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Política

“Não tem como saber”, diz empresário sobre origem suspeita de dinheiro

Christiane Reis | 21/10/2016 18:45
À esquerda Giovane, em registro antigo, ao lado do atual vereador Alex do PT e deputado Federal, Vander Loubet. (Foto: Reprodução)
À esquerda Giovane, em registro antigo, ao lado do atual vereador Alex do PT e deputado Federal, Vander Loubet. (Foto: Reprodução)

O empresário Giovane Favieri, um dos antigos donos da produtora VBC e que virou réu na Operação Lava Jato, diz que a empresa “fez a campanha e recebeu por ela”. A acusação é de que ele e Armando Peralta tenham recebido parte dos R$ 12 milhões emprestados a José Carlos Bumlai, que teria sido usado como 'laranja' do PT (Partido dos Trabalhadores) para pagar dívidas de campanhas eleitorais do partido.

Ainda segundo Favieri, não há como, na condição de prestador de serviço, saber se o dinheiro usado para pagar pelo trabalho realizado foi obtido de forma fraudulenta.

“Não há como saber, ninguém é adivinho”, disse. Ele acredita que por conta deste cenário houve a suspensão da ação por 45 dias, o que no entendimento dele ocorreu para que o dolo seja provado. O empresário Armando Peralta não foi localizado até a conclusão deste texto.

O caso – O juiz federal de Curitiba (PR) Sérgio Moro recebeu na quinta-feira (20) a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra Favieri e Peralta. Além deles, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares de Castro, o ex-prefeito de Campinas (SP), Helio de Oliveira Santos, o dono do frigorífico Bertin, Natalino Bertin, e o ex-presidente do Banco Schahin, Sandro Tordin, viraram réus nesta ação, uma das que deriva do que apurou a Lava Jato.

Na denúncia contra os empresários do Estado consta que R$ 3,9 milhões foram transferidos, entre 21 de outubro de 2004 e 5 de novembro de 2004, para as empresas NDEC – Núcleo de Desenvolvimento de Comunicação e Omny Par Empreendimentos e Consultoria Ltda., que pertencem a Favieri e Peralta.

Os recursos seriam destinados à campanha eleitoral de Helio de Oliveira Santos para a Prefeitura de Campinas, naquele ano.

Sérgio Moro aceitou a denúncia, embora tenha evidenciado que não é possível neste momento fazer a análise do dolo (intenção) na lavagem do dinheiro. “No que se refere à justa causa para a denúncia, entendo que a prova documental apresentada quanto ao destino de parte do empréstimo fraudulento, é suficiente para justificar, nessa fase, o recebimento da denúncia”.

A ação está suspensa por 45 dias ou até que outro processo derivado da Lava Jato seja julgado, também por determinação do juiz Sérgio Moro.

O dinheiro é parte do montante de R$ 12 milhões do empréstimo dado pelo Grupo Schahin para Bumlai. O pagamento da dívida foi realizado, ainda conforme apurou o MPF, sob a forma de contratos fraudulentos com a Petrobras – o grupo recebeu US$ 1,6 bilhão para operar o navio sonda Vitória 10.000 posteriormente.

O montante total foi transferido para o frigorífico Bertin, na tentativa de despistar qualquer investigação e foi das contas da empresa, também com sede em Mato Grosso do Sul, que saiu o pagamento para Favieri e Peralta, além de R$ 500 mil para a Omny Par Empreendimentos Consultoria e Participações, credora da dupla.

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