ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 25º

Política

Após briga, 23 conselheiros cobram saída de presidente da OAB/MS

Zana Zaidan | 24/02/2014 18:24
Isolado na OAB/MS, maioria dos conselheiros pede urgência na intervenção (Foto: Arquivo)
Isolado na OAB/MS, maioria dos conselheiros pede urgência na intervenção (Foto: Arquivo)

A sessão do Conselho seccional da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que na última sexta-feira (21) terminou em violência, motivou um pedido formal de 23 dos 32 conselheiros estaduais da entidade cobrando a saída do presidente Júlio César Rodrigues.

A maioria maciça do conselho vai formalizar denúncia junto ao Conselho Federal amanhã (25), reforçando o pedido feito em outubro do ano passado. À época, quando teve início a crise na entidade, a diretoria, o Colégio de presidentes de subseções, o Conselho Seccional, dois conselheiros federais, a diretoria da ESA (Escola Superior de Advocacia) e CAAMS (Caixa de Assistência dos Advogados) e ex-presidentes declararam repúdio às ações tomadas por Júlio César e o rompimento com o mesmo, deixando-o isolado.

Uma petição foi elaborada pelo conselheiro federal da seccional, Carlos Marques, em que relata o que ocorreu durante a reunião e ressalta a “necessidade e urgência” de intervenção federal na OAB/MS. “As peças foram elaboradas por vários advogados durante o fim de semana, e cobramos a aprovação da intervenção. O Conselho federal não está aqui, e como estamos nas mãos deles, é importante formalizar o que está acontecendo, e que eles percebam que esta é a vontade da maioria. O presidente não mais condições éticas ou morais de se manter à frente da entidade”, afirma Marques. Além da petição, também serão encaminhadas representações éticas contra três conselheiros da Ordem.

Os documentos servem, ainda, para esclarecer para o Conselho Federal o que aconteceu na sessão de sexta-feira. Logo depois da reunião, Júlio César emitiu uma nota de esclarecimento, publicada no site da entidade e encaminhada ao presidente da OAB nacional, relatando o episódio e solicitando que fossem tomadas “as providências cabíveis”.

O problema é que, de acordo com o que foi relatado pela maioria presente, inclusive no boletim de ocorrência registrado na Polícia, o presidente narra no documento oficial o inverso do que aconteceu de fato durante a sessão. “Mostra que o presidente não tem preocupação com a ética. Não sei se causou mais indignação o ato de violência em si, ou esta nota. Mostra que ele desvirtua a verdade, com uma história fraudada, mentirosa. Isso é gravíssimo”, analisa Marques.

Júlio César escreve “fazendo o uso da palavra, o Conselheiro decano Carlos Magno Couto foi interrompido de forma indecorosa pelo ex-Presidente da Seccional Carmelino de Arruda Resende, que no ato proferiu palavras de baixo calão e avançou agressivamente em direção ao decano com o dedo em riste. A conduta do ex-Presidente motivou a reação na mesma proporção pelo decano, chegando ambos as vias de fato”. “Mas o Carlos Magno estava sentado em uma ponta do plenário, e o Carmelino em outra. Ele se levantou, atravessou a sala toda correndo, e acertou dois socos em Carmelino, e a briga foi separada pelos demais”, rebate o diretor Jully Heyder Souza.

A nota oficial também não foi aprovada pelos demais membros do Conselho antes de ser divulgada. A conduta de Júlio, recorrente, segundo os diretores da Ordem, foi apontada como principal motivo da ruptura entre o presidente e os advogados que então o apoiavam. “O presidente está lá para representar atos que o colegiado, democraticamente, aprovou. Ele tem ido contra as recomendações e atos aprovados pela maioria, por isso, há o consenso de que não dá mais”, exemplifica o ex-presidente da seccional e conselheiro federal, Leonardo Avelino Duarte.

Intervenção – Avelino aponta a intervenção como a melhor solução para pôr fim à crise na entidade em Mato Grosso do Sul. “Pedi pessoalmente, e por mais de uma vez, que Júlio suspendesse o contrato com a prefeitura”, conta Duarte.

O contrato que Júlio César firmou para advogar em favor da prefeitura, enquanto o prefeito Alcides Bernal (PP) responde a processos éticos (da época em que atuava como advogado) dentro da OAB, foi o causador da crise na entidade. O contrato só foi suspenso após determinação judicial.

Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da OAB nacional, Marcus Vinicius Coelho, não pode comentar o pedido de intervenção devido à agenda particular, mas ficou de dar um posicionamento para o Campo Grande News.

O presidente da seccional de MS, Júlio César, alegou não conceder entrevistas por telefone e também não poder receber a reportagem em seu escritório.

Nos siga no Google Notícias