MS deverá se internacionalizar para a Bioceânica, pontua ministro
Ásia está atenta ao Corredor, que colocará o Estado em posição estratégica para o comércio entre países
RESUMO
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De um estado focado na exportação de seus produtos primários a um personagem central nas relações comerciais do Brasil com países sul-americanos e asiáticos. Essa é a dimensão que Mato Grosso do Sul terá de incorporar com a consolidação do Corredor Bioceânico de Capricórnio, a chamada Rota Bioceânica, na análise do ministro de carreira do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson, que há dez anos está se dedicando à concretização de rotas de integração priorizadas pela União.
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O diplomata tem participado de muitos debates sobre a consolidação e os desafios do Corredor que passará por Mato Grosso do Sul, seguindo pelo Paraguai, a partir de Porto Murtinho, cruzando a Argentina e finalizando no Chile, onde estão portos no Oceano Pacífico, que podem encurtar distâncias e baratear fretes com o expressivo mercado da Ásia, com países como Japão, Índia e China. Em mais uma visita a Campo Grande, ele falou ao podcast Na Íntegra.
Os governos estrangeiros estão acompanhando dia a dia a evolução do Corredor.
O ministro pontua que o Estado precisa se internacionalizar para aproveitar as oportunidades, citando que isso significa favorecer o intercâmbio de pessoas com os vizinhos, seja nas universidades ou em atividades econômicas, e também cobra do governo estadual esforço para atrair empreendimentos estrangeiros para cá.
Entusiasta do impacto que a consolidação da Rota trará aos países envolvidos, Parkinson defende que as transformações irão muito além das vantagens comerciais, com um novo caminho para o trânsito de produtos.
No passado, as fronteiras nos separaram. Agora, os corredores nos unem.
A ponte sobre o Rio Paraguai deve ser concluída em setembro do ano que vem. Enquanto a obra avança, no lado sul-mato-grossense está sendo construído pela União um contorno rodoviário e acesso a ela, em Porto Murtinho, de 13 quilômetros, onde também serão instalados os serviços necessários à condição fronteiriça, como policiamento e aduana.
São transformações necessárias, com implementação em curto período, diz o ministro, sobre as ações que deverão se concretizar em diferentes áreas. Ele informa que, além das ações dos governos federais dos quatro países, estados e cidades também se articulam, em uma ação inédita no continente, segundo Parkinson. São várias mesas de trabalho, focadas em temas como segurança, saúde, infraestrutura e logística, integração aduaneira e de universidades.
Ele explica que acordos e legislações precisarão ser formulados e provoca o Poder Legislativo do Estado e da Capital a estar atento às demandas do Corredor Bioceânico e às mudanças que cabem aos parlamentares.
Segundo o ministro, há um diagnóstico sobre gargalos feito em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) nos quatro países da Rota e no Uruguai, no qual foram destacados 267 tópicos. Ele apontou que um deles passará a ser avaliado na prática para a busca de soluções: o transporte de carnes na Rota Bioceânica, para a identificação das adequações necessárias.
Nós estamos transformando contextos locais em um ambiente mais internacional.
No caso do Estado, a questão do transporte demandará a ampliação da oferta de veículos, assim como de armazenagem. Ele cita que há somente 73 empresas autorizadas para circulação internacional; além disso, Parkinson aponta outros setores que acabarão se expandindo, como despachantes e escritórios de advocacia especializados, voltados para o comércio exterior, setores que hoje não geram demanda, já que as exportações ocorrem pelo Paraná ou São Paulo, onde se encontram os portos. Há oportunidades promissoras, mas elas vão exigir agilidade, alerta o ministro.
 



 
 
 
 
 
