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Meio Ambiente

Protetores fazem manifestação contra maus-tratos, após morte de cadela

Caso da cadela Miska, espancada e morta no domingo passado, foi motivo mais recente de indignação

Danielle Errobidarte | 19/01/2020 16:30
Quando o sinal fechava, manifestantes levantavam faixas e cartazes. (Foto: Paulo Francis)
Quando o sinal fechava, manifestantes levantavam faixas e cartazes. (Foto: Paulo Francis)

Com gritos de pedidos por justiça, protetores independentes fizeram um protesto nos altos da Avenida Afonso Pena, na tarde deste domingo (19). Apoiados por pessoas que adotaram animais, eles levantaram faixas e cartazes com o objetivo principal de chamar atenção do poder público e da sociedade para necessidade de políticas contra os maus-tratos.

O motivo de indignação mais recente foi o caso da cadela Miska, encontrada ensanguentada e com a mandíbula quebrada há uma semana, no domingo passado (12). Por isso, cerca de 50 protetores independentes decidiram se reunir.

Alexandre Menezes dos Santos é protetor há 1 ano e decidiu comparecer à manifestação para pedir legislação mais rigorosa. "O governo de Goiás sancionou uma lei que vale desde 8 de dezembro, com punições mais graves para maus tratos a animais. A multa pode chegar a R$ 5 mil. Aqui em Mato Grosso do Sul, esse crime é considerado de menor potencial ofensivo", afirma.

Alexandre é protetor independente e espera que lei aprovada em Goiás sirva de exemplo para Mato Grosso do Sul (Foto: Paulo Francis)
Alexandre é protetor independente e espera que lei aprovada em Goiás sirva de exemplo para Mato Grosso do Sul (Foto: Paulo Francis)
Eliza veio de Rio Brilhante, interior do estado, apenas para protesto. (Foto: Paulo Francis)
Eliza veio de Rio Brilhante, interior do estado, apenas para protesto. (Foto: Paulo Francis)

Eliza Moraes é protetora em Rio Brilhante e presidente há 5 anos, junto ao marido, da ONG Mundo Animal, mantida com doações voluntárias de colaboradores. "Nasci e fui criada na área rural e meus pais me ensinaram a respeitar tudo que faça parte do meio ambiente, não só animais, mas as plantas e todo o resto", explica.

Para Eliza, a atenção dada aos casos de maus-tratos a animais é ainda mais preocupante em cidades do interior. "A gente tenta aumentar a visibilidade do assunto fazendo palestras em escolas e também temos um horário na rádio, mas ainda é difícil porque não temos tanto apoio do poder público".

Protetores fazem manifestação contra maus-tratos, após morte de cadela

Há cerca de um mês o cachorrinho Tobias foi resgatado por Vera Lucia Souza, 54, após ela encontrar o bichino em uma gaiola de pet shop, preso. "Precisamos entender que os animais não são racionais mas sentem necessidades como todo ser vivo. Eles têm fome, sede e sentem dor".

Psicólogo do poder judiciário, José Luiz Pereira, de 56 anos, acredita que o diálogo entre as pessoas deve incluir a proteção de animais e humanos, sem distinção. "As pessoas não entendem e passam gritando para nós, que estamos com faixas, frases como 'vai trabalhar!' ou questionando do porquê não falamos em adotar crianças, como se fosse um crime. Não temos que excluir ninguém, temos que atender todas as demandas", explica.

Caso Miska- Miska morreu na noite de domingo (12), depois de ser agredida a pauladas por uma moradora do Residencial Búzios, em Campo Grande. O ataque teria acontecido no momento em que o animal procurava algo para comer em sacos de lixo colocados em frente a casa da autora.

O animal chegou a ser socorrido pela ONG (Organização Não Governamental) Abrigo dos Bichos e encaminhado para clínica veterinária. Lá, especialistas constataram que por causa das agressões, a cadela, apelidada de “Miska”, havia quebrado a mandíbula e perdido muito sangue.

Moradora do Residencial Búzios prestou depoimento na semana passada, mas foi liberada e vai responder por maus-tratos com possibilidade de até 1 ano de prisão pelo crime, mas que normalmente é revertida em pena alternativa. 

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