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Meio Ambiente

Após ser atropelada, arara Sophia passa por cirurgia e ganha novo bico

O transplante foi feito por veterinários do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) e teve duração de 1h30

Maressa Mendonça | 05/03/2020 12:41
Arara Sophia após passar por cirurgia de transplante de bico (Foto:Divulgação)
Arara Sophia após passar por cirurgia de transplante de bico (Foto:Divulgação)

A arara-canindé Sophia passou por transplante de bico no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande e, em até dois meses, poderá voltar à natureza. O procedimento inédito foi realizado no último fim de semana e teve duração de 1h30.

Sophia foi resgatada por policiais militares ambientais em Campo Grande após ter sido atropelada. Ela chegou no Cras no dia 28 de fevereiro com parte do bico mutilada.“Ela chegou com muito sangramento e desde a sua entrada no CRAS, até a cirurgia, o trabalho se concentrou em tirá-la da situação de risco. Realizamos todo um procedimento terapêutico, submetemos a exames de raios-x e ultrassom, o que nos permitiu um diagnóstico favorável à cirurgia”, explica o veterinário Lucas Cazati, que coordenou a equipe da cirurgia.

O procedimento cirúrgico durou 1h30, até a colocação, e envolveu uma equipe multidisciplinar do CRAS. Em resumo, foi feito um enxerto heterólogo, que consiste no transplante de um indivíduo de uma espécie para outra.

“Nós já havíamos realizado pequenas cirurgias de reparo em casco de jabuti, mas o procedimento na arara foi mais complexo. Utilizamos um bico de animal já falecido, que foi recortado, ajustado com resina de dentista e fixado com parafusos ortopédicos, de forma que a arara fique bem e consiga se alimentar”, detalha Cazati.

A arara segue em tratamento e acompanhamento dos veterinários. No processo de adaptação, será alimentada com alimentos mais macios, como o mamão e outras frutas. A previsão do veterinário do Cras é a de que Sophia volte à natureza em até dois meses.

Banco de bicos - A partir desta cirurgia, os veterinários tiveram a ideia de criar um “banco de bicos” para atender aves que são vítimas desse tipo de ferimento, mutilação ou avaria no bico. “Aqui no CRAS, nós recebemos muitas aves com o bico quebrado. Queremos agora dar início a um banco de bicos. Também vamos compartilhar essa experiência com a comunidade científica, por meio de artigo científico”, pontua Lucas Cazati.

Além dele, fizeram parte da equipe os médicos veterinários Aline Duarte, Diogo Borges e Heitor Corrêa Lopes, além dos biólogos Allyson favero e Márcia Delmondes e a zootecnista Claudia Medina.

O CRAS está localizado no Parque Estadual do Prosa e é uma coordenadoria da Gerência de Recursos Pesqueiros e Fauna do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão vinculado à Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

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