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Meio Ambiente

MS em chamas: em 1 dia, Estado teve quase 400 focos de queimadas

Segundo o PrevFogo, apesar da proibição fator humano provoca 99% dos incêndios

Aline dos Santos | 10/09/2019 10:33
Imagem feita pelo grupo do Prevfogo, em Corumbá. (Foto: Divulgação)
Imagem feita pelo grupo do Prevfogo, em Corumbá. (Foto: Divulgação)

As estatísticas de focos de incêndio mostram que a segunda-feira, dia 9, foi fogo em Mato Grosso do Sul. A data registrou o recorde de queimadas num único dia. De acordo com o coordenador do PrevFogo, Márcio Ferreira Yule, foram 397 focos no Estado ontem, sendo a maioria em Corumbá: 144 queimadas.

A maior parte dos incêndios se explica pela ação humana, apesar da proibição de queimada controlada em meses críticos no Pantanal, o fogo é lançado e rapidamente se espalha.

“O fator humano provoca 99% dos incêndios. Alguém coloca fogo por algum motivo, renovar pasto, incêndio por vingança, negligência. Em virtude dessas condições climáticas, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS) suspende há muito tempo as queimadas controladas em agosto, setembro e outubro no bioma Pantanal. O homem é responsável por quase todos os incêndios”, afirma o coordenador do PrevFogo, que é ligado ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Corumbá, município na região no Pantanal e a 419 km de Campo Grande, sofre com o fogo. A segunda-feira foi de pane nos serviços de telefonia porque um incêndio rompeu cabo de fibra ótica.
Postes de energia também foram queimados e fazendas da região ficaram sem luz. A fumaça “importada” de queimadas da Bolívia, com quem faz fronteira, também voltaram a encobrir a cidade nesta terça.

Trabalho na região de Porto Murtinho. (Foto: Reprodução vídeo)
Trabalho na região de Porto Murtinho. (Foto: Reprodução vídeo)

Em um 2018 atípico, em que a chuva forte espantou o fogo, Corumbá nem entrou no ranking dos municípios brasileiros com mais queimadas. Mas 2019 trouxe um pacote que favorece os focos de incêndio: vento forte, baixa umidade relativa do ar, tempo seco e acúmulo de material. O resultado é que o município está em segundo lugar no ranking nacional de focos de incêndio. De janeiro até setembro, Corumbá contabiliza 2.884 focos.

“O regime do fogo é cíclico. No ano passado, queimou muito pouco em Corumbá e acumulou muito material para esse ano”, afirma Yule. Desde quinta-feira, o trabalho de combate ao fogo se intensificou no município pantaneiro.

Segundo o coordenador do PrevFogo, as brigadas do Ibama têm atuado 24 horas, com dois esquadrão de dia e dois à noite. Os pontos com mais focos ficam na BR-262, entre Corumbá e Porto Morrinho, e na Estrada Parque. De acordo com o Corpo de Bombeiros, incêndio na tarde de ontem, na região de Porto Morrinho, chegou próximo ao pedágio, a 70 km da área urbana de Corumbá. Os focos persistem na vegetação e a queima de material lenhoso (tocos e troncos) provoca muita fumaça nesta terça-feira (dia 10).

Depois de Corumbá, Porto Murtinho é o segundo município com mais queimadas. O fogo se concentra na terra indígena dos kadiwéus. “Temos duas brigadas lá. Estão trabalhando com bastante intensidade no combate”, afirma Yule.

Destruição – Na rodovia MS-178, que liga Bonito a Bodoquena, uma linha de fogo se espalhou às margens da pista, avançando para as propriedades rurais. Imagens de drone mostram a destruição do fogo e tronco de árvore em chamas. O circuito dos incêndios se espalha por Aquidauana, Bonito, Bodoquena, Miranda, Corumbá e Porto Murtinho.

Em 2019, o Ibama contratou 91 brigadista para combate aos incêndios. O contrato tem validade de seis meses e prioriza o período marcado pela seca no Estado. Nessa última década, houve mudança somente no mês com mais focos de incêndio. Até 2010, o predomínio era o mês de agosto. Agora, os recordes são de setembro. O combate a o fogo é feito com

Vai chover? – De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão Filho, da Uniderp, há previsão de chuva forte para Mato Grosso do Sul no dia 22, véspera da Primavera.

Meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Ernesto Alvin afirma que 2019 é ano de El Niño, fenômeno que deixa a chuva “presa” no Norte da Argentina e no Sul do Brasil. Na quinta-feira, uma frente fria se aproxima do Estado, mas traz apensa expectativa de melhora na umidade do ar, sem chuva substancial. MS é o oitavo no ranking nacional dos incêndios, com 8.623 focos desde janeiro.

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