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Meio Ambiente

Capital terá 100% de esgoto em 9 anos, enquanto país estima 38 anos

Pesquisa do CNI mostra que o saneamento é a área que recebe menor investimento no país

Anahi Zurutuza | 20/07/2016 07:34
Rede de esgoto está sendo implantada em nove bairros, nesta semana (Foto: Águas Guariroba/Divulgação)
Rede de esgoto está sendo implantada em nove bairros, nesta semana (Foto: Águas Guariroba/Divulgação)

No ritmo que são feitos os investimentos em saneamento básico no Brasil, onde nem metade da população tem acesso à rede de esgoto, o país levará mais quatro décadas para universalizar o acesso ao serviço considerado essencial para a saúde humana. Campo Grande, entretanto, terá em nove anos a rede coletora disponível para toda a cidade.

Estudos divulgados neste ano pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostram que a população do país só será atendida com água encanada em 2043 e com acesso à rede de esgoto, em 2054, contrariando a meta do Plano Nacional de Saneamento Básico, que estabelece a universalização dos serviços em 2033.

Porém, em Campo Grande a realidade é outra. Conforme a Água Guariroba, empresa responsável pelo serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto na cidade, 80% da população já tem acesso a rede coletora e o objetivo é chegar a 100% em 2025, 29 anos antes da projeção feita pelo CNI e também da meta nacional. 

Em Mato Grosso do Sul, 99,9% da população das 68 cidades onde a Sanesul é responsável pelo saneamento tem acesso a água encanada e só 35% a rede de esgoto. Conforme a assessoria de imprensa da empresa, a meta é universalizar os sistemas dez anos depois que o governo do Estado fechar parceria público-privada para executar a obras. Em junho, o Executivo estadual lançou chamamento para interessada no contrato.

Até 2025, rede chegará a 100% da população (Foto: Águas Guariroba/Divulgação)
Até 2025, rede chegará a 100% da população (Foto: Águas Guariroba/Divulgação)

Investimento – Saneamento é a área de infraestrutura que recebe o menor investimento no Brasil na comparação com energia elétrica, telecomunicações e transportes, de acordo com estudo “O Financiamento do Investimento em Infraestrutura no Brasil”, publicado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta segunda-feira (18).

O setor de transportes foi o que mais recebeu investimentos em 2014, com um total de R$ 52,3 bilhões, conforme a pesquisa. Já o de saneamento ficou com a menor fatia – R$ 11 bilhões.

Já de acordo com o estudo “Burocracia e Entraves no Setor de Saneamento”, divulgado em janeiro deste ano, a perspectiva de atraso no cumprimento da meta se deve à baixa média histórica de investimentos no setor, de R$ 7,6 bilhões por ano, no período 2002-2012, quando o ideal seria de ao menos R$ 15,2 bilhões por ano.

Na Capital, segundo a assessoria de comunicação da Águas Guariroba, de 2006 até agora, já foram investidos R$ 1 bilhão para melhorar o abastecimento de água e amplia a rede de esgoto. “No Sanear Morena 3, em andamento, estão sendo investidos R$ 636 milhões”, informou a concessionária por nota.

O Instituto Trata Brasil, baseado em dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento do Ministério das Cidades), coloca Campo Grande em 6º lugar entre as capitais que tem os melhores índices de saneamento.

No Estado, a Sanesul prevê a necessidade de investimento de R$ 929.294.362,00 para dar acesso ao saneamento a 100% da população.

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