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Meio Ambiente

Elefanta Kenya morre cinco meses após cruzar MS rumo a santuário

Animal passou por Campo Grande em julho; entidade aponta suspeita de tuberculose

Por Gustavo Bonotto | 19/12/2025 15:36
Elefanta Kenya morre cinco meses após cruzar MS rumo a santuário
Kenya tinha aproximadamente 44 anos e havia recém chegado a recinto. (Foto: Federico Sordo/Fundação Franz Weber)

A elefanta Kenya morreu, cinco meses após ser transferida da Argentina para o Santuário de Elefantes Brasil, na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. O animal ficou famoso e tomou conta das manchetes locais ao cruzar Mato Grosso do Sul e passar por Campo Grande em julho, durante uma viagem de 3,6 mil quilômetros feita por estrada. O santuário informou que dados preliminares da necropsia indicam alta probabilidade de tuberculose em estágio avançado.

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A elefanta Kenya, de 44 anos, faleceu na terça-feira (16) no Santuário de Elefantes Brasil, em Mato Grosso, cinco meses após ser transferida da Argentina. Dados preliminares da necropsia sugerem tuberculose em estágio avançado. O animal viveu quatro décadas em cativeiro no Ecoparque de Mendoza. A transferência envolveu uma viagem de 3,6 mil quilômetros por estrada, incluindo passagem por Campo Grande. Kenya é o quarto elefante a morrer no santuário entre 2019 e 2025, em menos de um ano após chegada. O Laboratório de Patologia da UFMT tem até 90 dias para apresentar os laudos definitivos.

Kenya tinha idade estimada em 44 anos e viveu cerca de quatro décadas em cativeiro no Ecoparque de Mendoza, onde chegou ainda filhote, aos quatro anos, informa a entidade responsável em nota à imprensa, divulgada nesta sexta-feira (19). A remoção ocorreu após decisão das autoridades argentinas de encerrar a manutenção de elefantes em cativeiro no país, prática que durou 136 anos. O destino foi escolhido por oferecer uma área ampla e manejo voltado a animais que passaram a vida em espaços reduzidos.

O transporte ocorreu em uma caixa especial, adaptada para longas distâncias e equipada com câmeras para monitoramento constante. A caravana contou com caminhão, veículos de apoio e escolta, além de equipes técnicas brasileiras e argentinas. As paradas ocorreram a cada duas horas para alimentação, hidratação e limpeza da caixa.

Em Campo Grande, a comitiva fez uma parada na saída para Cuiabá (MT), o que atraiu moradores e motoristas curiosos. Kenya permaneceu na gaiola durante todo o período, enquanto a equipe forneceu água, frutas e outros alimentos. Após a pausa, o grupo seguiu viagem no mesmo dia rumo ao Mato Grosso.

A chegada ao santuário ocorreu em 9 de julho e foi transmitida ao vivo pelas redes sociais da instituição. Kenya demorou cerca de 30 minutos para sair completamente da caixa e teve acesso inicial a um recinto de adaptação. O espaço contou com feno, água e acompanhamento permanente da equipe veterinária.

Segundo dados divulgados pelo próprio santuário, quatro elefantes morreram entre 2019 e 2025 em menos de um ano após a chegada ao local. Além de Kenya, a elefanta Pupy morreu em outubro, cerca de seis meses após a transferência da Argentina. Pocha e Ramba também morreram poucos meses depois de chegar ao santuário.

O Laboratório de Patologia da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) ainda não concluiu os laudos das necropsias. A instituição informou que existe prazo de até 90 dias para a entrega dos resultados e que não divulga dados de prontuários.

Elefanta Kenya morre cinco meses após cruzar MS rumo a santuário
Animal foi escoltada por ativistas durante passagem por MS. (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)