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Lado Rural

Safra de grãos de MS cresce em área e mantém produção estável, aponta Conab

Soja lidera expansão, milho sofre queda de produtividade e arroz tem forte retração de área no Estado

Por Jhefferson Gamarra | 14/10/2025 14:38
Safra de grãos de MS cresce em área e mantém produção estável, aponta Conab
Milho continua sendo a segunda cultura mais importante do estado (Foto: Divulgação)

O primeiro levantamento da safra de grãos 2025/26, divulgado nesta terça-feira (14) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), revela que a agricultura de Mato Grosso do Sul deve registrar crescimento de área plantada e produção praticamente estável em relação à safra anterior.

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A safra de grãos 2025/26 em Mato Grosso do Sul deve registrar crescimento de 5,5% na área plantada, atingindo 7,013 milhões de hectares, com produção praticamente estável de 28,694 milhões de toneladas, segundo levantamento da Conab. A soja permanece como principal cultivo, com expansão de área e produção estimada em 14,983 milhões de toneladas.O milho, segunda cultura mais importante, apresenta aumento de área plantada, mas queda de produtividade. Outras culturas mostram variações significativas: o arroz registra redução de 24,4% na produção, enquanto o sorgo apresenta crescimento de 10,6%. As culturas de inverno, como trigo e aveia, mantêm-se estáveis.

A estimativa para o estado é de que a área total cultivada alcance 7,013 milhões de hectares, um aumento de 5,5% sobre os 6,645 milhões de hectares de 2024/25. A produção total está projetada em 28,694 milhões de toneladas, variação positiva de 0,3% frente às 28,596 milhões de toneladas colhidas no ciclo passado.

Em nível nacional, a Conab projeta uma produção total de 354,7 milhões de toneladas de grãos na temporada 2025/26, volume 0,8% superior ao registrado em 2024/25, com expansão de 3,3% da área semeada, que deve atingir 84,4 milhões de hectares.

A soja permanece como o principal cultivo de Mato Grosso do Sul e lidera a expansão da área plantada. O levantamento indica um aumento de 5,5% na área destinada à oleaginosa, que passa de 4,253 milhões para 4,487 milhões de hectares. A produtividade média prevista é de 3.339 kg/ha, igual à da safra anterior. Com isso, a produção estadual de soja deve atingir 14,983 milhões de toneladas, crescimento de 5,5% em relação às 14,202 milhões de toneladas de 2024/25.

O milho continua sendo a segunda cultura mais importante do estado, mas apresenta comportamento misto: aumento de área plantada e queda significativa de produtividade.
 A área total cultivada deve passar de 2,081 milhões para 2,195 milhões de hectares, alta de 5,4%. No entanto, a produtividade média estadual deve recuar de 6.390 kg/ha para 5.734 kg/ha, uma redução de 10,3%.

Como resultado, a produção total de milho está estimada em 12,583 milhões de toneladas, frente às 13,302 milhões de toneladas do ciclo passado, queda de 5,4%.

A segunda safra continua representando a maior parte da produção de milho no estado. A área dessa etapa passa de 2,071 milhões para 2,183 milhões de hectares (+5,4%), mas a produtividade cai de 6.366 para 5.712 kg/ha (-10,3%), levando a uma produção de 12,471 milhões de toneladas, contra 13,186 milhões em 2024/25.

Na primeira safra, a área cresce 9,8% (de 10,2 mil para 11,2 mil ha), mas a produtividade recua 11,4%, de 11.312 para 10.028 kg/ha. A produção deve cair de 115,4 mil para 112,3 mil toneladas (-2,7%).

O arroz irrigado, única modalidade cultivada no estado, apresenta a maior redução proporcional entre as culturas analisadas. A área deve recuar de 13,7 mil para 10,7 mil hectares, queda de 21,9%. A produtividade média também tem leve redução, passando de 6.889 kg/ha para 6.671 kg/ha (-3,2%).

Com esses dois fatores combinados, a produção estadual de arroz deve cair de 94,4 mil para 71,4 mil toneladas, uma diminuição expressiva de 24,4% em relação à safra anterior.

O feijão apresenta cenário de expansão. A área total cultivada deve aumentar 26,3%, passando de 5,7 mil para 7,2 mil hectares, concentrada exclusivamente na segunda safra. A produtividade prevista, no entanto, é menor: 1.649 kg/ha, contra 1.775 kg/ha em 2024/25, queda de 7,1%.

Mesmo assim, a produção estadual deve aumentar de 10,1 mil para 11,9 mil toneladas, crescimento de 17,8%, refletindo a maior área plantada.

O algodão em caroço deve ter crescimento discreto de área, de 31,7 mil para 32,1 mil hectares (+1,3%), mas com produtividade menor: 2.946 kg/ha, frente aos 3.086 kg/ha da safra anterior (-4,5%). A produção deve cair de 97,8 mil para 94,6 mil toneladas, redução de 3,3%.
 Para o algodão em pluma, os números acompanham a mesma tendência, com queda de produção de 70,8 mil para 68,5 mil toneladas (-3,2%).

O sorgo, por outro lado, tem desempenho positivo. A área plantada cresce de 137,8 mil para 160,4 mil hectares (+16,4%). Embora a produtividade recue de 4.097 para 3.894 kg/ha (-5,0%), a produção deve aumentar de 564,6 mil para 624,6 mil toneladas, alta de 10,6%.

O girassol mantém área estável em 0,8 mil hectares, com produtividade de 1.810 kg/ha e produção de 1,4 mil toneladas, sem variação em relação ao ciclo anterior.

Entre as culturas de inverno, os números permanecem estáveis. A aveia continua com 40,4 mil hectares plantados, produtividade de 1.589 kg/ha e produção de 64,2 mil toneladas.
 O trigo mantém 36,2 mil hectares de área cultivada, produtividade de 2.367 kg/ha e produção de 85,7 mil toneladas.

Não há registros de produção para canola, centeio, cevada e triticale. O subtotal das culturas de inverno é de 76,6 mil hectares, produtividade média de 1.957 kg/ha e produção de 149,9 mil toneladas, sem variação em relação a 2024/25.

Os dados da Conab mostram que Mato Grosso do Sul deve ampliar a área cultivada em 5,5%, acompanhando a tendência nacional, mas a produtividade média estadual apresenta retração de 4,9%, passando de 4.304 kg/ha para 4.091 kg/ha.

Esse comportamento explica por que, mesmo com aumento de área, a produção total do estado tem crescimento discreto de 0,3%, saindo de 28,596 milhões para 28,694 milhões de toneladas.

A Conab destaca que esta é uma primeira estimativa, elaborada no início do ciclo agrícola, com base em informações de intenção de plantio, condições climáticas iniciais e expectativas de mercado. Ao longo dos próximos meses, os números poderão ser ajustados conforme o plantio avance e o comportamento climático influencie o desenvolvimento das lavouras.