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Política

AGU poderá cobrar custo de novas eleições de seis ex-prefeitos de MS

Zemil Rocha | 06/05/2013 15:55
Prefeito cassado de Figueirão, Getúlio Barbosa, pode ser um dos que arcarão com despesa (Foto: Arquivo)
Prefeito cassado de Figueirão, Getúlio Barbosa, pode ser um dos que arcarão com despesa (Foto: Arquivo)

Pelo menos seis prefeitos eleitos em outubro do ano passado correm o risco de ter de pagar pelo custo das eleições suplementares a que deram origem, duas delas já realizadas, em Bonito e Sidrolândia, e mais quatro a aconteceram provavelmente no dia 7 de julho nos municípios de Bela Vista, Caracol, Figueirão e Jardim. É que a A Advocacia-Geral da União (AGU) está fazendo acordos ou ingressando com ações judiciais dos ex-prefeitos cassados, que já totalizam R$ 2,7 milhões.

Até o momento não há ações relativas a Mato Grosso do Sul, mas as situações são semelhantes às que têm gerados as cobranças dos ex-prefeitos, a partir de informações repassadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram cassados e correm o risco de arcar com os gastos da Justiça Eleitoral os ex-prefeitos Enelvo Felini (Sidrolândia), Manoel dos Santos Viais (Caracol), Marcelo Henrique de Mello (Jardim), Abraão Zacarias (Bela Vista) e Getúlio Furtado Barbosa (Figueirão).

A AGU cobra de volta mais de R$ 2,7 milhões aos cofres públicos gastos pela Justiça Eleitoral com novas eleições geradas por cassação de prefeitos em diversos municípios do país, segundo informa o site da AGU (www.agu.gov.br). A quantia duplicou um ano e meio após o Advogado-Geral da União, ministro Luís Inácio Adams, e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowisk, assinarem acordo de cooperação técnica que garante o repasse de informações entre os órgãos sobre os prefeitos que foram cassados por atos ilícitos cometidos durante o processo eleitoral.

Levantamento do Departamento de Patrimônio e Probidade Administrativa da Procuradoria-Geral da União (DPP/PGU) aponta que os advogados estão de olho nos gastos indevidos. Até o momento já foram ajuizadas 51 ações com pedido de ressarcimento. Outras 37 estão sendo finalizadas para serem protocoladas na Justiça Federal nos próximos dias. Ainda foram realizados seis acordos. No total, são acompanhados 94 casos.

Segundo a AGU, as ações são contra prefeitos que perderam os mandatos porque foram condenados em crimes como captação ilícita de sufrágio (compra de voto) e abuso de poder político e/ou econômico. Os valores vão restituir os gastos da União com os novos pleitos realizados. De acordo com o artigo 224 do Código Eleitoral, toda vez em que um candidato eleito atinge mais da metade dos votos válidos na eleição, os demais votos são prejudicados, ficando anuladas, consequentemente, as eleições como um todo. Por isso é necessário realizar um novo pleito.

Para o Diretor do Departamento de Patrimônio Público e Probidade Administrativa da AGU, Renato Dantas, a medida tem caráter pedagógico e visa inibir que prefeitos continuem a praticar atos ilegais. "Eles precisam estar cientes que terão que devolver aos cofres públicos todos os gastos com as novas eleições realizadas por causa de ato fraudulento cometido que, consequentemente, gerou a cassação", destacou.

Levando em consideração as ações que estão sendo finalizadas para serem propostas em breve, o estado de Minas Gerais tem a maior quantidade de pedidos de ressarcimento. São 21 casos que buscam reaver aos cofres públicos R$ 281.848,33. No entanto, com apenas seis ações, o Pará é o local em que os advogados tentam obter o maior valor. Nesse estado, mais de meio milhão de reais devem retornar aos cofres da União para suprir os gastos com novas eleições.

Individualmente, o maior pedido de restituição é de uma eleição realizada no município de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Os ex-gestores terão que devolver mais de R$ 250 mil. Por outro lado, alguns estados como Amapá e Roraima, por exemplo, não possuem nenhuma ação proposta ou em estágio de finalização.

AcordosAté o momento foram realizados seis acordos. Dois deles, sem a necessidade de propor ação judicial. Isso porque antes de ajuizar o pedido de ressarcimento, a Advocacia-Geral envia uma proposta de conciliação ao devedor para que ele possa quitar a dívida sem ter que enfrentar uma disputa judicial. Essa medida permite, ainda, parcelamento dos valores. Outros quatro também foram feitos, mas, nestes casos, durante o andamento da ação. A União conseguiu recuperar R$ 104.839,75.

Para que a AGU proceda a cobrança, é necessário que a Justiça Eleitoral tenha expedido decisão definitiva condenando o ex-gestor por crime eleitoral. O caso é encaminhado para que os advogados da União analisem a possibilidade de solicitar restituição.

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