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Meio Ambiente

Sem produzir frutos, árvores que serviam de reduto para tucanos são derrubadas

Bruno Chaves | 01/07/2014 18:20
Árvore derrubada dentro do terreno do Seminário Maior Maria Mãe da Igreja (Foto: Cleber Gellio)
Árvore derrubada dentro do terreno do Seminário Maior Maria Mãe da Igreja (Foto: Cleber Gellio)
Foto enviada por leitor mostra que local serve como reduto de aves como tucanos (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto enviada por leitor mostra que local serve como reduto de aves como tucanos (Foto: Arquivo Pessoal)

A derrubada de árvores do terreno do Seminário Maior Maria Mãe da Igreja, que fica na Rua Abílio Barbosa, em Campo Grande, causou indignação de leitores do Campo Grande News, que procuraram o jornal nesta terça-feira (1º) para relatar a “demolição” dos redutos de várias espécies de pássaros, entre elas tucanos, araras e periquitos.

De acordo com um leitor, que preferiu não se identificar por temer represálias, a derrubada teve início na tarde de hoje. “Parecem poucas árvores, mas era um reduto de aves. Não sei qual o motivo dos padres, mas é muito triste”, escreveu em e-mail destinado ao jornal. A reportagem foi ao local verificar a situação e encontrou trabalhadores fazendo a limpeza do local.

O padre reitor do seminário não estava no seminário. Quem atendeu a imprensa foi um seminarista, que informou que apenas duas árvores da espécie mexeriqueira foram arrancadas do solo. “Elas não davam frutos, faziam muita sombra nos quartos e deixavam os aposentos gelados. Por isso, o padre decidiu pela poda das árvores”, justificou o rapaz que pediu para não ter o nome divulgado.

Ainda de acordo com o seminarista, as mexeriqueiras quase não davam frutos e quando eles brotavam eram impróprios para o consumo. Ele ainda contou que os funcionários contratados para fazer o corte das espécies aproveitaram a oportunidade para retirar entulhos de construção do local.

O rapaz não soube precisar há quanto tempo as árvores não produziam mexericas. Entretanto ele revelou que o prédio onde funciona o seminário há 30 anos pertence a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).

A reportagem do Campo Grande News procurou a Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) para verificar qual a legislação vigente na Capital a respeito de podas de árvores. Entretanto, os telefonemas não foram atendidos porque já passava do horário comercial. No site da secretaria está disponível regulamentação que orienta apenas a poda e corte de árvores em via pública.

Em entrevista ao jornal, o ambientalista Haroldo Borralho explicou que o manejo de árvores dentro de propriedades particulares é livre. “Dentro do terreno é é liberado, a não ser que a árvore seja tombada pela importância de sua espécie, pela importância para o meio ambiente ou por estar em extinção. Caso contrário, o cidadão é livre para cortar”, disse.

Seminário fica localizado no bairro Santo Antônio, em Campo Grande (Foto: Cleber Gellio)
Seminário fica localizado no bairro Santo Antônio, em Campo Grande (Foto: Cleber Gellio)
Funcionários trabalham em poda de árvore mexeriqueira (Foto: Arquivo Pessoal/Leitor)
Funcionários trabalham em poda de árvore mexeriqueira (Foto: Arquivo Pessoal/Leitor)
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