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Meio Ambiente

De galho em galho, macaquinha vira xodó de moradores no Tijuca

Liana Feitosa | 12/09/2014 09:00
A primata foi batizada de Chiquinha por morador do bairro. (Foto: Marcos Ermínio)
A primata foi batizada de Chiquinha por morador do bairro. (Foto: Marcos Ermínio)

Heliton Pinheiro da Silva, 30 anos, tem uma vizinha inusitada, uma fêmea de bugio que, segundo ele, é moradora do Tijuca há pelo menos 16 anos. A primata, batizada de Chiquinha por ele mesmo, é livre. Passa seus dias entre três ou quatro pés de manga, coqueiros, um cajueiro e uma jabuticabeira, todos distribuídos no terreno de várias residências de uma mesma quadra. Ela não tem uma casa só.

Na região também existem algumas bananeiras, mas a primata sempre recebe, de presente, como agradinho, bananas das mãos de Heliton. "A gente gosta de banana, mas sempre compramos mesmo pensando nela. Tem dia que ela pega duas, três, uma seguida da outra", conta.

Ao perceber a presença da câmera do fotógrafo Marcos Ermínio, do Campo Grande News, Chiquinha parece tímida e desconfiada, nem dá muita atenção para a banana vistosa que Heliton oferece. Pouco tempo depois, perde a vergonha e passa a se exibir para nossa equipe, como é possível conferir na galeria abaixo.

Encontro - A auxiliar de limpeza Simone Soares mora há apenas 3 meses no lugar e já se acostumou com a companhia ilustre. "Ela não atrapalha ninguém, vive solta por aí", completa. No bairro São Pedro, região oeste da Capital, ouvimos um morador falar sobre Chiquinha e nos indicou o caminho até o Tijuca. Foi na casa de Simone que batemos primeiro, em seguida, ela nos indicou um morador mais antigo.

O pintor Walmir dos Santos, 72, conhece a primata há anos. Segundo ele, boa parte das terras, onde a macaquinha desbrava árvores e frutas, eram do pai dele. "Tudo era fazenda", diz.

Corpo de Bombeiros e PMA (Polícia Militar Ambiental) já foram acionados e até estiveram no local uma vez, conforme Walmir. "Mas já que ela está solta e todos aqui tem uma convivência pacífica com ela, não viram necessidade de tirá-la daqui", explica.

Macaca tem hábito de acordar por volta das 5h da manhã e dormir às 19h. (Foto: Marcos Ermínio)
Macaca tem hábito de acordar por volta das 5h da manhã e dormir às 19h. (Foto: Marcos Ermínio)

A presença de Chiquinha não passa despercebida. Os três vizinhos contam que cedinho, por volta das 5h da manhã, ela mostra que está por perto ao fazer grunhidos, pular de galho em galho nas árvores, derrubar mangas e agitar os cachorros da redondeza.

No início da noite, já por volta das 19h, geralmente escolhe para descansar a mangueira exuberante e carregada que está plantada no quintal do seu Walmir. "E no outro dia, quando o sol tá saindo ainda, começa tudo de novo", finaliza.

Habitat - A região onde o animal vive tem outros primatas que convivem com os moradores. Segundo o major Edmilson Queiroz, da PMA (Polícia Militar Ambiental), como a macaca não convive com outros primatas, ela pode viver pacificamente no local por muitos anos. "Mesmo não vivendo em cativeiro, ela está, de certa forma, domesticada, acostumada à presença das pessoas, já que não está inserida em nenhum grupo com outros macacos", aponta.

O policial ambiental faz um alerta, porém. "Na verdade, ela ali não exerce função nenhuma na natureza, como é o papel dos animais na natureza. Ela não se reproduz, para perpetuar a espécie, nem atua como predadora para o equilíbrio em relação às outras espécies", afirma.

O bugio costuma viver em bandos nas florestas e é o maior primada das Américas. A espécie vive até 20 anos.

Vizinhos convivem pacificamente com o animal. (Foto: Marcos Ermínio)
Vizinhos convivem pacificamente com o animal. (Foto: Marcos Ermínio)

Confira a galeria de imagens:

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