Corumbá pede ajuda federal para combate a fogo em solo pantaneiro

Uma área de 64,4 mil km² faz com que Corumbá seja o 11º município do Brasil em extensão territorial e o maior fora dos estados do Amazonas e Pará. Porém, é isso que também coloca a cidade como um dos principais municípios brasileiros na rota dos incêndios florestais, que assolam o país nessa virada de década.

Localizada a 419 km de Campo Grande, na fronteira com a Bolívia e no coração do Pantanal, Corumbá pegou o caos de 2020 e se preparou para encarar o que viria pela frente em 2021. Ainda assim, foi preciso pedir reforço.

• Leia Também
• Do Pantanal até região leste, incêndios florestais se alastram em MS
• Após dias sem comida, só com água e cerveja, resgate é comemorado com churrasco

De acordo com nota publicada nesse sábado (21) pela prefeitura, foi enviado pedido de ajuda ao Governo Federal para combater, ao lado do Governo do Estado e das forças do Corpo de Bombeiros, além de grupos como PrevFogo, IHP (Instituto Homem Pantaneiro) e voluntários, as chamas que em solo corumbaense.

Diferente de outras regiões no norte do país onde índices de umidade constantemente mais altos ajudam a "segurar" a onda de incêndios florestais, o Pantanal, apesar de conhecido por suas planícies alagadas, fica em área mais suscetível às secas, principalmente entre os meses de abril e setembro.

"Como já era previsto, a seca deste ano, ainda maior que a de 2020, já tem provocado o surgimento de diversos focos, alguns inclusive bem próximos da área urbana de Corumbá. Por isso, o prefeito de Corumbá voltou a pedir ajuda de todas as esferas administrativas do país", frisa trecho da nota.

O prefeito Marcelo Iunes (Podemos) destaca que diante da situação não é possível ficar de braços cruzados, sendo necessário uma força-tarefa conjunta de governos municipal, estadual e federal para evitar mais danos à natureza.

"Precisamos de novo da união de todos, inclusive dos nossos deputados estaduais para evitar uma tragédia ainda maior", afirma Iunes, que recentemente discutiu a questão com a bancada federal e com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Várias medidas foram tomadas para evitar que a situação se repita.

Ibama - Um dos pedidos feito ao Governo Federal por Iunes é que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) tenha sede em Corumbá, podendo ali atuar com seus dois helicópteros e aviões preparados para atuar em situações de fogo em vegetações densas, caso do Pantanal.

"Os Bombeiros e o PrevFogo desempenham excelente trabalho, mas sozinhos eles não conseguem dar conta de tantos focos de incêndios nessa gigante área. Peço, mais uma vez, o apoio da Assembleia Legislativa, do Estado, dos deputados federais e senadores para sensibilizar o Governo Federal", completa.

Ontem, um grande incêndio na região do Porto Geral chamou a atenção dos moradores da cidade, já que o local fica próximo a área urbana e colocou até uma pousada, com grande parte de sua estrutura em madeira, em risco.

O céu da cidade foi tomado pelas nuvens espessas e escuras, evidenciando a gravidade da situação. Contudo, as equipes se mobilizaram rapidamente e as chamas foram contidas. Agora, eles estão realizando trabalho para conter focos que se acendem em outros pontos. Por ora, a situação está controlada.