ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Meio Ambiente

Empresas de turismo minimizam impacto de erosão no Salobra

Problema foi identificado por imagens de satélite, sobrevoo e verificação no local, situado em Bodoquena

Jones Mário | 28/06/2019 13:10
Leito seco carrega sedimentos pela força da água das chuvas ao Rio Salobra (Foto: Divulgação/IHP)
Leito seco carrega sedimentos pela força da água das chuvas ao Rio Salobra (Foto: Divulgação/IHP)

O IDB (Instituto de Desenvolvimento de Bonito), que representa dezenas de empresas ligadas ao turismo, diz que a erosão identificada pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro) na região do Rio Salobra não ameaça a cidade, seus atrativos turísticos ou mesmo a cachoeira Boca da Onça, localizada em Bodoquena.

Em nota, o IDB alega que o processo erosivo fica em propriedade “bastante distante da nascente do Rio Salobra”. A entidade defende ainda que o leito seco detectado pelo IHP é “um canal de drenagem temporário ou intermitente e que deverá ser objeto de investigação e vistoria nos próximos dias pelos órgãos competentes”. O Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) já havia adiantado que examina a situação do local.

O problema foi identificado pelo IHP por imagens de satélite, sobrevoo e verificação no local, situado em Bodoquena, próximo aos limites com Bonito e Porto Murtinho. Os processos erosivos ficam em curso d’água à montante do Rio Salobra. O leito seco oferece perigo, já que serve de canal para carreamento de sedimentos pela força da água das chuvas, causando aumento da turbidez e posterior assoreamento.

O biólogo e coordenador de monitoramento do IHP, Sérgio Eduardo Barreto, assegura que o leito seco não é um dreno temporário. “É um processo erosivo que formou um canal que influencia diretamente o Salobra durante o período chuvoso”, reforça.

Ainda segundo Barreto, há várias hipóteses que podem explicar o dano ambiental. Possível desvio da nascente do Salobra é uma delas, mas novas campanhas serão realizadas a fim de identificar a causa.

Problema está instalado na região há décadas, dizem moradores (Foto: Divulgação/IHP)
Problema está instalado na região há décadas, dizem moradores (Foto: Divulgação/IHP)

O IHP também emitiu nota, na qual ressalta que, segundo moradores locais, o problema está instalado na região há décadas. A organização garante que as observações visam proteger os recursos e processos naturais e que sua postura e posicionamento são sempre amparados por pareceres técnicos e análises detalhadas.

Ainda conforme o IHP, questionar a veracidade das informações prestadas pela entidade “é negar a realidade de fatos incontestáveis”.

Serra da Bodoquena - A região banhada pelo Salobra tem potencial turístico que passou a ser melhor explorado recentemente, com parques e refúgios às margens do rio, na Serra da Bodoquena. As cachoeiras são as grandes atrações, das quais a Boca da Onça é a principal, com 156 metros de altura. O local ainda é propício para prática de trilhas e rapel.

Por sua vez, Bonito é o principal destino do complexo turístico do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. Conforme relatório anual do Oteb (Observatório do Turismo e Eventos de Bonito), o município recebeu pelo menos 200 mil visitantes em 2018.

Em novembro do ano passado, o Rio da Prata foi tomado por lama, o que levantou alerta sobre o perigo das águas turvas para o município cartão-postal do Estado. Os proprietários responsáveis foram autuados pela PMA (Polícia Militar Ambiental) e notificados pelo Imasul por não terem construído curvas de nível durante o manejo do solo para plantio de soja. A falta das barreiras foram apontadas como possíveis causadoras do carreamento de sedimentos que sujaram as águas do rio.

Já em 2016, a PMA (Polícia Militar Ambiental) descobriu 46 quilômetros de drenos para secar o brejão do Rio da Prata, área úmida no limite entre Bonito e Jardim composta por pequenas nascentes e que tem solos férteis atrativos à agricultura. O proprietário foi multado e os drenos chegaram a ser fechados, mas voltaram à atividade e provocaram polêmica sobre os prejuízos ambientais.

Nos siga no Google Notícias