Ibama estuda captura da onça que atacou morador em Corumbá
Animal não era visto há mais de um mês após medidas para afugentá-lo

Diante do risco de um incidente mais grave, devido ao conflito explícito entre ribeirinhos urbanos e onças que rondam a região de encosta em busca de alimentos, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) poderá autorizar a captura do felino que atacou o morador Valdinei da Silva Pereira, de 57 anos, na noite de ontem (6), no Bairro Dom Bosco, em Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande.
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Após ataque a morador, Ibama avalia capturar onça em Corumbá. O felino feriu um homem que tentou proteger seus cães do animal. A onça buscava alimento na região de encosta da cidade, área que ronda com frequência. Autoridades articulam ações para evitar conflitos entre moradores e onças. A captura e realocação do animal para outra área do Pantanal é uma possibilidade. Especialistas apontam que queimadas, seca e a presença de animais domésticos atraem as onças para a área urbana. O Ibama orienta moradores a recolher animais domésticos e evitar circular à noite.
O órgão federal ainda avalia essa possibilidade, considerada uma das alternativas mais viáveis após o incidente em que o felino tentou atacar cães soltos no quintal do casebre de Valdinei. Ao reagir para salvar os animais, Valdinei foi atacado e sofreu ferimentos na região frontal da cabeça, corte superficial no nariz e lesão no olho direito.
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A analista ambiental do Ibama em Mato Grosso do Sul, Fabiane Gonçalves de Souza, conversou com a imprensa no final da tarde desta quinta (7) e adiantou que o próximo passo das ações articuladas por diversos órgãos para impedir o conflito das onças com os seres humanos pode ser o preparo de equipamentos e técnicas para a relocação do animal.
“Ao que tudo indica, não foi um ataque direto ao ser humano, o objetivo da onça era os cães soltos, a despeito das orientações que foram repassadas aos moradores para que os animais domésticos fossem colocados em local de segurança à noite”, explicou ela. “Estamos ainda tentando entender o que ocorreu na residência do senhor Valdinei.”
Fabiane Gonçalves, que é médica veterinária, disse que havendo a necessidade de captura, a onça que atacou o morador será transferida para outra área do Pantanal, que é seu habitat.

Ambiente favorável - O ataque do animal ao morador da encosta ocorreu num período em que o monitoramento do Ibama, da PMA (Polícia Militar Ambiental), prefeitura e organizações não-governamentais não registrava a presença dos felinos nas imediações da comunidade que vive no local em condições vulneráveis.
O avistamento de onça-pintada na região ocorre desde o dia 24 de março, entre a Cacimba da Saúde (bairro da Cervejaria) e o Parque Marina Gattass (próximo à fronteira com a Bolívia), numa extensão de dois quilômetros. Vários animais domésticos foram predados por duas onças que circulavam pela região.
Uma força-tarefa foi criada para proteger os moradores e tentar afugentar os animais, que foram atraídos para aquele espaço devido à presença de muitos animais domésticos soltos, à mata fechada, à ausência de iluminação pública e ao lixo a céu aberto.
A presença das onças na área urbana, segundo especialistas, também é reflexo das queimadas e seca no Pantanal. Com a melhoria das condições ambientais na região, colocação de equipamentos luminosos e recolhimento dos animais domésticos, os felinos não foram mais avistados no mês de julho.
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