao ciclo anterior.
No entanto, a estimativa da área plantada, fixada em 4,265 milhões de hectares, permaneceu constante. O boletim ressalta que os números de produção, área e produtividade são estimativas. Os dados finais da safra serão divulgados no dia 21 de maio de 2024.
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Com base em uma amostra significativa obtida de uma área de 690 mil hectares dedicada à soja, observou-se uma queda na produtividade para a safra de 2023/2024. A produtividade estimada é de 50,5 sacas por hectare, representando uma diminuição de 19,12%. A colheita da safra 2023/2024 encerrou-se com um atraso de 4 semanas em comparação com a safra 2022/2023.
Perdas de R$ 10,5 bilhões
O presidente da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Jorge Michelc, destacou os impactos econômicos da quebra da safra de soja deste ciclo. “Com a redução de produtividade média para 50,5 sacas/hectare, os produtores de Mato Grosso do Sul deixarão de movimentar mais de R$ 10,5 bilhões, interferindo na economia e comprometendo o fluxo de caixa de suas propriedades. Por isso, a necessidade de se preparar para cenários como esse, buscando alternativas e operações assertivas para manter a rentabilidade e sustentabilidade dos negócios”. A avaliação de Michelc foi feita em discurso durante a 7ª Edição do Circuito Aprosoja-MS, realizada em Dourados, na abertura oficial da Expoagro, dia 10.
Milho encerra o plantio
Conforme o boletim do Siga-MS divulgado nesta terça-feira, 14, o plantio do milho segunda safra 2024 encerrou-se oficialmente no dia 10 de maio. O plantio foi concluído em um período de 17 semanas. De acordo com o Siga, a área plantada estimada pelo projeto é de 2,218 milhões de hectares. O plantio da segunda safra 2024 encerrou-se 4 semanas mais tarde em comparação com a segunda safra 2023, considerando a mesma data, 10 de maio.
A estimativa é que a safra seja 5,82% menor em relação ao ciclo passado, atingindo a área de 2,218 milhões de hectares. A produção é estimada em 11,4 milhões de toneladas, uma queda de 19,23%, e a produtividade prevista é de 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,25%.
Produtividade do milho em risco
Na segunda safra de milho de 2024, o boletim do Siga-MS pontua perdas significativas no potencial produtivo devido à estiagem. Essa situação adversa afetou uma área total de 474 mil hectares em várias regiões do Estado, incluindo o sul, sudoeste, centro, oeste, nordeste, sul-fronteira e sudeste. Os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e maio (10 a 20 dias sem chuva).
No segundo trimestre (maio, junho e julho), espera-se que o fenômeno El Niño perca força gradualmente, dando lugar ao La Niña. Durante a transição entre esses fenômenos, há uma fase de neutralidade com 83% de probabilidade, caracterizada por temperaturas oceânicas dentro da normalidade.
No entanto, nos meses de julho, agosto e setembro, a probabilidade de ocorrência do La Niña é superior a 49%. Isso pode impactar a cultura do milho devido a adversidades climáticas, como chuvas abaixo da média histórica, granizo, geadas e baixas temperaturas. Esses fatores afetam principalmente a região Centro-Oeste.
No final de junho, quando a segunda safra de milho estará em estágio reprodutivo, a demanda hídrica será alta. Os danos foliares causados por granizo e geadas podem prejudicar o enchimento dos grãos, representando um desafio fitossanitário significativo.
Semanalmente a Aprosoja-MS, juntamente com o Governo do Estado de MS e a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), divulgam dados ligados à agricultura sul-mato-grossense. As informações são coletadas pelos técnicos do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), enriquecidas com informações apresentadas por satélite e posteriormente divulgadas.