Estudo revela que 67% das cabeceiras do Pantanal estão degradadas
Pesquisa também mostra que investir na restauração das cabeceiras sai até oito vezes mais barato
Estudo conduzido pelo WWF (World Wide Fund for Nature) aponta que a região das cabeceiras do Pantanal, em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, enfrenta alto grau de degradação, atingindo 67%. Com o uso do solo predominantemente voltado à atividade agropecuária, a região lida com desafios relacionados à segurança hídrica e às mudanças climáticas.
RESUMO
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A região das cabeceiras do Pantanal enfrenta grave degradação ambiental, com 67% da área comprometida, segundo estudo do WWF. A pesquisa revela que 58% da paisagem foi transformada pela ação humana, principalmente para uso agropecuário, com pastagens ocupando 42% do território. Entre 2022 e 2024, houve redução de 26% nos corpos d'água e aumento de 47% no cultivo de soja. O estudo também demonstra que investir em restauração é economicamente viável: para cada R$ 1 aplicado em recuperação ambiental, economiza-se até R$ 8 em tratamento de água, especialmente em cidades como Bodoquena, Aquidauana e Esperidião.
Segundo o levantamento, 58% da paisagem das cabeceiras já está antropizada, ou seja, transformada pela ação humana, sendo que as pastagens ocupam 42% da área, e destas, a maioria (67%) apresenta alto nível de degradação. Entre 2022 e 2024, houve aumento de 4% na supressão da vegetação nativa, enquanto o cultivo de soja avançou 47%. No mesmo período, os corpos d’água da região sofreram redução de 26%.
“Esses dados são particularmente importantes, pois as cabeceiras são responsáveis pela maior parte do fluxo de água (cerca de 80%) e de sedimentos que chegam à planície, essenciais para a manutenção da dinâmica do Pantanal”, destaca o relatório.
O documento, intitulado “O valor da restauração: Como a cobertura vegetal reduz erosão e gera benefícios econômicos e resiliência hídrica nas cabeceiras do Pantanal”, reúne resultados de três pesquisas realizadas em 2024, no contexto do projeto “Água Limpa para Todos”, desenvolvido em parceria com a Aegea.
Além de mencionar os impactos dessa região, que correspondem às áreas de nascentes dos principais afluentes da BAP, o documento apresenta o custo-benefício de restaurar as mesmas. É nessa parte que entre as SbN (Soluções Baseadas na Natureza) que trazem benefícios ambientais, sociais e econômicos.
O WWF foca em três soluções, sendo elas: recuperar pastagens degradadas, implementar práticas de conservação do solo e restaurar a vegetação nativa em áreas de preservação permanente.
Em relação ao custo-benefício, o estudo traz a seguinte pergunta: “O que é mais barato: investir em restauração e conservação do solo ou tratar a água depois?”. O resultado mostra que em 20 dos 24 cenários analisados, o investimento em restauração e melhores práticas agropecuárias apresentou custo-benefício positivo.
Para cada R$ 1 investido em restauração e práticas do manejo do solo, é possível economizar até R$ 8 com tratamento de água. Locais como Bodoquena, Aquidauana e Esperidião (MT) tiveram os melhores resultados de custo-benefício.
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