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Meio Ambiente

Leilão Eco Invest mira o Pantanal e outros biomas para recuperar pastagens

Iniciativa quer restaurar 1 milhão de hectares e combater a produção de gases de efeito estufa

Por Inara Silva | 31/07/2025 16:05
Leilão Eco Invest mira o Pantanal e outros biomas para recuperar pastagens
Área de queimada prescrita em Mato Grosso do Sul (Foto: Arquivo)

O Pantanal será um dos biomas contemplados pelo segundo Leilão Eco Invest, uma iniciativa do Governo Federal que busca levantar recursos para restaurar um milhão de hectares de pastagens no Brasil. O objetivo central do projeto é combater o uso inadequado  da terra, que é a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa no país.

RESUMO

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O segundo Leilão Eco Invest, iniciativa do Governo Federal em parceria com o BID, visa restaurar um milhão de hectares de pastagens degradadas em diversos biomas brasileiros, incluindo o Pantanal. O projeto busca combater o uso inadequado da terra, principal fonte de emissão de gases de efeito estufa no país.O programa contempla não apenas reflorestamento, mas também atividades produtivas sustentáveis como adubação, plantio de capins e integração lavoura-pecuária-floresta. No Pantanal, dados da Embrapa apontam 3,4 milhões de hectares de pastagens em diferentes níveis de degradação, enquanto o Cerrado apresenta a maior área afetada, com 32,1 milhões de hectares comprometidos.

Segundo a assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda, a homologação do certame ainda não foi concluída. Por isso, não há informações sobre o valor ou a quantidade de área a ser beneficiada no Pantanal. Somente após a homologação é que todos os dados serão divulgados, discriminados por bioma e bancos.

Áreas e foco do leilão

A iniciativa integra o Programa Eco Invest Brasil (Lei nº 14.995) e é conduzida pelos ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Além do Pantanal, outros biomas degradados podem ser recuperados, como a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pampa.

Segundo dados da Embrapa, com o Valor Econômico, o bioma pantaneiro possui 1,7 milhão de hectares de pastagens em degradação severa e outros 1,7 milhão em degradação moderada. O Cerrado apresenta a maior extensão de áreas afetadas no país, com 13,3 milhões de hectares em condição severa de degradação, somados a 18,8 milhões em condição moderada.

O leilão não se restringe ao reflorestamento. São elegíveis também propostas que envolvam atividades produtivas sustentáveis como adubação, plantio de capins, ILPF (integração lavoura-pecuária-floresta) e manejo rotacionado. As propostas devem promover a recuperação do solo e aumentar a produtividade por hectare. É mandatório que ao menos 50% dos recursos sejam direcionados para a produção de alimentos e proteína animal.

Leilão Eco Invest mira o Pantanal e outros biomas para recuperar pastagens
Arte: Thainara Fontoura

Cronograma

O primeiro leilão, realizado em outubro de 2024, teve projetos que abarcavam um espectro mais amplo, incluindo transição energética e bioeconomia.

O prazo de apresentação das propostas, inicialmente previsto para 13 de junho, foi adiado para 21 de julho. A prorrogação foi solicitada por bancos, que pediram mais tempo para refinar suas carteiras de projetos. O resultado final ainda não foi divulgado.

Como funciona

O Leilão Eco Invest é um modelo competitivo de financiamento híbrido, que faz parte da linha de “blended finance”. Nele, o governo oferece crédito com condições favoráveis, enquanto instituições financeiras injetam recursos privados, captados no Brasil e no exterior. As propostas são selecionadas pela sua maior capacidade de mobilizar investimentos e gerar impacto socioambiental positivo. Os recursos são direcionados a iniciativas que recuperam terras degradadas e incentivam práticas produtivas sustentáveis.