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Meio Ambiente

Em um ano, desmatamento cresce 15% no Pantanal; nos Cerrados o índice é de 20%

No bioma pantaneiro, em três anos, apenas um desmatamento estava legalizado

Guilherme Correia | 18/07/2022 09:26
Área desmatada no Pantanal sul-mato-grossense. (Foto: Arquivo)
Área desmatada no Pantanal sul-mato-grossense. (Foto: Arquivo)

Em um ano, desmatamento cresceu cerca de 15,7% no Pantanal, conforme Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, publicado pelo MapBiomas. O estudo comparou período de 2020 a 2021. Maioria dos alertas mapeados pelo órgão tinham indício de irregularidade.

No bioma pantaneiro, em três anos, apenas um estava regularizado, segundo a pesquisa, cerca de 0,04% do total. No Cerrado, houve crescimento de 20,2% no Cerrado e o índice de regularização variou entre 1,01% a 1,52% ao longo destes anos.

Onze estados superaram a média de 100 hectares desmatados por dia ao longo de 2021, incluindo Mato Grosso do Sul, que ao todo, teve aumento de 45% no desmatamento, ocupando 13º posição entre estados brasileiros. O Estado possui os biomas do Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica.

Não foi identificado desmatamento em UC (Unidade de Conservação) no Pantanal. Neste bioma, a maior parte das áreas desmatadas se concentra em áreas privadas (94,1%).

O restante se divide em terras indígenas (0,1%), assentamentos (0,6%), área pública (0,2%), vazio fundiário (4,7%) e infraestrutura urbana (0,3%).

O Pantanal possui a maior área média desmatada por alerta (97,2 ha), seguido do Cerrado (72,4 ha). Por outro lado, Mata Atlântica e Pampa têm as menores áreas médias por alerta de desmatamento. “O que pode ser explicado pela maior fragmentação da paisagem e pela estrutura fundiária, com propriedades rurais de menor tamanho, nesses biomas quando comparados aos demais.”

Em todos os biomas também cresceu o tamanho da maior área desmatada entre 2020 e 2021.

Foi em território sul-mato-grossense, especificamente no município de Aquidauana, que houve o maior desmatamento do bioma pantaneiro - uma área de 970 hectares. O Pantanal registra a maior velocidade média por alerta de desmatamento, com 1,12 hectare extraído por dia.

Segundo a Diretoria de Licenciamento do Imasul (Instituto de Meio Ambiente) de Mato Grosso do Sul, o órgão estadual emitiu autorização ambiental para supressão vegetal emitida na área desse alerta e trata-se de áreas com CAR  (cadastro ambiental rural) regularizado.

Imagens de satélite mostram área extraída em Aquidauana. (Foto: Reprodução/MapBiomas)
Imagens de satélite mostram área extraída em Aquidauana. (Foto: Reprodução/MapBiomas)

Brasil - O País perdeu, entre 2019 e 2021, uma área de 42 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa, o que equivale a quase um estado inteiro do Rio de Janeiro. Segundo o documento, em 2021 houve um aumento de 20% em relação ao ano anterior, com 16.557 quilômetros quadrados destruídos.

O estudo se baseia em milhares de alertas de desmatamento em 2021 feitos pelo Deter (Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em todo o País.

Ao cruzar os dados com as áreas protegidas, autorizações e CARs, o MapBiomas achou irregularidades em 98,6% dos casos de desmatamento.

A análise apontou que 77% da área total desmatada está em imóveis rurais cadastrados no CAR. "Isso significa que, em pelo menos 3/4 dos desmatamentos, é possível encontrar um responsável", diz o MapBiomas.

Ao todo, foram 59.181 imóveis com desmatamento detectado no país em 2021 - 0,9% dos imóveis rurais cadastrados no CAR até o ano passado. Destes, 19 mil são reincidentes. A maior parte no Brasil (97,8%) se deu por conta da agropecuária.

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