ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Meio Ambiente

Dono de fazenda nega organizar caçadas, mas diz que lei deve mudar

Marta Ferreira e Nadyenka Castro | 24/01/2011 11:13
Ugo Furlan, proprietário de fazenda onde foram encontrados 5 jacarés abatidos no sábado. (Foto: João Garrigó)
Ugo Furlan, proprietário de fazenda onde foram encontrados 5 jacarés abatidos no sábado. (Foto: João Garrigó)

O proprietário da fazenda Santa Emília, o pecuarista Ugo Furlan, 69 anos, preso no sábado acusado de organizar caçadas de jacarés na propriedade, em Aquidauana, negou nesta manhã, em entrevista ao Campo Grande News que a prática seja comum no local.

Segundo ele, foi a primeira vez que isso aconteceu. Furlan disse que houve uma festa no local, com parentes e amigos, parte deles do estado de São Paulo, e que o responsável pela caça dos jacarés foi o irmão de um funcionário, Luiz Carlos de Oliveira.

De acordo com ele, havia entre 25 e 30 pessoas na fazenda. “Para minha surpresa, quando acordei, vi os jacarés na carroceria da camionete”. Segundo, ele, diante do que já havia ocorrido, a decisão foi de comer os animais.

Foi aí que a Polícia Militar Ambiental chegou e prendeu Furlan e mais 4 pessoas, entra elas Luiz Carlos. Todas soltas após pagar fiança, conforme a informação da Polícia Civil.

Foram aprendidos na fazenda, além dos animais abatidos, armamentos que, segundo o fazendeiro, também pertencem a Luiz Carlos. A reportagem não conseguiu localizá-lo.

Superpopulação - Apesar de ter negado a organização das caçadas, o pecuarista defende mudanças na legislação ambiental. Ele afirma que na região onde fica sua fazenda, por exemplo, há “milhares” de jacarés.

“Eles chegam a mudar a cor do barranco, quando estão todos juntos”.

O pecuarista afirma, ainda, que não é incomum que fazendeiros matem os animais clandestinamente, prática que já foi bastante conhecida na década de 90. Nessa época, os “coureiros”, especialistas em matar os répteis e tirar o couro para venda, eram figuras bastante procuradas.

Ugo Furlan comentou, ainda, a multa que recebeu da PMA (Polícia Militar Ambiental) por falta de licenciamento ambiental, de R$ 55 mil.

Ele diz que foi multado por uma atividade que não é desenvolvida no local, a de turismo.

Segundo ele, comprou a fazenda há um ano, mas a pousada que existe no local nunca funcionou. A fazenda tem 2,6 mil hectares e, de acordo com ele, se dedica à pecuária.

A fazenda Santa Emília já foi conhecida como “Pousada Araraúna”, e já pertenceu ao empresário Pedro Chaves, ex-proprietário da Uniderp. O local, inclusive, já serviu para pesquisas relacionadas à fauna pantaneira.

Nos siga no Google Notícias