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Cidades

Alvos de mandados em MS são ligados a extraditada que movimentou R$ 30 milhões

Francielly de Paiva comandava o braço financeiro do grupo, garantindo a liquidez do tráfico interestadual

Por Bruna Marques | 30/09/2025 07:41
Alvos de mandados em MS são ligados a extraditada que movimentou R$ 30 milhões
Francielly de Paiva ostentava vida de luxo fora do país (Foto: Reprodução/Redes sociais)

A Operação Fluxo Oculto, deflagrada nesta terça-feira (30) pela Polícia Civil de Goiás, teve entre os principais alvos Francielly de Paiva, conhecida como Cielly Paiva, acusada de movimentar cerca de R$ 30 milhões para a facção criminosa ADE (Amigos do Estado). Já investigada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) e pela Polícia Federal, a mulher foi presa pela Interpol em Portugal, em maio deste ano, após seis meses foragida na Europa e extraditada ao Brasil em setembro.

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A Polícia Civil de Goiás deflagrou a Operação Fluxo Oculto, tendo como principal alvo Francielly de Paiva, conhecida como Cielly Paiva. A suspeita é acusada de movimentar aproximadamente R$ 30 milhões para a facção criminosa ADE (Amigos do Estado). Presa pela Interpol em Portugal em maio deste ano, ela foi extraditada ao Brasil em setembro. Segundo as investigações, Francielly integrava o braço financeiro do grupo criminoso, utilizando contas bancárias próprias e de suas filhas para movimentar recursos do tráfico. Em apenas um ano, mais de R$ 20 milhões circularam em sua conta. Nas redes sociais, ela ostentava uma vida luxuosa com viagens internacionais e festas, alegando que sua renda provinha da venda de conteúdos adultos.

A ação da Polícia Civil de Goiás, com apoio das polícias de Mato Grosso do Sul, voltou a colocar Francielly no centro das atenções. A investigação apontou que ela integrava o braço financeiro do grupo, sendo responsável por dar liquidez às operações de tráfico interestadual.

Francielly ostentava viagens e vida de luxo nas redes sociais. O mandado de prisão contra ela estava em aberto desde outubro de 2024, no âmbito da Operação Portokali. A extradição foi autorizada pela Justiça portuguesa e concluída em 19 de setembro, quando ela desembarcou em Goiânia.

Alvos de mandados em MS são ligados a extraditada que movimentou R$ 30 milhões
Francielly em fotos que publicava em suas redes sociais (Foto: Reprodução)

Assim que chegou ao Brasil, foi conduzida ao Aeroporto Santa Genoveva, passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) e, em seguida, foi transferida para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde permanece à disposição da Justiça.

Segundo as investigações do Dracco e da Polícia Federal, Francielly usava as próprias contas bancárias e as das filhas para movimentar recursos do tráfico. Em apenas um ano, mais de R$ 20 milhões circularam em sua conta. O dinheiro de origem ilícita passava por empresas de fachada e era usado para pagar carregamentos de drogas.

Na época, o delegado Tiago Torres revelou que ela se tornou uma das principais engrenagens financeiras da facção criminosa. “As contas e a movimentação bancária dela mostram exatamente o contrário do que dizia publicamente. A participação dela se dava por meio da lavagem de dinheiro do tráfico”, destacou.

Nas redes sociais, Francielly exibia uma rotina de viagens internacionais, festas e artigos de luxo. Para justificar o padrão de vida, chegou a publicar um vídeo em outubro do ano passado, negando envolvimento com o tráfico e afirmando que sua renda vinha da venda de conteúdos adultos.

Na ocasião, declarou: “Eu não sou criminosa. Eu não sou traficante. Eu não participo de organização. Essas pessoas que foram presas, eu nunca vi. Eu não sou essa pessoa.”

Entretanto, as investigações apontam que sua versão era incompatível com os rastros financeiros identificados.

O nome de Francielly surgiu em 2017, em investigações ligadas a um suspeito preso em Santa Catarina. Ela era companheira do investigado, que acabou morto em confronto policial. Mesmo após a morte dele, Francielly teria continuado a movimentar o dinheiro do tráfico, assumindo papel de destaque na estrutura criminosa.

Operação Fluxo Oculto: A ação contou com apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), da Delegacia de Cassilândia e da Delegacia de Chapadão do Sul, cumprindo 10 mandados de prisão temporária e 23 de busca e apreensão domiciliar em Mineiros, Portelândia, Jataí, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Cassilândia, Chapadão do Sul e Campo Grande.

O grupo pegava droga do Paraguai para abastecer a região de Goiás, conforme explicou o delegado Haroldo Padovani. Na capital sul-mato-grossense, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão voltados ao combate ao tráfico de drogas nos bairros Itamaracá, Moreninhas e Coophatrabalho.

Também havia mandados de prisão nos mesmos endereços, mas todos os alvos fugiram. A polícia acredita que os investigados escaparam horas antes da operação ser deflagrada.

Uma viatura retornou à sede do Garras. Imagem feita pelo Campo Grande News mostra um malote com material apreendido na operação. Não há informação do conteúdo.

As investigações começaram em Mineiros, após interceptações telefônicas e quebras telemáticas e bancárias de um investigado apontado como varejista do tráfico. Com o avanço, foram mapeadas conexões logísticas e financeiras entre os alvos locais e fornecedores de drogas em Campo Grande e Goiânia.

A operação estava planejada para ocorrer em 30 dias, mas foi antecipada por decisão judicial que bloqueou bens dos investigados. A medida acabou expondo a investigação, já que os principais alvos foram alertados e passaram a adotar estratégias de defesa.

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