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Política

"Pecha de assaltante" leva ex-governador a processar vereadora

Aline dos Santos | 22/02/2016 11:21
Puccinelli fez queixa-crime contra vereadora. (Foto: Fernando Antunes)
Puccinelli fez queixa-crime contra vereadora. (Foto: Fernando Antunes)

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) denunciou a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) pelos crimes de calúnia e difamação. A queixa-crime tramita desde sexta-feira (19) na 4ª Vara Criminal de Campo Grande.

O processo é desdobramento de interpelação judicial feita em outubro do ano passado após o depoimento da vereadora à força-tarefa do MPE (Ministério Público do Estado) ser vazado.

Ela afirmou que a sistemática de contratos com João Amorim, dono da Proteco Construções e investigado na operação Lama Asfáltica, foi adotada quando André Puccinelli foi prefeito da Capital, se consolidou na gestão de Nelsinho Trad e chegou a extremo na administração de Gilmar Olarte (PP).

“O motivo dessa ação é aquele depoimento que ela deu na força-tarefa. Foram acusações graves. Entramos com a interpelação. Mas ela não respondeu nada, disse que era sigiloso. Como? Se o Brasil sabe. Então entramos com a ação mesmo”, afirma o advogado Rene Siufi.

No processo, a defesa aponta que as declarações da vereadora atribuem a Puccinelli “pecha de assaltante de cofres públicos”. Conforme o advogado, Luiza cometeu crime de calúnia ao atribuir ao ex-governador o crime de corrupção passiva, imputar que ele foi idealizador de esquema de arrecadação de dinheiro e orquestrado a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP).

Ainda conforme a queixa-crime, Puccinelli, que foi prefeito da Capital e governador, tem um sólido patrimônio moral. A defesa atribui as denúncias sem provas a insensatez e desequilíbrio emocional.

Para Luiza Ribeiro, a intenção do ex-governador é intimidar as testemunhas. A vereadora já esteve ao lado do PMDB e comandou a Funsat (Fundação Social do Trabalho) na administração de Nelsinho.

“A ação objetiva constranger a minha pessoa e alterar meu comportamento diante de fatos que tenho conhecimento. Tenho 32 anos de militância política no mesmo partido. Minha questão não se dirige à pessoa do André Puccinelli, mas as condutas que patrocinou ou tolerou quando foi prefeito de Campo Grande”, afirma a vereadora.

Quanto ao fato de não ter provas, ela afirma que não pode se responsabilizar por uma investigação feita pelo Ministério Público.

A punição para calúnia é de seis meses a dois anos de detenção. Já difamação pode resultar a de três meses a um ano de detenção. A força-tarefa da Lama Asfáltica apura denúncias de desvio de dinheiro na administração estadual.

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