Diferença entre aviso e alerta explica por que chuva nem sempre se confirma

Ontem, Campo Grande registrou pequenas precipitações em pontos isolados, mesmo com previsões de tempestades divulgadas nos últimos dias. Especialistas esclarecem que a diferença entre avisos meteorológicos e alertas da Defesa Civil está relacionada ao tipo de monitoramento e ao alcance dos sistemas, o que faz com que nem sempre as chuvas previstas se confirmem.

Segundo a meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Camila Magalhães, o instituto emite apenas avisos meteorológicos, que indicam áreas propensas a fenômenos como pancadas de chuva, raios e rajadas de vento.

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“Quando avaliamos a previsão, observamos sistemas como o cavado, que é um prolongamento de um centro de baixa pressão e favorece a ocorrência de chuvas. No caso de Campo Grande, o sistema está próximo, influenciando as condições, mas não está sobre a cidade. Por isso, a previsão não tem precisão absoluta, como em outros eventos meteorológicos”, disse.

Ela acrescenta que fatores como altas temperaturas e umidade aumentam a probabilidade de chuvas mais intensas, mas as precipitações podem ser pontuais, atingindo apenas bairros ou ruas específicas. Ontem, por exemplo, choveu com ventos fortes no Bairro Aero Rancho.

Ainda segundo a meteorologista, os avisos do Inmet são emitidos com antecedência, às vezes até 24 horas ou mais, enquanto os alertas da Defesa Civil são de curtíssimo prazo, baseados no monitoramento em tempo real, com maior assertividade quanto à localização e intensidade da chuva.

"Nos últimos dias, as temperaturas têm estado muito elevadas no Centro-Oeste, o que também contribui para chuvas mais intensas. Só durante o monitoramento meteorológico é possível determinar com maior precisão quais áreas serão atingidas", afirma Camila.

O coordenador da Defesa Civil estadual, Sandoval Leonardo Júnior, reforça que os alertas são preventivos e servem para preparar a população. “Às vezes, os avisos indicam tempestades, mas a chuva acaba sendo muito localizada. É por isso que pedimos à população que acompanhe visualmente as condições do clima. Hoje, por exemplo, não há previsão de chuva para Campo Grande, mas garoou na sede da Defesa Civil”, disse.

O coordenador municipal da Defesa Civil, Eneas Neto, destaca que os alertas são classificados em três níveis: amarelo, laranja e vermelho, de acordo com o risco e a intensidade do fenômeno. “Os alertas têm caráter preventivo e podem ou não se confirmar na cidade”, destacou. O amarelo indica risco moderado; o laranja, risco alto, com maior probabilidade de transtornos; e o vermelho sinaliza perigo muito alto.

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