Motorista é indiciado por atropelar gari da Solurb e causar morte durante coleta
Polícia aponta como principal possibilidade que caminhão deu ré e atingiu Cipriano, de 60 anos
A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte de Cipriano Pereira Quinhones, de 60 anos, e indiciou por homicídio culposo o motorista do caminhão de coleta da CG Solurb. O gari morreu atropelado durante o trabalho no dia 17 de setembro, na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande.
RESUMO
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A Polícia Civil indiciou por homicídio culposo o motorista Paulo Lima dos Santos, após concluir o inquérito sobre a morte do gari Cipriano Pereira Quinhones, de 60 anos. O trabalhador foi atropelado durante o serviço em setembro, na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande. As investigações apontam que o próprio caminhão da CG Solurb atingiu a vítima durante uma manobra de ré não autorizada. O GPS do veículo registrou a parada total e o movimento em marcha ré, primeiro a 9 km/h e depois a 4 km/h. Cipriano, que trabalhava na empresa há oito anos e estava próximo da aposentadoria, teria permanecido na traseira do caminhão sem perceber a movimentação.
A perícia e as investigações conduzidas pela 6ª Delegacia de Polícia Civil apontam que a principal hipótese é de que o próprio caminhão da concessionária tenha atingido o trabalhador. Segundo o delegado Sam Suzurama, a análise técnica e as provas coletadas indicam que o veículo deu marcha à ré no momento do atropelamento — procedimento não recomendado pela empresa sem o auxílio de outro funcionário sinalizando.
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“O caminhão não deve dar ré. Só pode fazer isso quando há alguém atrás sinalizando, porque tem muitos pontos cegos. O GPS mostrou que o veículo parou e depois iniciou a marcha à ré, primeiro a 9 km/h e depois a 4 km/h”, explicou o delegado.
O sistema de rastreamento mostrou que o caminhão fez uma parada total antes da manobra de ré. Nesse intervalo, acredita-se que Cipriano tenha descido do veículo e permanecido na traseira, possivelmente sem perceber que o motorista voltaria a se movimentar.
O delegado explicou que a rotina de trabalho dos coletores não inclui manobras de ré, justamente por causa do risco de acidentes. “Ele provavelmente desceu, sem imaginar que o caminhão se moveria para trás naquele momento”, disse Suzurama.
A perícia não encontrou vestígios de sangue no caminhão, mas, de acordo com o delegado, as circunstâncias tornam improvável que outro veículo tenha causado o atropelamento. “O perito disse que as marcas de pneu poderiam ter sido feitas tanto de ré quanto para frente, mas, considerando a posição da equipe e a dinâmica, tudo indica que foi o próprio caminhão”, completou.
O motorista foi ouvido ainda no dia do acidente. Na ocasião, negou a autoria e alegou não ter visto o momento em que o colega foi atingido. “Ele repetiu várias vezes que não foi ele, que não percebeu o atropelamento”, contou o delegado.
Cipriano trabalhava na Solurb há oito anos e estava prestes a se aposentar. A equipe de reportagem do Campo Grande News procurou a empresa para saber se vão apoiar juridicamente o motorista, e também para questionar sobre os protocolos de segurança durante o trabalho mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.
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