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Meio Ambiente

Depois do fogo, garças reaparecem e mostram a força da natureza

Imagens foram registradas na região do Buraco das Piranhas, que enfrentou incêndio de grandes proporções

Marta Ferreira | 08/11/2019 15:00
Garças e cervos pantaneiros em área que foi incendiada, na região do Buraco das Piranhas. (Foto: Paulo Duarte)
Garças e cervos pantaneiros em área que foi incendiada, na região do Buraco das Piranhas. (Foto: Paulo Duarte)

“A palavra garça em meu perceber é bela.

Não seja só pela elegância da ave.

Há também a beleza letral.

O corpo sônico da palavra

E o corpo níveo da ave

Se comungam.

Não sei se passo por tantã dizendo isso.

Olhando a garça-ave e a palavra garça

Sofre uma espécie de encantamento poético”.

A Garça, poema de Manoel de Barros.


Mundialmente conhecida como um dos símbolos da natureza pantaneira, a garça foi eternizada nas palavras do poeta Manoel de Barros também pela elegância do verbete que a nomeia. Pois nesta sexta-feira (8), a ave de penas brancas assumiu mais um significado: resiliência, palavra que, no dicionário, traduz a capacidade de se adaptar à mà sorte, no caso da região, o cenário calcinado deixado pelos incêndios devastadores registrados desde agosto.

Em cena captada na manhã desta sexta--feira em vídeo à beira da BR-262, é possível ver um alagado repleto das aves. Não dá nem para contar. Parte está na água e outra fazendo revoadas pelo céu.

Confira o vídeo abaixo: 

Quem gravou foi um corumbaense acostumado a fazer o trajeto, o ex-deputado estadual Paulo Duarte, durante viagem de retorno de Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande. Atraído pela presença das aves e de outros bichos, ele parou a viagem, na região do Buraco das Piranhas, justamente uma das que foi palco de incêndios de grande proporção.

“Ontem isso aqui era só fogo e fumaça, bastou uma chuva para vir a renovação, a natureza se renova e se resolve desde que o homem não atrapalhe”, comentou o corumbaense sobre as imagens registradas. De acordo com ele, além das garças, havia tuiuiús, além de cervos do Pantanal.

Na estada, Duarte também teve de reduzir a velocidade do veículo, para dar passagem a um cateto. “Só quem é do Pantanal e vem aqui conhece esse espetáculo da natureza, a capacidade de renovação do nosso Pantanal e da nossa naturez”, concluiu.

Depois de precisar organizar novamente força-tarefa para combater o fogo na região, a chuva que chegou essa semana extingiu as chamas e agora, conforme o governo do Estado, o trabalho é de monitoramento.

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