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Política

Bernal leva documentos ao Gaeco e tenta ligar investigação à sua cassação

Josemil Arruda e Cleber Gellio | 25/04/2014 16:15
Bernal falou à imprensa antes de prestar depoimento no Gaeco (Foto: Cleber Gellio)
Bernal falou à imprensa antes de prestar depoimento no Gaeco (Foto: Cleber Gellio)

O ex-prefeito Alcides Bernal (PP) informou esta tarde, antes de começar seu depoimento ao promotor Marcos Alex Vera, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que iria apresentar documentos para contribuir nas investigações. “Temos documentos aqui e vários informações importantes que são do interesse de quem quer esclarecer a verdade”, afirmou ele. “O que me pedirem de informação, vou estar repassando”, emendou.

Apesar de ter dito à imprensa que não sabe o que exatamente o Gaeco está investigando, Bernal tentou a todo momento, durante a entrevista coletiva, relacionar a investigação com a cassação de seu mandato, no dia 12 de março.

Para ele, tudo tem relação com “quem denunciou, julgou, condenou e se beneficiou” de sua cassação. “E a polícia há de descobrir”, exortou, fazendo a seguir uma série de ilações no sentido de demonstrar que os vereadores estão hoje comandando a Prefeitura de Campo Grande. “O presidente da Câmara indicou o secretário de Finanças e de Receita. O presidente da Comissão Processante é o secretário de Desenvolvimento Econômico. O relator da Comissão Processante foi cotado para a Semadur, mas indicou seu tio”, afirmou o ex-prefeito.

Questionado sobre o trabalho que vem sendo realizado, Bernal declarou: “O Gaeco tem cumprido papel relevante para desmascarar a quadrilha que estava agindo. Isso estava sendo capitaneado pelo prefeito ilegítivo e pelos vereadores”.

Indagado mais uma vez sobre qual seria, então, o objetivo da investigação sigilosa do Gaeco, o ex-prefeito declarou: “Qual é o objetivo eu não conheço, até porque o processo tramita em segredo de justiça”.

Panorama de caos – Quanto ao panorama de caos que os atuais gestores têm evidência, como a paralisação econômica da cidade e de serviços e o elevado índice de aumento das contas a pagar da Prefeitura de Campo Grande, o ex-prefeito Alcides Bernal garantiu que não passa tentativa de iludir a população. “É tentativa desesperada de justificar o golpe. Deixamos mais de R$ 600 milhões que economizamos em um ano e dois meses. Serviços estavam acontecendo e obras estavam sendo executadas”, declarou aos jornalistas, em frente à sede do Gaeco.

A cassação do dia 12 de março, segundo Bernal, decorreu dos conflitos com os vereadores e não da paralisação dos serviços e obras na cidade. “Nossa dificuldade foi a relação com vereadores, que não queriam nossa administração”, afirmou o progressista, lembrando que logo no começo de seu governo teve dificuldades em razão da redução do limite para suplementação orçamentária, que caiu de 30% para 5%, do congelamento do IPTU e criação de normas que teriam a função de amarrar a administração. “Já era para não deixar a gente trabalhar”, afirmou.

Na opinião dele, a cassação do prefeito “sem motivo justo é um crime”, a ser punido pelo Judiciário, no qual ainda aposta para voltar ao poder. “Política não é puxar tapete, para colocar alguém com quem você fez um conchavo”, disse.

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