Advogada e irmãos são alvos da polícia por vazamento de informação sigilosa
Estagiária do Fórum de Naviraí informou sobre operação e ajudou na fuga de traficantes
Uma advogada, a irmã estagiária do Fórum e um irmão, apontado como integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (14) em Naviraí, a 359 km de Campo Grande.
RESUMO
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A Polícia Civil deflagrou a Operação Argos Panoptes em Naviraí, a 359 km de Campo Grande, tendo como alvos uma advogada e seus dois irmãos. O grupo é investigado por vazar informações sigilosas sobre a Operação Adsumus - Fase 2, realizada contra traficantes no dia 7 de novembro. A investigação revelou que uma estagiária do Fórum, ao tomar conhecimento da operação, repassou as informações à irmã advogada, que informou o terceiro irmão, ligado ao PCC. O vazamento prejudicou as investigações, permitindo que alguns suspeitos não fossem localizados. A estagiária foi afastada de suas funções.
Os três são investigados no âmbito da Operação Argos Panoptes, deflagrada pela Polícia Civil, acusados de vazamento de informações sigilosas sobre outra operação, a “Adsumus – Fase 2”, deflagrada no dia 7 deste mês contra traficantes da cidade.
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Coordenadas pela 1ª Delegacia de Polícia Civil com apoio de outras delegacias da cidade, as buscas de hoje resultaram na apreensão de celulares da advogada e dos irmãos dela. Não houve prisão. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
De acordo com a Polícia Civil, o vazamento foi descoberto após a análise do celular de um dos alvos da Operação Adsumus II. No dispositivo, os investigadores localizaram grupo de mensagens formado por integrantes e simpatizantes da organização criminosa. Nas conversas, foram encontradas informações detalhadas sobre a data da operação e sobre o uso de do helicóptero policial.
Com base nas mensagens trocadas, os investigadores identificaram a origem da divulgação e os demais envolvidos na propagação das informações sigilosas. O vazamento teve início por meio da estagiária que atuava na Vara Criminal de Naviraí, onde tramitava o processo da operação.
Ainda segundo a polícia, ao tomar conhecimento da operação do dia 7, a estagiária repassou a informação à irmã advogada, que por sua vez avisou o irmão, responsável por divulgar os dados no grupo de mensagens. Esse indivíduo já é conhecido no meio policial por envolvimento com o tráfico de drogas e por ser simpatizante do PCC. Atualmente ele está condenado por tráfico, mas recorreu da sentença e aguarda o recurso em liberdade.
Conforme a Polícia Civil, embora quatro pessoas tenham sido presas por tráfico de drogas na Operação Adsumus II, o vazamento prejudicou os trabalhos investigativos, já que alguns alvos não foram localizados e outros, previamente alertados, conseguiram apagar dados dos celulares.
Os três irmãos envolvidos no vazamento das informações são investigados com base na Lei nº 12.850/2013, que trata dos crimes relacionados a organizações criminosas. A estagiária foi afastada da função.
Nome da operação - “Argos Panoptes” faz referência a um personagem da mitologia grega — gigante dotado de centenas de olhos espalhados pelo corpo, capaz de manter-se sempre vigilante, mesmo durante o sono, ao alternar quais olhos permaneciam abertos.
Por esse motivo, Argos simboliza a vigilância constante, sendo considerado o guardião que nada deixa escapar de sua observação. O nome foi escolhido pela Polícia Civil para representar o trabalho minucioso e atento das equipes envolvidas na investigação, que buscam esclarecer o vazamento de informações sigilosas e garantir a integridade das ações futuras.
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