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Meio Ambiente

Pouco para eles, muito para o planeta: quando o simples faz toda a diferença

Pequenas mudanças no cotidiano podem ser o caminho certo para o equilíbrio ambiental.

Anahi Gurgel | 05/06/2017 07:11
Eduardo com sua bike em pleno centro de Campo Grande. Pelo menos 2 vezes por semana deixa o carro na garagem e pedala 18 quilômetros para ir e voltar do trabalho. (Foto: Alcides Neto)
Eduardo com sua bike em pleno centro de Campo Grande. Pelo menos 2 vezes por semana deixa o carro na garagem e pedala 18 quilômetros para ir e voltar do trabalho. (Foto: Alcides Neto)

Sim, a rotina é frenética e o tempo é curto, mas a mudança de alguns hábitos no dia a dia é fundamental para minimizar os impactos provocados ao meio ambiente. Separar lixo reciclável, cultivar uma horta no quintal, reaproveitar a água da chuva e trocar o carro pela bike sempre que possível podem ser a chave para uma sociedade mais sustentável.

Muito se fala em depredação e preservação dos recursos naturais, mas poucos se lembram de sua parcela de responsabilidade nisso. É o que acredita o engenheiro ambiental Ariel Ortiz Gomes Martins, 30.

"A conscientização ambiental é um processo de educação que permite compreender nossa relação com a natureza. A sociedade está engatinhando, mas aos poucos esses conceitos estão sendo difundidos", ressalta. Para ele, iniciativas simples parecem causar pouco efeito, mas são extremamente importantes. 

Exemplo é o administrador Eduardo Zanpronio, 28. Sempre que pode deixa o carro na garagem de casa e percorre 18 quilômetros de bicicleta para ir e voltar do trabalho.

Uma prática que ele adotou há mais de dois anos, pensando em uma forma de fazer exercício físico, economizar combustível e ajudar na redução do fluxo de veículos e poluição na cidade. "Comprei minha bicicleta já com essa intenção. Como eu gosto de pedalar, decidi unir o útil ao agradável", comenta.  

O percurso de bike do Bairro Pioneiros, onde reside, até o local de trabalho, na Rua 13 de Julho, leva cerca de 20 minutos, bem menos do que de carro, considerando semáforos e o tempo para estacionar. "Quando vou de carro, ofereço carona para quem vai ao centro. Cada um tem que fazer a sua parte", pontua.

Saindo do centro em direção ao Sul da Capital, o Campo Grande News encontrou uma horta muito bem cuidada, ocupando uma pequena área de aproximadamente 80 metros quadrados. O proprietário talvez nem se dê conta disso, mas é um belo e digno modelo de gente que faz toda a diferença para esse mundo. Confira no vídeo.

Sem desperdício - No Bairro Carandá Bosque, a empresária Elizabeth Yurico Rocha, de 64 anos, procura "sustentabilizar" tudo o que pode em cada espaço de sua residência.

"Desperdício é algo que não acontece aqui. Eu utilizo a água da máquina de lavar roupas, por exemplo, para limpar varandas e jogar no vaso sanitário. Também reaproveito a água da chuva principalmente para regar plantas, porque não tem cloro. Economizo até 30% na conta", relata, orgulhosa.

Elizabeth Yurico mostra seu sabão caseiro e a coleta da água da chuva, que ela distribui em pequenos galões para molhar plantas. Economia de 30% na conta. (Foto: Anahi Gurgel)
Elizabeth Yurico mostra seu sabão caseiro e a coleta da água da chuva, que ela distribui em pequenos galões para molhar plantas. Economia de 30% na conta. (Foto: Anahi Gurgel)

Em determinadas épocas, a família chega a coletar mais de 2,5 mil litros de água da chuva por mês, que fica armazenada em tambores ou pequenos galões para facilitar o transporte. "Vamos investir numa caixa d'água para coletar ainda mais", espera.

Elizabeth, carinhosamente chamada de "formiguinha", também faz compostagem com restos de comida e borra de café, utiliza casca de ovo para adubar sua pequena horta e até fabrica sabão com óleo vegetal e animal usado - devidamente repartido entre todos que ajudam na doação da gordura.

 "Faço isso porque não penso somente em mim, mas também nas futuras gerações. Qual planeta iremos deixar para nossos filhos e netos?", indaga.

Reciclar é preciso - Quem também aderiu a essas medidas simples, é a empregada doméstica Marli da Silva, 43 anos, que separa o lixo reciclável e estimula outros a serem colaborativos.

"Eu não tinha esse costume, mas despertou em mim quando a coleta seletiva começou a passar no bairro, tem alguns meses. É uma questão de hábito, pode demorar, mas é possível. Como faço bolo sob encomenda, junto todo material que posso e dou puxão de orelha em quem esquece", diz, bem-humorada, Marli, que mora no Bairro São Francisco.

Marli passou a separar o lixo reciclável há cerca de 3 meses e "dá puxão de orelha" em quem não colabora em casa. (Foto: Marcos Ermínio)
Marli passou a separar o lixo reciclável há cerca de 3 meses e "dá puxão de orelha" em quem não colabora em casa. (Foto: Marcos Ermínio)

Alerta - O Dia Mundial do Meio Ambiente foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, na Suécia, para chamar a atenção dos governantes sobre a necessidade de implantar medidas emergenciais para evitar a degradação do meio ambiente.

Pelo decreto nº 86.028, de 1981, foi instituída a Semana Nacional do Meio Ambiente, que visa incluir a sociedade nas pautas que tratem da preservação do patrimônio natural do Brasil.

"A palavra para esse 5 de junho é, sem dúvida, 'alerta'! Ainda temos muitos problemas com recuperação da vegetação e poluição nos córregos. Precisamos ampliar a reciclagem, erradicar os lixões, diminuir o consumo de agrotóxicos, melhorar mobilidade e transporte púbico, promover educação e saúde para a população", acredita Ariel.

São medidas que, para o engenheiro ambiental, a família 'média' brasileira tem dificuldade de executar. "Seja pela ampla jornada de trabalho, estudo ou mesmo por razões mais estruturais como a falta de política pública ou a luta pela manutenção de suas necessidades básicas", lamenta.

Na galeria abaixo, confira outras imagens de nossas personagens quem fazem a diferença com pequenas atitudes. Que sejam inspiração para todos. 

Confira a galeria de imagens:

  • Elizabeth aproveita casca de ovo para adubar ervas e temperos de sua hortinha na varanda de casa.
  • Floriano vende tanta couve que é difícil separar muda para o replantio.
  • Marli tomou gosto pela reciclagem e agora busca despertar a conscientização em familiares e vizinhos.
  • Ao optar pela bike, Eduardo faz exercício, economiza combustível e ajuda a reduzir a poluição. "Cada um deve fazer sua parte".
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